domingo, 27 de setembro de 2009

estréias e retornos na TV em Outubro.



Bem, na Tv paga ao menos. Universal e Warner Channel anunciam nova grade a partir de 22 de outubro.
De cara no dia 22 voltam HOUSE MD UNI- 22h00 e Supernatural WAR-22h00 além da estréia de Vampire Diaries WAR- 21h00.
Em House o episódio é duplo mostrando como o médico está encarando a clinica de reabilitação.
Em Vampire Diaries veremos como Stefan conhece Elena e
Supernatural começa movimentado com o inicio do Apocalipse .
* dia 26 segunda feira volta WAR- 21h00- Cold Case com bom gosto costmeiro na trilha sonora, e WAR-22h00- The Mentalist em sua segunda temporada o horário das 23h00 na Warner ficou para a estréia de Warehouse 13 onde veremos dois agentes so FBI mandados para o meio do nada a fim de cuidar do armazém onde o governo esconde seu arsenal sobrenatural.
* dia 27 voltam na Warner a partir das 21h00,Two and a Half men, The Big Bang Theory, Smallville e Fringe. Ufa! o destaque é para Smallville , onde Clark finalmente vai usar um uniforme de Super-Herói.
* Dia 28 tem a estréia de Three Rivers, série sobre médicos especializados em transplante de orgãos na Universal às 23h00, saindo do forno já que a estréia na CBS será em 4 de outubro.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

UMBIGO SEM FUNDO, Dash Shaw


Se Retalhos é o quadrinho perfeito para fazer alguém que subestima quadrinhos a se interessar, Umbigo sem fundo é quadrinho para afastar alguém devisado. Longe de ser ruim, é uma história bem simples retratada de maneira complexo pelo jovem Dash Shaw, cujo trabalho também pode ser conferido em www.dashshaw.com, em suas hq's digitais.
Você é lançado de maneira analítica a vida dos Loony, Malucos em inglês, um família que olhando atentamente é muito parecida com qualquer uma. Após um breve passeio naturalista sobre a vida da família, vamos uns 20 ou 30 anos para frente quando as crianças estão grandes e os pais já são avós, para em uma reunião de família ser anunciado a separação do casal que está junto a 40 anos. Cada filho pira de sua maneira, o mais velho realmente surta o cabeção revisitando o passado tentando achar uma explicação para o que ocorre entre o pai e mãe. Claire, a do meio, não dá muita bola a notícia, ela mesmo já se separou (e tudo indica que não superou)e tem que dar atenção a sua filha que sofre as inseguranças da adolescência, mas a melhor história é a de Peter, retratado como um sapo, ninguém nota nele, tanto é que ele acaba se envolvendo com uma moça que acaba de conhecer ao invés de ficar na casa de praia da família. Segundo ele é o “clichê o caçula, que não se encaixa em nada, parece um sapo estranho na família”, o que é genial do ponto de vista formal. Alias a forma é tudo nesse imenso graphic novel de 790 páginas, temos páginas em branco, a descrição de sensações, quadro a quadro com uma minuciosidade incrível, cartas que aparecem no meio da narrativa, incluindo um criptograma e uma conclusão aberta a discussões.
A forma complexa parece uma chave de leitura, pois em sua constituição tudo é explicado em Umbigo sem fundo (alias, você vai ter que decodificar o criptograma para entender o título), a pessoa senta e há um balãozinho escrito (senta), Peter dá os ombros e está escrito (encolhe), assim do começo ao fim, contudo isso é um contraste com as relações humanas que o livro desenvolve, todos estão procurando maneiras de se relacionar, Dennis procurando a relação dos pais no passado, Claire e a filha, Peter e a estranha da paia, Aki (mulher de Dennis), com dennis e o bebê, os pais que enceram um relacionamento sem muita explicação. Tudo isso fica no limbo, porque é inexplicável, e o traço naturalista e minimalista de Dash, acentua essa sensação de estranheza que a história causa. Esse, eu repito, não é uma leitra fácil, a princípio, e uma história que pode deixar um leitor desavisado com uma grande interrogação ao final de sua leitura, mas encarando o monstro, pode-se discutir os muito aspectos da vida que esse texto porporciona.

GAROTO NO CONVÉS, John Boyne


O homem riu e deu os ombros 'Bom, eu reconheço que nunca tive o toque criativo. Sou mais patrono o que artista. Mas, se eu fosse contar uma história, acho que tentaria encontrar a situação primordial, aquele ponto singular na narrativa que põe tudo em movimento. Eu procuraria esse momento e começaria a história a partir dele.'”

Com floreios metalinguísticos John Boyne, começa sua segunda incursão ao romance e utilizando um interlocutor jovem novamente, o que nos leva a pensar quase que automaticamente em oportunismo, vide que O Menino do Pijama Listrado já virou até filme em pouco menos de 3 anos de vida. O que não se confirma ao ler essa aventura, pois parecem ser dois estilos completamente diferentes, se o Menino tem em sua concepção um menino inocente, com alta carga de sentimentalismo e em sua brevidade a força para arrebatar o leitor, John Jacob Turnstile não tem nada de inocente em suas piadas e em sua vida, cria um romance gigantesco em que temos humor, um tom pesado que o afasta da literatura juvenil e sem um pingo de sentimentalismo. Ponto pra ele. Na verdade o oportunismo foi o marketing do lançamento com o layout similar na capa, como vocês podem ver, e um título que também remete ao primeiro sucesso (o título original seria Motim no Bounty), o que é válido e não é um desrespeito a obra.
Em todo caso Menino do Pijama para desespero dos insensíveis já um clássico moderno, o que não podemos dizer do Garoto no convés, uma ótima aventura mas não passa disso. O livro começa com nosso interlocutor assaltando um homem e sendo preso, contudo acaba trocando 1 ano na prisão, por 2 anos a serviço de um navio inglês, nada menos que o Bounty de William Blight, imortalizado na história naval pelo motim e pelo filme dos dinossauros Charles Laughton e Clarke Gable, alias um clássico indispensável para qualquer um que curte cinema, e a história do motim é que será reencenada sob a ótica do adolescente. Ponto número 1 do livro é criar um personagem carismático que não deixa o interesse pelo livro cair, com sua insolência e humor estranho, quase caricato, alias durante uma boa parte do livro parecem que os personagens são caricaturas em um romance de Dickens. O ponto número 2 para o livro é gerar uma narrativa marítima, em um mundo em que esse tipo de narrativa está quase esquecida, é como fazer um western para blockbuster de verão (!) e ainda sim fazer algo decente. O ponto 3 e acho que é onde está a força do livro ao mesmo tempo que seja um clichê, é reconstruir o motim no Bounty de forma inversa ao que é lembrado, com o capitão sendo um homem ambíguo mas bom, Fletcher como o tradicional vilão e muitas outras personagens inesquecíveis. Aventura marítima, outro personagem criança e um clichê de inversão de história conhecida. Isso não deve dar um livro bom. Mas deu! O livro é ótimo, constrói direitinho a história até o ocorrido, mas ele realmente te arrebata quando é descrito os 48 dias de sobrevivência no barquinho em alto mar de maneira realista e escatológica que dissipa qualquer sensação de caricatura que possamos tido (eu tive e acho que é proposital, o que deixa essa parte ainda mais dramática). O único defeito do livro é tentar complicar demais a psicologia do menino, que em dado momento descobrimos que sofria abusos sexuais, sendo um garoto de programa além de batedor de carteiras, o que se mostra um trunfo elegante a primeiro momento se transforma em algo repetitivo e levando a um epílogo desnecessário, o que não chega a ofuscar a diversão do romance em uma época em que tudo é introspectivo, até os vampiros, é bom encontrar uma aventura que mostre mais o exterior da história e seus desdobramentos, mesmo assim temos algumas críticas ao pensamento da época que pululam levemente no texto. Ótimo romance e boa diversão.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

CLUBE DO FILME, David Gilmour




“...Quero que você preste atenção nessa cena e se lembre dela. A vida desse cara já está na descendente; ele sabe disso, e ela também. Mas você, Jesse, sua vida es ta´começando e tem tudo pela frente. Você não precisa estragá-la.
Coloquei no aparelho de DVD A Doce Vida, e avancei até a cena final...”


Jesse o filho de David Gilmouor, estava indo mal na escola, não se adaptava, cabulava e não estudava também. Fase de qualquer adolescente que não sabe porque estuda, fato é que David resolveu inovar no conceito Paulo Freire de psicologia infantil e tirou o menino da escola, não o pôs para trabalhar e só colocou uma regra na educação do pequeno Jesse, que mede 1,80, assistir três filmes por semana com o pai, que for escolhido por este (alias um apresentador de tv médio, escritor e crítico de cinema nas horas vagas).
David se perguntar diversas vezes se ele estaria tomando o caminho certo na educação de seu filho durante o livro, o que é perfeitamente compreensível uma vez que uma história tão louca para as bases pedagógicas atuais não poderia ser simplesmente pensada sem correr riscos, mas isso não é um livro de pedagogia, muito menos como eu pensei previamente ser um livro sobre cinema, e sim é um livro sobre relacionamentos humanos, poderíamos relativizar o relacionamento pai e filho, mas temos também a imersão deste adolescente com os primeiros sentimentos amorosos e casos concretizados, também poderíamos ver o relacionamento destes personagens com a vida em si, David desempregado e cada vez mais desesperado e Jesse tendo que pensar em como será sua vida daqui alguns anos, coisa que ele demora muito para fazer.
Ponto número: Jesse é um idiota! Tenho uma antipatia natural por adolescentes e os problemas que os atraem, contudo tem horas que ele deve irritar qualquer leitor. Só tinha uma regra no clube do filme, não usar drogas. Adivinhe o que volta e meia ele confessa ter feito? Fato é que devo ter alguma deficiência em entender essa idade. Ponto dois: é que não concordando em substituir a escola por sessões de filme em minha mente como um todo, mas tendo em mente que a escola realmente não forma um indivíduo como pessoa, é interessante ver como substituir cultura e arte na educação de uma pessoa, pode realmente ajuda mais do que a educação mecânica e dirigida que uma escola está pronta para fazer, quase como uma fabriquinha, também devo mencionar que este é um conceito vindo de alguém que estuda no sistema de ensino brasileiro, e comparado com o americano é bem mais fraco o que torna essa história ainda mais palpável para nós do que para eles.
Mas se concentrando no principal: o cinema. O livro é um apanhando de opiniões bem interessantes sobre e cenas e filmes, e ainda, um apanhado de nostalgia sobre a magia do cinema e como cada filme tem o poder de despertar emoções e sensações diferentes um nos outros.
Um belo relato, e olha nem curto não-ficção assim, sempre acho que fica um pouco aquém mas nesse caso foi uma leitura fascinante.

UP - ALTAS AVENTURAS


Ontem fui assistir ao novo filme da Disney/Pixar, que chegou com nada menos que 3 meses de diferença em terras tupiniquins, com a expetativa de alguém que tinha chorado ao final da última produção WALL-E, clássico moderno indiscutível, ainda que a força da mente sensata pontue: “não é possível revolucionar o cinema a cada filme e não escute RPM”. Com relação a última informação é um momento de sensatez impressionante, principalmente pelo fato de estar à 36 horas acordado, com relação a primeira ainda bate um certo frio na barriga que nos obriga a pensar “mais uma obra-prima?”. Escrevi anteriormente que na animação três coisas eram garantias de clássicos: Pixar; Henry Sellick e Hayao Miyazaki (que tem filme novo chegando logo e adivinhem, foi sucesso de crítica e público na Terra do sol nascente), e continuo com essa concepção diante de mais um clássico, não ao nível WALL-E de perfeição, mas é uma injustiça começar a comparar filmes a luz de seus predecessores.
Carl Friedcksen é um menino que sonha com aventuras, tem como herói o grande aventureiro Carles Mudds, que foi ao Paraíso das Cachoeiras e nunca mais voltou, e quer realizar essa viagem algum dia da vida. Logo em sua infância ele conhece uma menina faladeira que também tem todos esses sonhos e logicamente é o grande amor de sua vida. O filme em uma tomada belíssima (pura poesia), mostra a vida do casal ao longo de seus 70 anos juntos e como esse sonho de viajara para América do sul vai sendo adiado até não ser mais possível pois ele se torna viúvo. Cacetada logo no início do longa deixa qualquer um com água nos olhos. É incrível como eles conseguem combinar sentimentalismo com humor, e vice-versa. Logo mais em uma cena muito engraçada, Carl acerta um empreiteiro com seu andador, mas logo descobre as consequência quando se mostra sangue na cabeça do sujeito, do engraçado ao trágico na mesma cena. É também a primeira vez que uma personagem morre em desenho da Pixar, sem ser vilão, e o Wall-e chegou perto.
Viúvo, sendo visto como ameaça e com a casa no meio de uma construção em andamento prestes a ser despejado e ir a um asilo, Carl faz a única coisa que lhe resta, prende milhões de balões no telhado de sua casa e levar sua casa para o Paraíso das cachoeiras. Lógico!E dá certo, com o detalhe de que para realizar essa aventura vão começar a aparecer personagens, digamos distintos, em seu caminho a começar pelo escoteiro japonês que ele leva acidentalmente no início da viagem, mas logo vai aparecer uma ave histérica e um cão falante, membro de uma gangue de cãos falantes, e um insano Kirk Douglas, perdão Charles Mudds, vivo ainda e adivinhem? Ele é o vilão.
Uma aventura e tanto no ponto de vista da diversão, combinada com elementos de humor, porém do diferencial do filme é proporcionar um tom tocante no filme nos momentos em que se coloca a moral com centro e o sentimento acima de suas outras qualidades, aí o filme aça-se a condição de clássico, até menino japonês tem uma história triste que também se trata de uma perda, a própria ave a tem e em um plano mais profunda o vilão também, contudo ele não se conforma e vive atrás de recuperar o que nunca foi dele. Podia ser melhor? Duvido muito, afinal abriu Cannes ao som de aplausos e isso não é para qualquer um Fernandinho que o diga.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

U2 - NO LINE ON THE HORIZON


Tirem as crianças da sala! Eu vou fazer uma critica musical, uma vez que meu editor de cd's em mais de dois anos produziu no máximo 3, sendo que a última foi há mais de 1 ano. Atrasado como sempre em relação as tendências musicais, que eu não escuto muito, mas sou um fã de U2/Bono Vox de carteirinha, e vamos logo entrar na polêmica: Desde de que anunciado No line on the horizon foi descrito como uma guinada na carreira musical do grupo/ inovador em todos os sentidos/ U2 se reinventando. Menos! O que eu tenho a impressão, é que a crítica musical quer que os grupos se reinventem toda a hora e o U2 não precisa se reinventar há muitos anos, o que não impede de tentar fazer algo diferente sempre. Inovador não é e também não é uma guinada, mas é diferente e é ótimo. Alias a impressão que o cd dá a aumentar a densidade do som, pois ele é mais pesado que os demais álbuns, foi estabelecer o rock, em uma época em que o rap e hip-hop dominam o mercado mundial, como o som dominante no álbum inteiro, todas as pequenas experimentações não tentam ganhar um público mais amplo dominado por outros estilos musicais e sim cimentar o som da velha guitarra em momentos mágicos. Não tem a proposta comercial de All that you can't leave behind ou How to dismantle, não é uma guinada como Acthung Baby, é um meio termo dos dois.
No line ont he horizon, música de abertura é poderosa na letra e na melodia, uma das melhores do álbum.
Magnificent – Soa com tradicional onde a voz de bom ganha as alturas com os agudos, a letra é um pouco fraca mas a melodia compensa
Moment of Surrender – A melhor música do álbum para mim. Pretenciosa até o fim, e maravilhosa em sua constituição.
Unknown Caller – Um tipo de continuaão do ooooh de No line. As quatro primeira fomram um tipo de unidade, mas eu não sei explicar.
I'll Go crazy if I don't Crazy Tonight – Vai ser o hit do cd. O clipe e muito bonitinho e a música é ótima
Get on the boots – foi a música usada para promover o disco, a mais estranha ao som e divertida ao mesmo que é sensual.
Stand-Up Comedy – A melhor letra, destilando Ironia. Esse sim é o único momento de pura inovação do grupo.
FEZ being born – Quase instrumental, ousada por virar repentinamente a melodia inicial. Não sai da cabeça.
White as Snow – A baladinha emocionante.
Breathe – Mais um momento classic
Cedars os Ledanon – A última música dos cd's do U2 normalmente é algo diferente, está bem ao estilo do grupo apesar do vocal ser discreto, a letra é ´tomiae termina com seguinte frase:
Choose your enemies carefully' cos they will define you
Make them interesting 'cos in some ways they will mind you
The're not there in the beginning but when your story ends
Gonna last with yyou longer than your friend.

Dark. E politizado. U2 sempre termina os cds belamente.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

ANTICRISTO, Lars Von Trier


Lars Von Trier estava deprimido, então para se alegrar ele fez um filme contendo morte, violência descomunal, sexo e intitulado anticristo, que deixou o Vaticano e as esferas da comunidade cristã muito felizes. Fato é que, segundo ele, ele não conseguia nem levantar para tomar água e precisava abstrair. Essa depressão começou porque Maderlay, a segunda parte da sua trilogia sobre os EUA, foi um fracasso de público e crítica e ele mesmo se arrepende de ter feito daquela forma equivocada o filme, continuação do interessante Dogville, com todos os atores trocados e a mesma estrutura, passou tão desapercebido pelas telas que só soube que ele tinha sido feito quando vi o Dvd e acho que não vou ver este filme tão cedo para saber se ele tem razão em se auto-imobilizar, também acho que Washington, que seria a terceira parte, não vai ficar pronto tão cedo.
Lars Von Trier tem duas obras-primas na minha opinião, que é o Dançando no Escuro, única vez que admirei Bjork, e o estranho e perturbador Dogville, na minha opinião o melhor dos dois. Apesar do primeiro ser um musical e o segundo uma mistura de cinema e teatro, a matéria prima interior de ambos é representação da estrutura de nossa sociedade, e a visão de Lars é sombria onde o s fracos são triturados e o mal saí sempre ganhando, ou seja é bem realista! Dançando temos uma mãe pobre tentando juntar dinheiro suficiente para pagar a operação da filha, para ela não ficar cega como a mãe está ficando. É uma tragédia após a outra, em seu final chocante em meio a músicas. Dogville, a heroína virtuosa é chantageada por toda uma cidade em troca de poder se refugiar nela. Nada é gratuito no mundo do dinamarquês, e como critico de seu mundo é como ele é visto pelos seus admiradores que ficaram muito chateados com esse filme Cannes, onde ele foi vaiado, aplaudido, chocou e provocou gargalhadas! Isso porque tudo que falei não se remete a esse filme onde a grande falha em se apreciar o filme é achar que tem alguma verdade social-universal em seus frames, Anticristo é basicamente um filme de terror! De um nível de horror que poucas vezes foi mostrado na tela grande, sua análise é enganadoramente psicológica, pois o que Lars tenta mostrar com o final do filme é que muitas coisas ainda não podem ser explicadas.
Um casal é vítima de um tragédia quando o filho despenca do prédio para a morte e eles faziam amor no quarto ao lado, um detalhe é que essa cena é maravilhosamente filmada em preto-e-branco, na câmera lenta e embalada com musica clássica, o Lars vai odiar mais a precisão do som com as cenas remetem a um Kubrick inspirado, é de longe a melhor cena do filme. O luto da mãe que é perigosamente mortal, faz o marido dela leva-la a uma cabana longe da cidade para vencer a dor da perda, ele que é um psicólogo entra em uma batalha para recuperar a razão dela (pobre idiota), mas aos poucos o isolamento vai mostrando a verdadeira natureza do acontecido e na crescente narrativa de sonho que o diretor propõem seu terço final cria o ápice da narrativa aterrorizante proposta. Ótimo!
Lógico que ser um filme de terror não é depreciativo, marca autoral de Lars é sentida o filme inteiro, mas o fato é que o filme É UMA NARRATIVA DE TERROR. E fazer este tipo me parece mais complicado, uma vez que esse gênero é subvertido por hordas de adolescentes sarados sendo triturados por serial killers onipotentes (coisa que voltou esse ano e felizmente não pegou), e ter a classe de fazer um trabalho perto do estado bruto desta sensação, muito próximo de um Exorcista ou Iluminado, para mim as duas obras máximas do gênero, mas tome cuidado cuidado o Anticristo não é para todo o público pelos seguintes critérios: Sexo explícito, violência grave, castração masculina e feminina e imagens perturbadoras como uma raposa falante, ou a imagem do cartaz, a única que é muito bonita, mas não tem nada a ver com o filme.
A única dúvida que resta é porque Anticristo? Não foi somente para irritar as autoridades católicas que autopromoveram o filme. Detalhe 1: Os personagens não tem nome, são He and She. Detalhe 2: eles vão para Eden, o nome da cabana. Adão e Eva de volta ao paraíso? Pode ser mas o detalhe 3 responde melhor, contudo é um spoiller: No final quando o s dois estão próximos da morte, os três mendigos, as criaturas que apareceram o filme inteiro, chegam para coroar o quê? A morte! Tal qual os reis-magos vem ver o nascimento do menino Jesus, Cristo, o filme que faz um apologia forte contra a lendária maternidade bondosa das mulheres, não coroa o nascimento de algo como Anticristo, mas a morte pela maldade, que é uma descrença absoluta em qualquer redenção que possa haver para os personagens. Para mim o Anticristo é a Morte. Curioso? Veja o filme então, ele pode não ser o melhor cineasta do mundo, apesar de se achar, mas é com certeza um dos melhores e vai te chocar.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

JABUTI 2009

A lista saiu há uns 10 dias e selcionei as categorias mais legais:

Romance
"Flores Azuis", Carola Saavedra (Schwarcz)
"Cordilheira", Daniel Galera (Schwarcz)
"Orfãos do Eldorado", Milton Hatoum (Schwarcz)
"Galiléia", Ronaldo Correia de Brito (Objetiva)
"Satolep", Vitor Ramil (Cosac Naify)
"Manual da Paixão Solitária", Moacyr Scliar (Schwarcz)
"A Parede no Escuro", Altair Martins (Record)
"O Livro dos Nomes", Maria Esther Maciel (Schwarcz)
"Um Livro em Fuga", Edgard Telles Ribeiro (Record)
"Heranças", Silviano Santiago (Rocco)

Poesia
"Dois em Um", Alice Ruiz S. (Editora Iluminuras)
"Chocolate Amargo", Renata Pallotini (Editora Brasiliense)
"Antigos e Soltos: Poemas e Prosas da Pasta Rosa", Instituto Moreira Salles (Instituto Moreira Salles)
"Cinemateca", Eucanaã Ferraz (Schwarcz)
"A Letra da Ley", Glauco Mattoso (Annablume Editora)
"Homem ao Termo - poesia reunida [1949-2005]", Affonso Ávila (Editora UFMG)
"Outros Barulhos", Reynaldo Bessa (edição do autor)
"Geometria da Paixão", Dagmar de Oliveira Braga (Anome Livros)
"Os Corpos e os Dias", Laura Erber (Editora de Cultura)
"Ferreira Gullar: Poesia Completa, Teatro e Prosa", Ferreira Gullar (Nova Fronteira)
"Réquiem", Lêdo Ivo (Contra Capa)
"Uma Hora Por Dia", Maria Helena Azevedo (7 Letras)

Contos e Crônicas
"Canalha! - crônicas", Fabricio Carpinejar (Editora Bertrand Brasil)
"101 Crônicas - Ungáua!", Ruy Castro (Publifolha)
"Ó", Nuno Álvares Pessoa de Almeida Ramos (Editora Iluminuras)
"Rasif", Marcelino Freire (Record)
"Ostra Feliz Não Faz Pérola", Rubem Alves (Editora Planeta do Brasil)
"Os Comes e Bebes nos Velórios das Gerais e Outras Histórias", Déa Rodrigues da Cunha Rocha (Auana Editora)
"Ping Pong - Chinês por um Mês: As Aventuras de um Jornalista Brasileiro pela China Olímpica", Felipe Machado (Manuela Editorial / Editora Arte Paubrasil)
"Crônicas e Outros Escritos de Tarsila do Amaral", Laura Taddei Brandini (org.) (Editora Unicamp)
"Antologia Pessoal", Eric Nepomuceno (Record)
"Cheiro de Terra - contos fazendeiros", Lucília Junqueira de Almeida Prado (Scortecci Editora)
"O Silêncio dos Amantes", Lya Luft (Record)
"Vatapaenses Vasos Comunicantes", Sergio de Almeida Bruni (GM Minister)

Infantil
"Sete Histórias para Contar", Adriana Falcão (Editora Moderna)
"Comilança", Fernando Vilela (Editora DCL)
"No Risco do Caracol", Maria Valéria Rezende e Marlette Menezes (Autêntica Editora)
"Era Outra Vez um Gato Xadrez", Leticia Wierzchowski (Editora Record)
"Minhas Contas", Luiz Antonio (Cosac Naify)
"A História de Biruta", Alberto Martins (Schwarcz)
"Zoo", João Guimarães Rosa (Editora Nova Fronteira)
"E um Rinoceronte Dobrado", Hermes Bernardi Jr (Editora Projeto)
"A Invenção do Mundo pelo Deus-Curumim", Braulio Tavares (Editora 34)
"Alma de Rio" Ellen Pestili (Cortez Editora e Livraria)

Juvenil
"O Fazedor de Velhos", Rodrigo Lacerda (Cosac Naify)
"A Distância das Coisas Edições", Flávio Carneiro (Grupo SM)
"Cidade dos Deitados", Heloisa Prieto (Cosac Naify)
"Montanha-russa", Fernando Bonassi (Cosac Naify)
"Surfando na Marquise", Paulo Bloise (Cosac Naify)
"1808 - Edição Juvenil", Laurentino Gomes (Editora Planeta do Brasil)
"Brincos de Ouro E Sentimentos Pingentes", Luiz Antonio Aguiar (Editora Biruta)
"Figurinha Carimbada", Márcio Araújo (Girafinha)
"Chuva de Letras", Luis Alberto Brandão (Editora Scipione)
"Meu Pai Não Mora Mais Aqui", Caio Riter (Editora Biruta)
"Conversa de Passarinhos", Alice Ruiz S. e Maria Valéria Vasconcelos Rezende (Editora Iluminuras)

O fato de o "Filho da mãe" não estar concorrendo já tira minha ilusão de justiça com o prêmio, em todo cao romance está entre Orfãos do Eldorado e Galiléia. Poesia deve ficar com a obra completa do Ferreira Gullar, para desgosto do Haroldo. Contos com "Ò", juvenil com o "Fazedor de Velhos", o Infantil é um mistério mas aposto no Zoo. Meus chutes.
Deixem os seus.

LADRAO DE RAIOS, Rick Riordan


“De certo modo é bom saber que há deuses gregos lá fora, porque aí temos alguém para culpar quando algo dá errado. Por exemplo, quando você está se afastando a pé de um ônibus que acaba de ser atacado por bruxas monstruosas e explodido por um relâmpago, e ainda por cima está chovendo, a maioria das pessoas acha que isso é muita falta de sorte – quando se é um meio-sangue, a gente sabe que alguma força divina está tentado acabar com nosso dia”

As viúvas, viúvos e amantes renegados de Harry Potter tem um novo pivete para sofrer com, o nome dele é Percy Jackson, ou Perseu Jackson para os mais íntimos, e nova série de livros de fantasia se inicia com este Ladrão de Raios em que sai a bruxaria e trouxas, e entram a mitologia grega e esses seres humanos que veem as coisas como melhor os convém. Esse livro é engraçadíssimo do começo ao fim e é perfeito para ser adaptado para o cinema vide que não passa um capítulo sem que monstro tentem transformar os protagonistas em pudim, contudo está longe de ser perfeito ou esconder uma certa inspiração descarada. Um leitor de 11 ou 12 anos vai se divertir horrores, enquanto aqueles que crescerem acompanhando o bruxinho, ou que tem uma vivência maior com fantasia vão se perguntar em certos “mas isso não é óbvio?”.
A história gira em torno de um menino que é um péssimo aluno, sendo sempre expulso das escolas e nunca tirando boas notas, até que uma professora tenta matá-lo e ele é expulso da 6 escola em 6 anos. Vive com uma mãe que o ama muito e um padastro horrível. Logo se descobre que ele é um semi-deus e sua mãe morre, ele vai para um acampamento de semi-deuses onde encontra um sátiro que é seu guia e extremamente estabanado e uma menina que é filha de Atena.
O grande trunfo do livro é a narração em primeira de Percy contando tudo isso, isso porque ele é deliciosamente cínico, sarcástico e por vezes irônico. Segura o livro no braço xingando Zeus, desafiando Ares e outras façanhas. A missão concedida a Percy com sua chegada (ele não deveria existir) e recuperar o Raio mestre de Zeus que foi roubado por algum ladrão, possivelmente a mando de Hades, antes de dez dias pois senão os deuses vão guerrear e aí nós pobres mortais. Em matéria de aventura, não acaba nunca tendo algumas reviravoltas bem boladas e a revelação de um novo inimigo.
Agora vamos a três críticas ao livro: 1- Pessoalmente, entendo fato do autor ser americano e por isso ele situa várias passagens em que ele explica porque os gregos estão na terra do Tio Sam, pois atualmente é o”berço da civilização ocidental”. Ok. Mas é irritante. 2- Ele poderia ter ousado mais ao reconstruir o império olímpico nos dias atuais. Basicamente todos os personagens deuses e monstros não mudaram em 3,000 anos. É politicamente correto a ponto de sempre que possível não confundir os deuses com Deus. O que deve fazer seu livro não entrar nas tradicionais toras de Igrejas conservadoras. 3 – O único erro estrutural, é criar uma profecia em que você desconfia que sabe em menos de1/4 do livro, confirmar ela em ¾ e o personagem demorar mais 9 meses para cair a ficha e dizer putz, é mesmo. Esse mistério não deve funcionar nem com crianças de 10 anos. Mas devo lembrá-los que o primeiro Harry Potter é relativamente bem fraco em comparação com os volumes a partir do “O prisioneiro de Azkaban”, e a série nos States já tem 5 volumes, então vamos com Percy Jckson pelo caminho torturoso de um herói.