quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Silent Hill – Parte 2

 

Há mais ou menos 1 ano fiz um post sobre essa saga fantástica de terror, que você pode ler aqui, agora volto com a segunda parte, e espero que haja uma terceira pois ainda faltam dois jogos e o que saíra em 2012. Hoje falaremos dos posteriores a trilogia clássica, os volumes 4 e 5.

silent hill the room Silent Hill – The Room.

Na verdade foi pensado para ser um spin-off de Silent Hill, mas no final resolveram transformar no quarto jogo da série, o que é ótimo pois esse foi infinitamente melhor que o terceiro exemplar na parte da história e a mudança na jogabilidade foi uma merecida renovação na estrutura do jogo. Eles vão esquecer isso no próximo, mas aqui caiu muito bem…

Você controla Henry Townsend, um homem que está preso em seu quarto de hotel na cidade Ashfield, e quando digo preso é de uma sobrenatural em que não consegue sair de maneira nenhuma do quarto, e tem estranho pesadelos com espírito. Nessa parte do jogo você a perspectiva da primeira pessoa e coisa acontecem no quarto que te fazem pular do sofá. Muito bem construída essa parte do jogo, que beira a perfeição.

silent-hill-4-the-room.283218

Após um sonho louco, pedaços de manuscrito que remetem a Ordem, aquele culto que incinerou Alessa em Silent Hill, e alguns sustos eis que um buraco gigante abre no banheiro de Henry. Você entra ou não? Se você não entrar colega, acabou o jogo. Então… Vai fundo, e a perspectiva se torna um Silent Hill mais clássico, com a perspectiva em terceira pessoa, um Henry Townsend com um cano na mão, cães do inferno, um mundo de sonho e uma mulher que ele encontra na primeira fase para proteger, chamada Cynthia. A inovação está com os inimigos que nesse jogo são fantasmas… e como você mata um fantasma mesmo? Não mata, corre. Mas uma hora Cynthia vai desaparecer e começa a se tornar a corrida pela vida dela que está fadada ao fracasso. Um momento dramático que mostrar o verdadeiro plot do jogo, pois Cynthia morre com o número 16/21 no corpo.

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Um antigo assassino cuja a história conhecemos em parte no Silent Hill 2 na parte dos apartamentos, Walter Sullivan estava sedo investigado pelo antigo morador do apartamento 302 …que desapareceu misteriosamente. Walter morreu na prisão após ser condenado por 10 assassinatos ritualísticos, como mostrado em Silent Hill, mas ele ainda tinha 11 pela frente e parece continuar tudo como espírito. Cabe a você agora enfrentá-lo e “tentar” salvar as vítimas no mundo dos sonhos.

A história é ótimo e tem vários desdobramentos, chegando a incluir o mesmo sistema de proteção já visto no 2 de James com Mary, só que em de The room você vai ter que proteger a vizinha de Henry, Eilean. O final é pico em uma corrida contra o tempo contra um inimigo imortal.

Com certeza é um game histórico, perde um pouco na mobilidade dos combates via PC mas é algo que a conversão de Playstation para Pc sempre fica devendo. O nível de dificuldade na segunda parte do jogo é bem grande ainda no nível normal, pois seu life é curto, você tem proteger uma Eilean com a perna imobilizada pelo mundo dos sonhos, com fantasmas te perseguindo e um Walter Sullivan atirando para todo o lado. E como eu disse ele não morre. Quando você volta para o quarto, se você fez um besteira (que eu não vou revelar, pois todo mundo deve acabar fazendo) o quarto no mundo “real” também está amaldiçoada, tendo que ficar coletando velas sagrada para deixa-lo dócil. Muito bom!

Nota: 9

silent hill origins Silent Hill – Origins

Esse foi um pouco decepcionante, pois toda a evolução de jogabilidade do The Room, nessa prequel vai pro espaço e eles voltam para o bom e velho sistema da trilogia clássica, mas quando comparado com esta  sempre perde.  Vamos ver:

SUSTOS:

Silent hill e 2 – Não tem nada que supere esse dois em matéria de sustos, o primeiro é algo totalmente angustiante. O segundo tem mais clima do que sustos, mas quando aparecem e pra te fazer gritar.

Silent 3 – não tem sustos, mas em compensação tem um zilhão de monstros grotescos em que você tem que ficar correndo.

The Room – Tem bons sustos graças as inovações que saíam da fórmula conhecida. Pois esse é o problema da fórmula, quem joga todos começa a prever as coisas. “Vai sair monstro do quarto agora” e sai. é o que acontece em Origins.

DIFICULDADE:

Silent Hill – Como eu disse antes… É ALGO TOTALMENTE ANGUSTIANTE, principalmente ele perdendo fôlego enquanto corre pelo inferno.

Silent Hill 2 – Se você for bem frio, não entrar na história e tentar a salvar a Mary, você a arma mais poderosa de Silent Hill: Um pedaço de madeira! Sério, James mata qualquer coisa com aquele pedaço de madeira. Então ele não chega ao ponto de ser angustiante.

Silent Hill 3 – Tem uma hora que você pede arrego, pois vem muita coisa grande pra cima da pequena Heather, The room eu já exemplifiquei como a segunda parte é foda. Origins tem poucas partes com muitos inimigos, você consegue supor o que vai acontecer e todo chefe você mata do mesmo jeito. Então ele é fácil para quem jogou os outros.

HISTÓRIA

Silent Hill – Você perdeu sua filha…TOTALMENTE ANGUSTIANTE

Silent Hill 2 – É a história mais dark, mais bem construída, mais psicológica e no final… pasmem, você é o bandido! kkkkkk Por isso é o meu preferido.

Silent Hill 3 – Já comentei que é bem fraquinha, basicamente um complemento do primeiro. The room, puta história boa também. Origins faz propaganda de Nestle, mas entrega Garoto o que ainda é bom, mas você vai querendo saber mais sobre o que aconteceu com Alessa e descobre muito pouco além do que já sabia e tem mais informação sobre Travis.

Travis Gladis é um caminhoneiro que vai cortar caminho na estrada por Silent Hill.. Alias que ideia genial, provavelmente ele encontrou essa placa:

Escolhas_traduzido

Mas ainda acho que iria para Racoon City, que os finais costumam ser felizes e a Jill Valentine é uma gata… enfim, continuando Travis corta caminho por silent hill e adivinhem? Ele quase atropela uma garotinha, que o conduz até uma casa em chamas onde ele salva uma garota totalmente carbonizada. Alessa. O game se passa alguns anos antes do primeiro, não é mencionada uma data específica mas por volta de meados de 1986/87. Você acha que a partir daí você vai descobrir coisas sobre Alessa e a Ordem, mas não você segue Travis pelo labirinto do passado dele com uma mãe louca e um pai que se matou, pois ele já esteve na cidade mas não lembrava disso. Até encontra os personagens de Dhalia, Kauffman e Lisa durante o jogo, mas não interage diretamente com a história de Alessa a não ser no final. Poxa dava pra fazer uma história bem melhor, mas foram para o tradicional.

silent hill origins2

No final é um bom jogo, mas só se você for fã da série para entender tudo e achar mais divertido do que realmente é.

NOta: 6

Agora faltam jogar Silent Hill Homecoming que é para PS3, minha aquisição do Natal (ou seja mais resenhas de jogos brevemente), Shattered Memories que sinceramente não empolga mas a gente vai na ordem. E Downpour que sai em março do ano que vem, a tentação para furar a ordem.

Ano que vem tem a última parte. abraço.

P.S. Origins também não tem uma coisa que The room teve, o compositor oficial Akira Yamaoka. Uma amostra da trilha criada para o jogo, interpretada por Mary Elisabeth McGlynn em montagem beeeem estilizada.

P.S.S Pra quem não conhce essa é a Jill Valentine, do Resident Evil… com certeza iria para Racoon City

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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE - TRAILER

Eu queria falar algo profundo. Mas nada é melhor que UAAAAAAAAUUUUU!!!!!




domingo, 13 de novembro de 2011

Ano ecleticamente… musical

 

Apesar de nascer em 80, passar pelos anos 90 com seu grunge, radioheads e red hots da vida eu não sou uma pessoa musical. Há vários lapsos na minha educação musical, e sempre preferi me concentrar mais na literatura e cinema. Entretanto eu devo confessar que esse ano estou excessivamente musical, talvez porque duas das minhas bandas de formação lançaram novos álbuns, minha banda preferida foi remasterizada e eu conheci ver boa parte do rock in rio via Televisão. Sem contar que digitar notas fiscais no serviço é bem chato e é necessário algum outro estimulo sensorial (prazeroso) para não enlouquecer.

Ainda não me considero uma pessoa musical, mas vamos tentando e posso dizer que no auge dos meus 24 anos creio que comecei tardiamente a escutar álbuns direito. Então vamos ao que eu mais gostei até agora.

LAS MUJERES (adoro vocais femininos)

Caro EmeraldDeleted Scenes from the Cutting Room (importado).Caro_Emerald - deleted scenes

Essa artista holandesa já emplacou cinco singles lá fora (Back it Up, Riviera Life, That Man, Stuck e A Night like this)  e aqui no Brasil não tem distribuidora nacional ainda e basicamente só passa na Antena 1!!!!! O cd de 2009 e o fato de ter tantos hits na Europa é porque o cd é ótimo, do começo ao fim é irrepreensível.

Caro se encaixaria no jazz, mas a música da holandesa mistura um monte de ritmos que inclui a nossa bossa nova, um pouco de rap e palavras inventadas, creio que a melhor analogia é que jazz de Caro é o mais dançante que eu já escutei.

Alias, ela escapa ela é um sucesso realmente “acidental”, que é o melhor alias, pois este é o cd de estreia, visualmente ela não tem o estereótipo de beleza atual e ela já passou da casa do trinta também. Mas eu pessoalmente acho ela uma gracinha, veja abaixo o ao vivo de Riviera Life, que na minha singelíssima opinião tem ritmo brazuca:

 

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Saindo da completa desconhecida em terrinhas nacionais, vamos a mais conhecida do ano, que alias é um prêmio merecido pois este álbum ficou bem melhor que o anterior 19 (há fãs de ambos, mas eu prefiro o tom épico deste) e se você não conhece a artista ainda, sim os álbuns são referências a idade da cantora que hoje tem completar 23 anos e com uma voz poderosíssima.

Eu diria que ela está mais ligada ao blues e o poder de suas músicas além da voz, são as letras doloridas que combinam com a harmonia do cd que é algo para se escutar quando se está feliz para não ter um ataque de depressão.

Em resumo, em um mundo musical mais visual com Lady Gaga, Katy Perry, Beyonce, Rihana entre outras, é muito bom escutar vozes realmente potentes que não sejam no American idol. Não que eu tenha algo contra as mencionadas mas o Girl Theatre não me atrai fora dos clipes. Então segue mais um ao vivo, para sua apreciação:

 

COISAS ESTRANHAS PRA CAC… (quando você sai procurando coisas diferentes… você encontra)

Janelle MonáeArchandroidARCHANDROID_COVER

Janelle me lembra um pouco o Michael Jackson novinho e com topete, sua música é bem ligada ao R&B e Funk (o do bem!), e Archandroid é a continuação de seu primeiro álbum que foi um lançamento independente pela Internet chamado Metrópolis: Suite I The Chase, que devo confessar que ainda não escutei, enfim… o álbum fez muito sucesso que foi relançado por um selo independente e três anos depois Archandroid sai como primeiro álbum de estúdio compreendendo a Suite II E III do projeto de Monáe.

No plano original os álbuns da cantora serão 4 suites conceituais enfocando em uma mesma personagem: Cindi Mayweather, agora vista como uma messias por uma sociedade robótica (?)… bem vocês sabem que todo álbum conceitual tem uma historinha por trás, mas você pode escutar sem problemas ao pensar isso, entretanto nós percebemos claramente que há dois bichos distintos dentro  do cd.

Da música 1 até a décima, temos uma introdução e um ritmo ótimo em várias músicas dançantes e complementares sendo o ápice um agudo longuíssimo em Come Alive (War of Roses), depois o cd fica beeeeeem estranho com músicas bem experimentais como Wondaland.

 

CocoRosie Grey Oceans (IMPORTADO)cocorosie-grey-oceans

Mas nada supera essas duas irmãs (será?) em termos de bizarrice. Tudo começou quando descobri que um gênero novo se desenvolvia nos States chamado “Freak folk”, na verdade um gênero da década de 60 que começou a se popularizar agora e a CocoRosie seria o expoente máximo dessa onda bem underground.

Dá pra entender porque é underground, as letras belíssimas se misturam a uma atmosfera sonora bem peculiar, pra não dizer aterrorizante, e há vários tipos de som como harpas, xilofones e  devo dizer que apesar do susto inicial os cd’s da dupla são bem construído e o som é envolvente.

Mas é bizarro, recomendo o último nas faixas Lemonade, Gallows, Trinity’s Crying entre outras. Alias eu acho que isso chega bem perto do Girls Theather também.

AS BANDAS DOS ANOS 2000 (ou adolescência revisitada)

Mas ele não é roqueiro? as pessoas se perguntam… sim! Mas também gosto de coisas diferente, mas vamos voltar ao terreno conhecido. O primeiro cd que tive foi em 2003 e partir daí me afixionei em duas bandas do novo milênio e você deve pensar que há muitas outras coisas legais por aí como Muse, Artic Monkeys, Arcade Fire entre outros mas o fato é que Evanescence e Coldplay tem lugares distintos no meu coração, e ambos lançaram novos cd’s esse ano.

EvanescenceEvanescenceevanescence - evanescence 2011 deluxe edition

O terceiro álbum do Evanescence (ou Amy Lee) é o álbum com o som mais pesado e menos adornado do grupo. Fallen é uma mistura perfeita entre o gótico do Bauhaus, a voz lírica do Melodic Metal, a modernidade do Nu Metal e o pop reinante. Eu acho excelente tanto em termos artísticos, quanto em termos comerciais.

Eu gosto muito do segundo álbum, The Open Door, porque houve maiores riscos musicais no todo, o começo estranho de Sweet Sacrifice, a ópera em Lacrymosa, a estranheza de Lost Cloud e o fim cândido em Good Enough. Esse é um álbum talvez até mais autoral,e então não foi nada comercial… parece que com a terceira empreitada toda a experimentação foi aberta para fazer algo mais “normal”, mas talvez mais ligada ao Bauhaus mesmo.

As letras continuam sendo torturosas, som está mais pesado e Amy Lee no vocal é um show, entretanto ele é redondinho, redondinho… legal, mas ainda procurando uma reinvenção que eu não sei se é necessária. Acho que a banda ainda tem mais potencial. O destaque é para Oceans, Lost in Paradise e The Otherside.

Coldplay Mylo Xylotocoldplay - mylo xyloto

E eis que ao contrario do Evanescence o Coldplay sempre manteve no mesmo caminho ate mesmo de A rush of Blood para X&Y é uma evolução lógica ao que já estava sendo feito. O Som assim como os últimos dois álbuns é épico, mas com ecos do minimalismo de Parachutes como em Major Minus.

Mas o que faltava na discografia do Coldplay é um álbum conceitual, e por mais que perto de outros clássicos como The Wall, Ok. Computer e o Archandroid acima ele não pareça, eu acho que há uma historinha bem clara e romântica nas três partes que o cd se constrói. Talvez até vire filme…

Enfim, é cd muito interessante mas ainda abaixo do A rush of Blood e Viva La Vida, seu tom épico é menor que o último e sinceramente não entendo a parceria com a Rihana na décima música. Não tem anda a ver! Os destaques ficam Us Against the World, Major Minus, EveryTear Drop is a Waterfall.

RELEMBRANDO THE CLASSICS

PINK FLOYD Animals (1977)pink_floyd_animals3

O Pinky Floyd inteiro foi remasterizado a pouco. Viva aos nerds roqueiros que cultuam o rock progressivo. Na verdade eu queria colocar todos os álbuns aqui pois desde the Astronomy Domine com Syd Barret em Piper at Gates of Dawn, até a última faixa de Division Bell, que é nada mais que High hopes, o Pink é uma banda perfeita que conseguiu até trocar o símbolo da banda sem perder a imagem de banda psicodélica.

Mas sendo objetivo queria falar do álbum do meio da carreira que é excelente também, mas costuma não ser lembrado pois está entre dois popularmente mais emblemáticos: Wish you were here e The wall.

Mas dentro das costruções sobre a loucura alienação destes dois álbuns ha esse elemento humano e crítico que há nas cinco músicas deste álbum, que é o mais “difícil” de escutar pois três de suas músicas ultrapassam os dez minutos. Então os 17 minutos perfeitamente executados de Dogs são inesquecíveis mas para se escutar como se bebe um uísque.

System of a Down - Toxicitysystem of a down - toxicity

E o rock in Rio trouxe mais coisas do que a troca de vestidos de Katy Perry, a barriga da Shakira, minha irritação com o Guns n’Roses e minha surpresa com Slipknot. Eu lembrei que eu gosto muito de System, mas na minha época de Adolescente espinhento era legal ficar balançando a cabeça feito um idiota mas assim como alguns livros infantis, só mais tarde e velho, tem se a noção do que estava sendo dito.

System é engraçado: É.

System é pesado: É

System é um som de lunáticos no manicômio: É.

Mas System também é uma banda de Heavy Metal que mistura uma porrada de gêneros em letras geniais. O álbum Toxicity é o mais bem acabado do começo ao fim. somente a música de abertura já é um soco no estomago:

(Following the rights movements/ You clamped on with your iron fists,/ Drugs became conveniently/ Available for all the kids… - I buy my crack, my smack, my bitch,/right here in Hollywood,)

(Trilhando o caminho certo você prendeu com seus punhos de ferro, Drogas tornaram-se convenientemente disponíveis para todas as crianças…. - Eu compro meu crack, minha heroína, minha puta aqui mesmo em Hollywood)

Depois vamos por passeio por toda a irreverência do grupo de descendentes armênios, com as clássicas Toxicity, Aerials, Chop Suey, Deer DANCE, Psycho, na verdade todas.

Um álbum definitivo. Abertura no rock in rio com Prison Song:

domingo, 6 de novembro de 2011

Pele que Habito, A – Pedro Almodóvar

 

a-pele-que-habito-2317 Sim, estou meio desaparecido, mas o meio do ano não instiga a criticar filmes espero retomar o bom ritmo nesse final.

Depois do fantástico Meia-Noite em Paris, da nova (nova) ressureição de Terrence Mallick como o ópio de Árvore da Vida e minha decepção com a Melancolia previsível de Lars VonTrier (que o mundo parece ter gostado), a duvida do ano era Pedro Almodóvar que em situação mais limite fez o mundo se dividir com o filme ao lado. Isso muito me lembra a estréia de Vicky Cristina Barcelona, em que o mundo pareceu entrar em consonância ao concordar que o pequeno Woody tinha virado Almodóvar.

Com distância e sabedoria que o tempo nos dá, Vicky não tem nada a ver com o diretor espanhol e muito mais com o nova iorquino mesmo, e como um deja vu a isso muita gente vai dizer que Pele que Habito não parece um filme do Almodóvar.  Mas tentando nos antecipar ao tempo, esse provavelmente é um dos filmes mais normais do espanhol, na parte estética, mas com um dos temas mais almodovarianos de todos os tempos.

Pele que Habito, é uma adaptação do romance Tarântula de Thierry Jonquet, que a princípio foi descrito como o primeiro trabalho de terror do espanhol, entretanto Além da Vida também assim o fora descrito no começo, fato é que esses diretores acabam sempre fazendo um híbrido dos gêneros com a própria característica que os marcaram. Nesse ponto devemos começara ver o filme na verdade como um suspense e por isso mesmo eu estou enrolando um pouco para começar a falar pois a história é muito simples e um dos segredos do bom suspense é que você saiba pouco sobre a história em si como explicou o mestre Hitchcock com o Psicose..

Numa casa afastada da população um cirurgião plástico dá uma palestra sobre o transplante de rostos numa universidade, e em sua casa a empregada alimenta uma prisioneira que veste um colante e faz ioga, enquanto espera passivamente a volta de seu algoz: O cirurgião interpretado por Antônio Bandeiras. Por que essa situação insólita? quem é essa mulher de nome Vera? Só há uma dica que é dada desde o início, ela se parece absurdamente com a falecida esposa do neurocirurgião. Acho que até já falei demais, mas esse é o fino tecido em que o filme se desenvolve: Há crimes do passado, sexo, personagens insólitos como o tigrinho (risos) e uma história que em certo momento parece uma coisa de ficção científica (transplantes de rostos eu só vi Naked Face do John Woo) e consegue ficar ainda mais estranha.

a pele2

No ponto do gênero o que eu quis dizer acima é que não é um filme de terror, pois não dá para se assustar em nenhum momento, nem mesmo há coisas grotescas na tela com esse intuito. No ponto do suspense também não tem nada que inspire a tensão, a reviravolta é bem orquestrada mas não chega a ser totalmente surpreendente, entretanto sempre conspira a favor é que todos os elementos do cineasta espanhol encaixam bem nesse história o misto de humor e drama, a estranheza das situações que é tratada com naturalidade, o relacionamento estranho desenvolvido que é verossímil, a belíssima  fotografia em cada frame e o eterno questionamento sobre a sexualidade humana nas entrelinhas, o que permite ver o filme como um alegoria também.

Se o filme tem uma falha mesmo não é ignorar o suspense que tinha sido prometido, mas sim em seu final não aprofundar a história em certos pontos, nesse ponto a história nunca se complica  ao extremo e posso até pensar que esse é um filme até mais light que os demais do cineasta. Mas sair do cinema querendo mais depois de 135 minutos de filme, e não notar o tempo decorrido, é coisa de mestre.

NOTA: 9/10

domingo, 11 de setembro de 2011

FESTIVAL DE VENEZA 2011

 

venice-film-festival-2011

Ontem foi anunciado os vencedores do festival de Veneza e para grande surpresa o filme de Roman Polanski aclamadíssimo desde de sua exibição, Carnage, foi totalmente esnobado pelo não menos importante diretor russo Aleksnadr Sokurov com FAUST que arrematou o Leão de Ouro na tarde de ontem.

Faust é o encerramento de uma tetralogia iniciada no final dos anos 90 com Molloch, Taurus e O sol. São filmes históricos que tentam captar por outros ângulos as personalidades importantes do século 20, mais especificamente do começo do século 20. Molloch se centra em Eva Braun e Hitler no inverno 1942, e no relacionamento entre os dois sem tocar na guerra diretamente. Taurus é a reconstituição das últimas horas de isolamento de Lenin e O sol se centra no final da guerra e as decisões do Império Japonês em seus últimos dias. Interessante é notar que Sokurov fez três filmes históricos mas encerra a trilogia com uma adaptação da clássica obra de Goethe.

 

Durante os dias do festival os chineses foram mal vistos, mas na reta final eis que o júri concede o Leão de prata a direção de Cai Shagjun com seu filme político-social Ren Shan Ren Hai. Bem diferente de qualquer coisa que já povo chinês, esse filme tem uma carga naturalista bem interessante e parece que foi exibido sem o aval da censura o que na china pode ser um problema… lembram o que aconteceu esse ano com Ai Wei Wei?

A Copa Volpi feminina foi o prêmio mais fácil de adivinhar, concedido a outro filme chinês “Tao Jie” (Uma vida Simples), pela interpretação de Deanie Ip como uma senhora idosa que foi babá a vida inteira e reencontra após muitos anos uma de suas criança já crescida.

Agora o prêmio de melhor ator foi concorridíssimo e foi concedido a estrela em Ascenção de Michael Fassbender por sua interpretação em Shame, sobre um homem viciado em sexo e solidão. Interessante é que fassbender concorria contra si mesmo no novo filme (esnobadíssimo) de David Cronenberg.

O prêmio de roteiro ficou com o grego Alps, um filme que por unanimidade foi taxado como “muito estranho”.

Terraferna , filme italiano que aborda a imigração na Itália, ganhou ainda um prêmio de melhor filme da crítica, A nova adaptação de O morro dos ventos Uivantes recebeu o prêmio técnico pela fotografia e o Prêmio Marcelo Mastroianni para novos talentos foi para o japonês Himizu.

Quem ficou de mãos abanando mas possivelmente veremos na corrida do ouro que inicia no mundo inteiro em Dezembro foram: Carnage filme de Polanski, filmado em tempo real sobre um desentendimento entre dois casais durante um jantar. Parece chato? Acho que deve ser no mínimo engraçado.

- A Dangerous Method de David Cronenberg que fugindo um pouco do estilo do diretor cria um filme de época que foca no encontra entre Freud (Viggo Mortensen) e Jung (Michael Fassbender) e o início da psicanálise, assim como o envolvimento de Jung com sua paciente (Keira Knightley).

- Killer Joe traz William Friedkin (O exorcista, Operação França) em boa forma novamente juntando o velho oeste com assassinos profissionais a la martin Scorsese.

- Texas Killing fields da Filha de Michael Mann, Ami Canaan Mann, pode vir a se tornar um clássico cult do policial:

E o filme de George Clooney Tudo pelo Poder faz um panorama interessante da poder político partidário nos Eua de hoje:

domingo, 28 de agosto de 2011

Árvore da Vida – Terrence Mallick

 

tree of life Ao contrário do que me aconteceu na resenha abaixo, Árvore da Vida cumpriu muitas das expectativas que geraram em torno dele sendo a principal, o de ser um filme que você ou vai amar ou odiar. Na sessão de cinema em que estava muita gente reclamou que quase dormiu, não entendeu e achou pretencioso. Assim como muita gente embarcou na viagem sensorial e, com certeza, espiritual.

Esse ano alias, tem muitos filmes preocupados em abordar a questão da crença e do pós-vida. É uma tendência que já é observada há algum tempo, sendo que a onda de espiritismo que se iniciou na década de 90 ainda não acabou e tem cada vez mais adeptos: Esse ano cinematográficos tivemos no cinema quase simultaneamente Além da Vida, Biutiful e Tio Boomie. O primeiro carregava três histórias que se intercruzam a respeito da vida após a morte, contudo o atrativo era ver como Clint lidava com esse elemento sobrenatural e apesar de ser um bom filme ele derrapa bastante. O segundo tinha no personagem de Javier Barden um diálogos como os mortos que aumentava seu drama e o terceiro é uma experiência muito louca sobre reencarnação e crenças asiáticas. Mas podemos colocar todos na mesma tigela pelo fato da temática no fundo ser “a vida após a morte” que pode resumir muitas das nossas crenças em divindades. Agora o ponto irônico, é que o filme de Mallick é o mais “cristão” dessa leva entretanto, o que na minha opinião o torna genial é que não há nada remetendo a essa temática “de vida após a morte”, e sim como nós seres humanos percebemos o mundo.

A percepção da natureza como divindade é algo que assombra a obra do cineasta americano. Nesse filme há uma inversão de pensamento ao distinguir a natureza real, como algo frio e mecânico, da graça, algo que poderíamos ver como um ponto de vista que quer encontrar algo dentro da natureza para se importar. Esse ponto já é apresentado no começo do filme e por essa caminho de luta entre essas duas instâncias é que os personagens vão se mover até a uma conclusão simbólica.

Esse é o tipo de filme para se ver no cinema pelas imagens e som, mas não se engane é um filme bem lento então esteja preparado. A estrutura apesar de parecer estranha é bem simples podendo ser resumida da seguinte forma: 1 – A família recebe a notícia de que um dos filhos morreu da década de 70, e passa pelo luto e descrença na vida a partir daí 2 – Jack (Sean Penn) é um homem amargurado do novo milênio relembrando no dias de hoje como a morte do irmão 3 – Em 15 minutos O filme mostra a evolução do Universo desde o Big bang até a extinção dos dinossauros 4 – A evolução da família na década 50-60 cujo o ápice é a tomada de consciência na vida de Jack, com 13 nos, flertando a vida tanto com a bondade e a maldade. 5 – Todas as gerações se encontram numa onírica que encerra o filme. Mas a partir daí eu consigo resumir 2001 da mesma maneira. O interessante é viajar e tem que Viajar.

As interpretações da história são várias, podemos afirmar que no fundo é a superação do luto numa família normal. Podemos dizer que a narração que questiona tanto Deus, no caso o “Father”, ele não aparece em nenhum momento de milagre a não ser se comparado a grande força criadora do Universo. Creio que o ponto seja as coisas que criamos para explicara Natureza em si, e não ve-la como um ambiente hostil e mecânico que nos governa sem sentimento. A Parte em que dinossauros aparecem pode ilustrar isso com mais perfeição e mais ainda na frase mais clara do filme dita pela Mãe: “Sem amor sua vida passa rapidamente” nesse ponto ele deixa sua câmera pender para o caminho da graça, que na visão do cineasta faz completo sentido.

Não creio que seja um filme propaganda como é Nosso Lar, tanto porque há ideias demasiadamente modernas para ser aceitas pelos teólogos da Igreja. Entretanto arrisco ainda uma interpretação perigosa, toda a história do filme é uma reinterpretação moderna da bíblia: Está tudo lá A criação, o sacrifício do Filho, a briga do homem (Jack, o nome mais normal possível dentro da língua inglesa) com seu Pai (que não tem nome) e até mesmo o fim do mundo dentro de um sonho. Só o fato dos personagens não terem um nome próprio já remete a alegoria, assim como o Anticristo, mas é algo que ainda preciso desenvolver melhor, entretanto~nãos e enganem eu sou agnóstico mas não ignoro os significados simbólicos e humanos que a Bíblia tem na cultura ocidental.

Ainda acho que o melhor filme do diretor é Além da Linha Vermelha por ser mais redondo e profundo, concordo com as interpretações negativas de que o filme só parece ter um complexidade mas não tem, contudo não acho que isso seja um ponto negativo, alias fiquei bem surpreso por ele ser mais “fácil” do que eu esperava. Acho que o Sean Penn poderia ser cortado do filme facilmente, pois sua parte é meio inútil, mas no todo achei uma experiência realmente muito boa e diferente, em tempos em que o mundo é refletido como um lugar sombrio (e é mesmo) com maestria, são poucos os filmes que falam o contrário sem cair na pieguice.

Recomendo mas tem que ter mente aberta.

NOTA: 9/10

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Melancolia – Lars Von Trier

 

MELANCOLIA Quando Lars Von Trier apresentou seu novo filme em cannes desse ao, o que sempre foi um grande evento dentro da Riviera se tornou no maior evento evento dos últimos anos quando na conferência com os jornalistas o fantástico senso de humor, ou falta de, entrou em cena nas declarações exaltando Hitler e ao nazismo. Com certeza fazer piadas desse calibre no Brasil, na Argentina poderiam sair um pouco menos ofensivas, mas na Europa em especial na França traumatizada pela “ajuda” aos alemães na guerra e com um diretor judeu, iria dar merda. Lars foi expulso, se disse depressão e anunciou um pornô. THE SHOW-MAN!

E eis que durante essa época eu fiquei me indagando que as pessoas falavam mais disso do que do filme em si. Estava frustrado com a falta de informações do filme em si, mas na pré-estréia de ontem eu entendi que o dinamarquês não dá ponto sem nó. Todo o teatro do Reich tentou e conseguiu fazer uma coisa bem simples, esconder que o filme É bem ruim.

Olhem eu sou o cara que foi a defesa do Anticristo, que apesar de achar DogVille e Dançando no Escuro um tanto quanto extensos, não tirava estrelas pelas histórias bem construídas dos filmes, especialmente pelo seu final. Que por mais de não simpatizar com um diretor que se considera “o melhor diretor do mundo”, não deixava isso afetar minhas críticas aos filmes. Contudo tenho que admitir não dá para engolir Melancolia, onde todas as falhas do cineasta emergem para uma projeção que além de fraca é chata.

O filme começa com belas imagens em câmera lenta, a ópera de Wagner estremecendo a sala de projeção. Aquela grandiloqüência que já virou marca do diretor. Ótima abertura, um tanto surreal e confusa. você se pergunta o porquê mas assim como no Anticristo ela deve ser explicada mais pra frente. Primeira parte: JUSTINE. O casamento de Justine (Kristen Dunst) e a festa organizada pela família que incluem uma irmã obcecada por controle (Charlotte Gainsbourg); Um noivo submisso; Um chefe filho-da-puta; uma mãe niilista. um pai bonachão e um cunhado podre de rico que só pensa em dinheiro. Uma família pronta para tornara noite um inferno, cheio de personagens planos que servem para banalizar a instituição do casamento. Até aí temos um filme nota 7, mas a noiva começa a pirar no potato e o casamento bate incríveis recordes de separação. Esquisito.

Chegamos a parte dois, alias eu não entendi porque o filme foi dividido em duas partes, mas enfim parte dois CLAIRE. E aí amigo, tudo saí fora dos trilhos e filme descarrilha para o arrastamento da história, a FC mais fajuta já contada e o pior de tudo é que a história é óbvia, insuportavelmente óbvia e ainda assim é explicada com todas as palavras para que até um recém nascido-entenda o que Lars von Trier quer dizer. No enredo algum tempo depois Justine está num estado catatônico, que podíamos dizer que é devido a uma (adivinhem?) melancolia com relação ao mundo, ao mesmo tempo foi descoberto um planeta escondido atrás do sol (??) que está em rota de colisão ou não (??????) com a Terra. Você decide Tony Ramos pergunta. Justine acha que a terra é má e vai fazer kabum, Claire não quer acreditar nisso. Ah, sim… o nome do planeta: Melancolia.

A primeira parte e a segunda se juntam de uma maneira…original, mas bem fraca da maneira como é apresentada. As pessoas estarão certas ao afirmar que não É uma FC, e que melancolia é uma metáfora do mal que vai destruir a terra. O que está certo mas também é fato que o planeta existe dentro do filme e este se propõem a ser uma FC, mas ao contrário de Tarkovsky que criou filmes extremamente filosóficos respeitando o gênero (Solaris, Stalker, O Sacrifício) Von Trier esquece do gênero e se foca no medo da personagem de Claire, contudo essa parte destoa tanto da primeira e se alonga tanto que o que era para ser a terrível dor perante o abismo se transforma numa queda que nunca chega ao fundo se tornando maçante. E a grande mensagem chocante de Lars, que nunca falta, também se perde pois se formos resumir poderia ser assim: Um filme com uma mensagem claramente niilista e ateia, que se pauta numa explicação mística. É difícil engolir.

Kristen Dunst está ótima. É o único papel com profundidade do filme, o resto são personagens bem simples que querem mostrar como o mundo é mal. Contudo mesmo o roteiro sendo simples, mesmo a proposta sendo a princípio original e a atriz estar bem no papel ninguém pode brilhar mais que Von Trier. Então temos primeiro os adornos dispensáveis, a câmera lenta, a divisão em partes, as cenas belas que não se encaixam mas são bonitas (Kristen Dunst nua sendo banhada pela luz azul do planeta chegando, linda… e dispensável. Mostra o óbvio novamente). A gratuidade de torturar a personagem de Dunst. Depois temos as cenas do cotidiano dispensáveis que atrasam o filme e demonstram como Lars realmente não tem ritmo para contar uma história “normal” pois essa é sua história mais normal.

E o calcanhar de Aquiles é a simplicidade da trama, se em Dançando ninguém imagina que no final Bjork é enforcada, em Dogville vai haver uma chacina ou todas as cenas fortes de Anticristo, aqui não há nada. A mensagem de desesperança não é uma coisa chocante e sem o choque o cinema de Von Trier é reduzido ao excesso de sua mão pesada na cotação da historia e aí todos as outras falhas emergem e vira uma meleca.

Foi a grande decepção do ano até o momento. Só salvo a Kristen Dunst e a cena final. que é linda do ponto de vista visual e encaixa com a proposta do roteiro, mas de novo. É ÓBVIO. É IRRITANTEMENTE OBVIA. Agora vem o pornô. Felação em close em câmera lenta… Bem pode ser interessante.

NOTA: 3/10

quarta-feira, 6 de julho de 2011

domingo, 8 de maio de 2011

X-MEN – Primeira Classe

 

x-men Confesso que não sou fã da cinesérie dos X-men nos cinemas. Os dois Primeiros filmes foram muito bons em termos de filmes de ação e aventura, mas sempre ensaiaram algo maior que nunca aconteceu. O Confronto Final e Wolverine, não tem as mesmas qualidades nem de roteiro (especialmente nesse quesito) nem de direção.

O que realmente nunca me agradou foi a falta de respeito com a origem de alguns personagens como Gambit (basicamente um trambiquei-o), Vampira (patética, nunca chegaria a ser a mulher mortal que levanta toneladas), Noturno (simplesmente mal aproveitado), Deadpool (o mais gritante, completamente estragado), entre outros sem contar o final non-sense com mutantes sem poderes e o Ciclope e Fênix mortos.

A Fox continua fazendo filmes… (e algum dia talvez eu conte por que eu não gosto da Fo) mas quanto mais eu vejo cenas do novo exemplar, mas eu tenho esperanças que a evolução X2 finalmente chegue com esta prequel.

Primeiro ponto – O roteiro parece ser bem interessante.

Segundo ponto – Os dois atores são muito bons James MacAvory (Desejo e Reparação) como Xavier e Michael Fassbender (Bastardos Inglórios) como Magneto.

Terceiro ponto – Não há muitos personagens clássicos para se “estragar”, não sendo hard-core não deve decepciona nesse quesito. A “primeira classe” é composta de Mística (a bela Jennifer Lawrence de Inverno da Alma), Banshee (Caleb Landry jones de Último exorcismo), Destrutor (Lucas Till, visto recentemente no fraco Invasão do Mundo) e Fera (Nicholas Hoult de Direito de Amar). Há também a Rainha Branca interpretada por January Jones de Mad Men, ou seja é um time de novos atores bem promissores.

Essa semana caiu o trailer final:

Trailer Oficial

e feauturetes dos personagens:

Mística

 

Destrutor
Fera
Banshee

A melhor parte é que a direção é de Matthew Vaughan de Kick-ass, ou seja tem tudo para ser o melhor filme dos X-men.

Estamos aguardando.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Cannes 2011

 

festival-de-cannes-2011

Entre 11 e 22 de maio acontecerá um dos grandes ventos do cinema, talvez o maior depois do Oscar: O Festival de  Cannes. Se o Oscar é  festa que celebra Hollywood e a indústria americana em toda a sua potência, Cannes é o grande festival dos europeus e filmes autorais, como definiria nos querido Truffaut.  Nos últimos dois anos a seleção fora criticada por falta de títulos significativos sendo a praticamente desconhecida seleção do ano passado, que premiou o belíssimo e estranho Tio Boomie, mas que passou desapercebida. Esse ano pelo contrário temos uma grande quantidade de feras em campo e expectativa é ampla. Esse é um pequeno guia do esperar de Cannes:

Competição oficial – São todos os filmes que estão lá basicamente para competir pela Palma de Ouro.
- La Piel que Habito – (A pele que habito) Pedro Almodóvar (ESP). O Longa de terror do mestre espanhol é muito aguardado. Primeiro pelo reencontro Antônio Bandeiras e Almodóvar. Segundo por ser baseado em livro singular, Tarântula, cuja a história transita pela estranheza e sexualidade, temas preferidos do diretor. Terceiro por ser Almodóvar se aventurando em novo terreno cujo o resultado deverá ser no mínimo singular.
- L'apollonide (Souvenirs de la maison close) - “Memórias de um bordel” Bertrand Bonello (FRA)
-  Pater - “Velho” - d'Alain Cavalier (FRA)
- Hearat Shulayim - “Rodapé” - Joseph Cedar (ISR) – Apesar de vir de Israel, não é um filme político a princípio. é historia de rivalidade entre dois professores, pai e filho, perante os anos que se passam. Parece ter um vínculo mais emocional.
- Once upon a time in Anatolia – “Era uma vez em Anatolia” - Nuri Bilge Ceylan (Tur)
- Le gamin au vélo - “O Rapaz da Bicicleta”- Jean-Pierre et Luc Dardenne (BEL)
- Le Havre - “Aveia” - d'Aki Kaurism€ki (FIN)
- Hanezu No Tsuki - Naomi Kawase (JAP)
- Sleeping Beauty - “Bela Adormecendo” Julia Leigh (AUS). Uma universitária entrando em uma mundo erótico e sensual. Um conto d fadas revisitado na modernidade e não Garota da Capa Vermelha, tem Emily Browning (Sucker punch) mas esperamos ve-la atuando dessa vez.
- Polisse - “Pomada” - Ma¯wenn (Fra)
- A Árvore da Vida - Terrence Malick (EUA) O Thomas Pynchon do cinema americano, seu rosto é pouco conhecido e suas obras tem uma complexidade visual inigualável. Brad Pitt é um pai bruto da década de 60, Sean Penn está em crise no mundo atual, há mensagens ecológicas, muito provavelmente uma aura divina envolvendo a todos assim como no Além da Linha Vermelha, e segundo a lenda há dinossauros tb. Seria 2001 de Mallick ou a grande decepção do ano.
- La Source des femmes -  O Oráculo das Mulheres” - Radu Mihaileanu (ROM)
- Hara-kiri: Death of a Samurai – “A morte do Samurai” Takashi Miike (JAP) Esse é um dos primeiros filmes japoneses em 3d é uma história de samurais e promete ser no mínimo interessante
- Habemus Papam - Nanni Moretti (ITA) Ele já fez o mundo chorar com o Quarto do Filho, parece que vem mais light para Cannes esse ano, ou pelo menos o filme parece ser bem humorado. Um dia do papa sem ser papa pode significar muito. Não sei porque me lembra o discurso do rei. Não sei se isso é bom ou ruim.
- We need to talk about Kevin - “Precisamos falar sobre o Kelvin” Lynne Ramsay (ING). O livro é um soco no estômago e sendo um filme de estréia em Cannes podemos esperar muito da história de uma mãe tendo que lidar com um menino com distúrbios psicopatas
- Michael - Markus Schleinzer (ÁUS). Outro Primeiro filme, a história ainda é um mistério.
- This must be the place – “Deve ser este lugar” -Paolo Sorrentino (ITA)
- Melancholia - Lars Von Trier (DIN). Lars vai na linha de Tarskovsky e cria um filme de Fc para discutir questões familiares como no clássico Sacrifício. aqui Kristen Dunst entra em crise logo após o casamento enquanto um planeta chamado Melancholia entra em rota de colisão com a terra (?!)
- Drive - Nicolas Winding Refn (DIN/EUA)

Infelizmente eu não consegui informação de todos, pois muitos serão surpresa no dia. Espero um dia poder cobrir isso ao vivo, mas por enquanto vamos tentando superar as distancias físicas.

domingo, 1 de maio de 2011

Thor – Kenneth Brannagh

 

Thor_Film_Poster3 E não é que melhor do que eu imaginava. Quando assisti uma montagem ilegal apresentada na Comicon do ano passado fiquei com o pé atrás… alias, muito atrás com relação ao filme do Deus Nórdico. Parecia uma história fraca, dirigida por Kenneth que não é um cara de filmes de ação, e o visual me pareceu estranho. Fico feliz de ter me enganado e muito, a historia respeita o original e é muito bem construída, Kenneth fez um ótimo trabalho nas sequências de ação e o visual é realmente estranho mas belo.

A história gira em torno do personagem de Thor no caminho de aprendizado do guerreiro, prestes a ser coroado sucessor do trono quebra a trégua de milhares de anos com os Gigantes de Gelo, como castigo é enviado a uma outra dimensão, a nossa, para aprender a humildade e sabedoria necessária para se tornar um rei e consequentemente um herói. Essa história básica é encarada com bom humor e carisma pelo protagonista, o ainda desconhecido Chris Hensworth, como uma obra trágica de Ésquilo ou Shakespeare. A jornada não é fácil e necessita de sacrifício, além de um romance com Natalie Portman .

Entretanto o “truque” de Thor são seus coadjuvantes e um vilão magnífico, exatamente por não ser um vilão óbvio. Do lado divino, Anthony Hopkins sempre com classe em seus papéis faz um Odin-sábio, Idris Elba com um desempenho vocal ótimo cria um personagem carismático, assim como o quatro amigos do herói com destaque a bela Jaimie Alexander como a guerreira Sif. Do lado humano Stellan Skarsgard faz o sábio amigo e mentor da personagem de Natalie, Kat Dennings traz uma personagem engraçadíssima em cena e parecem estar todos se divertindo com a história. Agora meu destaque vai para o ainda desconhecido Tom Hiddleston, com seu Loki, um dos vilões mais complexos que essa geração de filmes super-heróis trouxe. Sua história é trágica, seu plano não é óbvio e traz muita humanidade a seu personagem: Um ator para se ficar de olho e um vilão, que conforme o easter do final revela, que dará muito trabalho ao Vingadores no tão aguardado projeto.

A fita tem tudo o que uma boa história deveria ter e todas qualidades de uma super-produção com exceção de alguns trajes dos asgardianos que poderiam ser melhorados. Mas no todo THOR é grande diversão e peça chave no quebra cabeça dos Vingadores.

Nota 9/10

domingo, 24 de abril de 2011

Cópia Fiel - Abbas Kiarostami

 

copia fiel Quando um diretor cult faz algo totalmente diferente acaba dividindo opiniões. O diretor iraniano sempre foi conhecido por fazer um cinema muito mais próximo da realidade sem perder as noções poéticas da sétima arte, muito provavelmente porque por viver em um país em que a política é sempre presente a obra de Kiarostami acabou pendendo para este lado, e eis que em sua primeira produção européia ele faz algo que escapa das armadilhas do óbvio e entrega uma obra que demora a cair no gosto mas é igualmente fascinante.

Falo que demora a cair no gosto pois saí meio atordoado da seção sobre o que acabara de ver em tela. Não é um filme social, certamente passa bem longe da realidade mas tem muita sensibilidade dentro de uma situação comum: Um escritor de arte inglês (William Shimell) encontra uma mulher francesa que é sua fã (Juliette Binoche) num vilarejo italiano para um tarde com ela antes de voltar a sua casa na Inglaterra. O filme lembra muito o Antes do Amanhecer com planos longos seguindo os personagens em sua conversa por uma cidade histórica italiana. O tema da conversa é teórico da arte do que sentimental. O personagem de William Simmell escreveu um livro que complica a questão da cópia na antiguidade, e que seu valor com cópia  por vezes é até superior a da original. A personagem de Binoche concorda em parte com essa teoria mas tem suas ressalvas sempre trazendo a discussão para um alegoria da realidade.

Para exemplificar os dois pontos deixe-me, brevemente, expor duas cenas:

William Shimell fala em certo ponto que as características fundamentais da obra de arte são originalidade, o artesanato e técnica empregadas. As arvores vistas no caminho a cidade tinham todas as características apresentadas mas ninguém as considera obra de arte, agora se uma das árvores estivesse dentro de uma galeria seriam “analisadas”. Esse discurso lembra muito os grandes teóricos da arte como Gombrich, Peter Bruguel entre outros. Eu achei interessantíssimo, mas aposto que muita gente pode achar maçante.

Juliette Binoche concorda com o discurso maçante do escritor inglês e lhe dá várias cortadas em dado momento ela se irrita com a visão simplificada que ele tenta vender a ela, e diz que tudo isso era indo nos livros e na teoria, mas na vida real não se pode olhar as coisas com tamanha simplicidade, a vida real é complicada. O ponto de vista de uma pessoa normal. Dito isso os dois vão expondo seus pontos de vista em relação á cópia, Shimell acha tão importante quanto a original. Binoche acha um belo trabalho, mas o original é melhor.

Seria um filme teórico se o diretor não tivesse a genial ideia de fazer o espectador sentir essa fronteira obscura da cópia/original quando numa certa cena de café eles passam de totais desconhecidos há marido e mulher, sem qualquer aviso ou explicação do diretor. Pior que isso, um casal em crise que vai se aprofundando cada vez mais nos estranho mundo do relacionamento homem e mulher e aí os dois atores dão um show.

Depois você fica pensando se eles não eram desde o início um casal, mas há diversas cenas que comprovam o estranhamento dos dois e do nada eles começam a interpretar um casal, mais pra frente esse relacionamento ainda sofre outra mudança de intensidade e a melhor palavra para descrever essa mudança é que elas são estranhas. Então diretor como Abbas com seus fãs acostumados com um estilo “realista” ainda que imaginativo, se deparam com um filme que está muito mais ligado a uma estética Lynchiana do que tudo que já fora feito pelo diretor, e eu fico vendo gente que amou e achou genial (EU!) e pessoas que odiaram do fundo do coração, um divisor de opiniões mas que é impossível ficar parcial em relação a ele.

nota: 9/10

domingo, 20 de março de 2011

A última sessão de Cinema: Queimada

belasartes2010

 

Depois de uma briga muito bonita desde o começo do ano, vindo desde a perda do patrocínio há mais ou menos um ano, o Belas Artes fechou suas portas na última quinta-feira. Frequentador do lugar há alguns anos, já tinha escrito com muito pesar meus sentimentos para com o ocorrido. Logo após, o início da ação de tombamentos, as sucessivas manifestações e reuniões entre o proprietário e André Strumm indicavam um horizonte de paz. Entretanto a ação será votada mês que vem, as ações continuam e não houve acordo entre as partes. Sendo que o fechamento ocorreu na madrugada do dia 18.

A última noite do cinema foi acompanhada por clássicos, choro dos funcionários e um encontro de cinéfilos freqüentadores do lugar que abrangiam todas as idades possíveis. Os senhores e senhoras que provavelmente virão o cinema abrir, até adolescentes ainda trajando a roupa do colégio. Algumas personalidades famosas cedendo entrevistas a todas as emissoras presentes (e eu creio que foram todas mesmo), algumas pessoas tímidas com o semblante de tristeza que acompanhou o tom da noite. André diz que queria fazer o festival “para não fazer deste dia um dia triste, mas mais uma homenagem ao cinema”. Em todo caso era difícil não lembrar que aquela era “última sessão de cinema”. muito triste, mas o plano segundo o mesmo é esperar o tombamento e se o proprietário do imóvel quiser reiniciar a conversa, eles estariam dispostos. Se o tombamento não sair já se está cogitando outros espaços para receber o cinema. E encerrou seu discurso dizendo “O Belas Artes não vai acabar”. Eu acredito e imagino que todo mundo aplaudindo na sala de cinema também. Dito isso fomos ao u´ltimos filme. Escolhi para ver Queimada (1969) de Gillo Pontecorvo. Apesar da excitação de ver Doce Vida na tela grande ou O leopardo, quis me arriscar em algo diferente. E não poderia ter sido melhor o diretor de A Batalha de Argel, criou um filme extraordinário que eu vou colocar também na categoria de esquecidos, pois merece ser mais visto.

queimada

Sendo Gillo diretor sobre do célebre documentário o ponto de vista dele sempre é político e esse não seria diferente. Marlon Brando (o grande) loiro e com sotaque inglês, interpreta William Walker, um oficial britânico muito interessado em um ilha fictícia no Carie, chamada Queimada, a ocupação é portuguesa e o regime é escravista. Como na história oficial, na época Portugal continuava com seu regime feudal nas colônias e a Inglaterra era seu inimigo marítimo. William tem a missão de incitar uma revolta entre os escravos para primeiramente tirar o Estado português da jogada, depois para criar um estado nacional que negocie a venda de açúcar com a Inglaterra, por meio de mão de obra assalariada.

O personagem de Brando por meio de uma intervenção indireta, acha na figura de José Dolores (Evaristo Márquez) um instrumento para liderar uma revolução contra o Estado, ao mesmo tempo em que convence os políticos da região a declarar independência. Alguns confrontos e discussões depois, Queimada é declarada livre, os aristocratas do país criam um governo e os revoltosos de José Dolores se tornam trabalhadores assalariados. Nessa primeira parte do filme é muito interessante ver como o pensamento se desenvolvendo e a construção do revolucionário por meio de José Dolores, que de carregador se torna um ladrão d bancos, líder uma milica e depois de um exército. Ele acaba se afastando do governo por não saber o que fazer e esse talvez tenha sido o seu pois o filme tem uma segunda parte mais sombria.

10 anos depois William Walker volta a Queimada com uma nova missão, matar José Dolores, pois apesar da organização social ter mudado em Queimada e não existir mais um regime escravista, a discriminação e condição de sub-vida  continuava a existir o que criou uma nova revolta, agora uma guerra civil  no país. Aí Gillo utiliza todo o seu estilo documental para demonstrar a guerra que se instala por motivos comercias. Pois além da guerra, não há trabalhadores nos campos de cana-de-açúcar. Antes amigos, agora inimigos, com uma grande diferença William tem recursos e é uma estrategista, contra homens que só tem a coragem como forma de resistência: É um massacre.

William de Marlon é um vilão, ou anti-herói clássico. Você adora ele, mas suas atitudes são terríveis. José Dolores é o herói de formação, corajoso, um tanto inocente e lutando uma guerra. É um filmaço, extremamente sombrio, extremamente real e principalmente para nós é um filme que mostra como a sociedade ocidental, construída sobre o escravismo e exploração, é uma barbárie mais controlada, mas ainda é a barbárie. Em certos pontos podemos ver no personagem principal as ideias e críticas de Gillo Pontecorvo claras como a luz: “A civilização no momento é governada pelos brancos. Saiba usá-la José”; “o que é mais prático? Uma mulher ou uma prostituta? A mulher você tem que dar casa, comida, carinho, atenção. A prostituta você só paga pelo serviço quando quer pelo tempo que quer. O que vale mais uma sociedade com escravos ou com trabalhadores?”. É duríssimo ver essas frases e entende-las pois alguns conceitos estão enraizados no pensamento ocidental de maneira quase impossível de se apagar.

Então o que vale mais? Um cinema com acervo cultural ou uma loja qualquer? Nosso bom senso cultural com certeza nos faz escolher a primeira opção, mas não se enganem nós somos no final poucos, também conheço uma porrada de gente que não se importa de perder esse cinema desde que haja um bom negócio envolvido. O tombamento não é certo e devemos torcer para. O cinema não deveria fechar, mas o está fechado simplesmente porque alguém vai pagar mais pelo espaço na Consolação. Se é 1 real ou 500 mil dólares independe. Um cinema está morrendo por um interesse comercial que vem desde a colonização de exploração que este filme retrata com realismo exemplar, é o mesmo pensamento atualizado. Que o Belas Artes vai continuar existindo eu não tenho dúvidas, mesmo que em outro endereço, mas a questão é mais longa pois se ele mudar a briga foi perdida, a cultura perdeu mais uma para o Dinheiro, e isso não devemos deixar. Para todos que ainda estão se manifestando á respeito eu continuo firme no pensamento: TOMBAMENTO JÁ.

domingo, 13 de março de 2011

Em um Mundo Melhor – Susanne Bier

 

em um mulndo melhor Qual violência é justificável? O fraco que levanta contra o opressor? A violência como forma de justiça? A vendeta que concretiza uma satisfação pessoal? As situações em que ela é a única solução? Então pensemos qual violência não é justificável. A dos opressores com certeza. A feita exclusivamente por diversão. A violência que traz a morte sem significado. A violência como a demonstração de status social? O filme ao lado  aborda todas elas e meio que joga para os dois lados. Não condena e não idolatra. Em um mundo melhor, apesar de já dar de bandeja as reflexões do filme no título nacional, é uma belíssima reflexão sobre a violência no ser humano e como isso é um fruto da nossa natureza quase impossível de se escapar.

São duas histórias paralelas que por mais que sejam a antítese uma da outra, vão se chocar inevitavelmente. De um lado temos o médico Anton que trabalha em um campo de refugiados em algum país africano. Obviamente a realidade que ele encontra nesse país é das mais tristes mas sem cair no lugar comum de explorar o sofrimento dos países da África em Guerra civil. Na Dinamarca temos Christian, um menino de 12 anos que acabou de perder a mãe e odeia o pai, ele se muda para um novo colégio e faz amizade com um outro menino que é alvo de chacotas da escola inteira.

O roteiro vai cruzar as histórias pois Anton é pai de Elias, o menino surrado. Mas mais interessante que o cruzamento é como elas evoluem discutindo todas as questões que levantei acima. Na África o médico recebe várias mulheres a beira da morte violentadas pelo guerrilheiro local “O Machão”. Ele basicamente aposta qual é sexo do bebê e abre as mulheres para ver. Anton é um pacifista ainda assim, não crê que o revide resolva nada e quer passar isso ao filho. Por sua vez Elias cada vez mais influenciado por Christian vai no caminho contrário. Pois juntos eles espancam o valentão da escola e com isso são deixados em paz, encontrando uma fórmula mágica: Quem bate mais forte ganha. Essas duas histórias vão ser testadas ao limite, enquanto Anton tenta manter seu pacifismo em meio a brutalidade, seu filho vai de encontro a violência para resolver sua vida.

A história em si apresenta as duas visões sem defender uma forma correta, mas o filme acaba tendo um final que cede para um dos lados. É um melodrama com cenas maravilhosa e devo destacar também que todos os atores são ótimos. Ganhou a maioria dos prêmios internacionais do começo do ano com justiça e acaba fornecendo mais reflexão do que eu esperava. Não creio que seja um filme moralizante, creio que é uma bela história contada com muito afinco para não levantar nenhuma bandeira. Muito bom.

NOTA: 9/10