segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Pós-Oscar

 

O Oscar encerra a temporada de prêmios com a elegância de sempre e um conservadorismo que fazia algum tempo não ver ntre os membros da Academia. podemos dizer que houve de tudo um pouco, mas a sobremesa mais apetitosa foi para aquele concorrente mais tradicional da Academia de Artes e Ciências: O filme de época, tecnicamente bem feito com uma história de superação física de algum personagem. Nada contra. eu gostei de filme e creio que o Oscar de Mlehor Filme para o Discurso do Rei está entregue em boas mãos.

Entretanto devo fazer uma adendo. Se em um Universo paralelo fosse outro ator que fizesse o Rei, não creio que o filme chegaria tão longe. Tal como Uma Mente Brilhante, Rain Man, Meu Pé Esquerdo esse é um filme de ator. Uma única atuação extraordinária eleva o filme as alturas. Um dos grandes baratos do cinema é ver como às vezes um elemento consegue transformar por completo um filme, ás vezes é roteiro (Charlie Kauffman), as vezes uma montagem inovadora como Amnésia e as vezes é um ator qe transforma uma história simples em algo divertido e profundo. Firth é o grande responsável pelo sucesso da crítca e do público, contribuiu e muito para a consagração na noite de ontem e fez o belo roteiro ser agraciado também. Entretanto o prêmio para Tom Hopper é algo que me chocou profundamente na noite de ontem. Ele não é ruim, mas não é tão bom. O que ele faz em O Doscurso do rei é arroz-com-feijão como diria minha vó.

Eu só consigo pensar Truffaut nesse momento. Eu adoro ele como cineasta e crítico, e sua teoria sobre a autoria do diretor é um dos marcos do cinema e carro chefe na Novelle Vague francesa e era totalmente válido, entretanto isso se difundiu na cultura geral e virou um mandamento mesmo que já tenham esquecido que começou com toda essa Teoria do Auteur. Enfim… A Academia também acha que se um filme é merecedor do Oscar, seu diretor também. É um pensamento que está certo umas 70 % das vezes, mas no cinema moderno outras instancias as vezes são mais importantes que o próprio diretor para a constituição do filme. E ai pr mais que você tenha gostado de O Discurso do rei. Como dizer que Hooper fez um trabalho, ou mais autoral que Fincher, Aronovsky, Os Cohen ou o injustiçado do Christopher Nolan? Foi o prêmio de ontem. Como escrevi no twitter foi como se John Datton tivesse ganhado ao invés de Spielberg ou se Paul Haggis tivesse passado à frente de Ang Lee.

Isso aqui também foi o momento desbafo pois Finhcer para mim é um dos grandes diretores de sua geração: Seven, Clube da Luta, Zodíaco, Curioso Caso de Benjamin Button e gostando ou não da rede Social, o trabalho que ele faz no filme é notável.

Bem… bola pra frente que atrás vem gente. Prêmios estranhos não houveram muitos, mas posso dizer que me surpreendi também com A Origem ganhando de Bravura Indômita na Fotografia e perdendo na Trilha para A Rede Social. Mas não é tão estranho. alias Bravura acabou ficando zerado… uma pena. O filme é muito bom, mas o trabalho de marketing da Paramount foi bem ruim.

Tinha uma certa esperança após o escândalo de duas semansa atrás de ver Hailee Steinfeld ou Helena Bohan Carter premiadas, contudo nova surpresa Melissa Leo passou por cima do escândalo e faturou o prêmio com uma atuação boa… mas a Hailee estava melhor. em todo caso pelos níveis de aplausos para cada uma foi na trave.

De resto foi uma cerimônnia típica do Oscar. Um pouco mais séria pois os apresentadores apesar do bom humor não são Alec Baldwin ou Billy Cristal. O palco era um espetáculo e não houve nehuma Bjork vestindo um cisnei, o máximo foi uma Cate Blanchet com um vestidorosa com amarelo bem esquisito.

E vamos ao ano que vem. Previsões de Hugo Cabret de Scorsese, Vida de Pi de Ang Lee, e os HomeNs que não amavam as mulheres do injustiçado Fincher nas principais categorias ou pelo menos arranhando.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Oscar 2011 – Quem vai ganhar e quem deveria ganhar.

 

Depois de resenhar os 10 filmes que concorrem a estatueta vamos fazer as considerações e apostas. Minhas apostas são aqueles que eu acho que ganharão e quem eu acho que deveria ganhar é algo pessoal.

FILME:

Quem vai ganhar: O Discurso do Rei – Ganha Terreno todo o dia. Tem um ator excepcional. É um filme de época. Um personagem com deficiência e é uma graça, a receita da Academia para oscarizáveis.

Quem deveria Ganhar: Cisne Negro – Conciso e intenso. Lembra a estrutura e Réquiem para um Sonho, sendo um primo estético dele. É um filme difícil, mas consegue agradar a todos e uma história que consegue condensar o Lago dos Cisnes e ser uma reflexão sobre a arte, creio que envelhecerá melhor que todos os demais.

 

DIREÇÃO

Quem vai ganhar: DAVID FINCHER – O Diretor do Discurso do Rei faz feijão-com-arroz, por isso como os dois filmes estão pau-a-pau devem dividir entre premiando a merecida direção de Fincher, assim como em 2005 fizeram com Ang Lee.

Quem deveria Ganhar: Fincher mesmo, apesar de apreciar muito Aronovsky. O Fincher merece um Oscar a algum tempo.

ATOR

Quem merece e vai ganhar: Colin Firth Soberbo, todas as nuances e trejeitos sutis que coloca no personagem tornam sua atuação, o grande trunfo de O Discurso do Rei.

ATRIZ

Quem merece e vai ganhar: Natalie Portman, que faz uma personagem que já não consigo imaginar como outra atriz. A desintegração psicológica  e emocional de Nina é sentida na carne com Portman.

ATOR COADJUVANTE

Quem merece e vai ganhar: Christian Bale. O Vencedor é bonitinho, contudo é a interpretação de Bale que dá todo o tom de superação da obra. Ele também emagreceu 12 quilos e a transformação é realmente impressionante.

ATRIZ COADJUVANTE

Quem vai ganhar: Helena Bohan Carter. Pode parecer azarão, mas ela é bem vista pela Academia, ganhou o Bafta e o fato do filme estar subindo pode desbancar sua principal rival Melissa Leo, que fez o favor de fazer uma auto-propaganda muito prejudicial.

Quem merece ganhar: Na verdade a categoria está aberta a todas as concorrentes, entretanto a grande atuação dentre as damas e da pequena Hailee Steinfeld. Atuando como gente grande, deixa Jeff Bridges e Matt Damon (ótimos) de lado e segura o western dos Cohen nos dentes.

ROTEIRO ORIGINAL

Quem vai ganhar: O Discurso do Rei. Deve-se tirar o chapéu que pela proposta poderia sair algo bem chato e o roteiro equilibra muito bem a história m si com um senso de humor notável.

Quem deveria ganhar: A Origem. Além de ser original mesmo, em dado momento os caras colocam três realidades sonho simultâneas na história sem perder o fio da meada, mas a Academia odeia FC.

ROTEIRO ADAPTADO.

Quem vai ganhar: A Rede Social. Aaron Sorkin é o rei do diálogo, já ganhou uma porrada de coisas com The West wing e aqui faz uma trama ligeiramente quebrada e dinâmica.

Quem deveria ganhar: Toy Story 3. Não sei da onde vem adaptação proposta, mas para uma segunda continuação a história tem o timing certo e originalidade de fechar a série com estilo.

FILME ESTRANGEIRO.

Só vi o Biutiful até o momento. Se ganhar, apesar da torcida contra, não será injusto.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Oscar 2011 – O Discurso do Rei

 

DISCURSO DO REI O príncipe Bertie (Colin Firth) falha em se comunicar com a população, é sinônimo de chacota real pois tem uma gagueira incontrolável toda vez que necessita fazer um discurso ou fica nervoso. Ele tenta vários especialistas em vão, e apesar de já não achar que pode se curar, sua mulher é persistente (Helena Bohan Carter) e consegue-lhe um médico austríaco com uma técnica peculiar, que pode muito bem ser um charlatão (George Rush). Entretanto  os dois desenvolvem um relação que ultrapassa as classes sociais e preconceitos, especialmente quando Bertie assume a posição de Rei, vide que seu irmão Eduardo VIII resolve pular fora da vida real. Essa é a história real do Rei George VI e como ele superou, parcialmente, a gagueira durante o período da Segunda Guerra Mundial, onde seus discursos de inspiração para as tropas britânicas ficaram na história. E esse é o resumo de um filme que no papel poderia ser uma das coisas mais chatas e específicas que o cinema inglês já fizera. Mas não é.

Fazendo uma piada sórdida, apesar de inglês o filme é extremamente engraçado e tem um trunfo relativamente novo no cinema e muito eficaz: Colin Firth. Esse ator que ganhou mais notoriedade ao bater Hugh Grant pelo coração Renee Zelwegger no fofo, O diário de Bridget Jones, e vem oscilando filme com essa característica mais light com trabalhos de interpretação densos como este filme e Direito de Amar. Tanto O Discurso como O Direito, em dado momento fixam uma câmera em close no rosto do ator e deixam que a narrativa se guie pelo poder de atuação de Firth. Isso é que ter confiança no ator! E totalmente merecida.

Mais um elenco afiado, um roteiro esperto e um diretor genérico. Discurso do Rei se firma como um filme delicioso de se assistir. É uma gracinha. Entretanto não passa muito disso também. Todo o furor que o filme causa atualmente, creio que é muito em cima de Firth mas mais ainda em cima de ser algo totalmente diferente do que se se propõem. Como disse a história acima poderia ser bem maçante, mas ele passa longe de ser um relato histórico (Passa longe de questões como a real importância de Churchill, que é um mero coadjuvante ou o fascínio que o Rei Eduardo VIII tinha pelo nazismo) e se concentra na relação entre paciente e médico e como estes personagens se transformam um com o outro. O filme se baseia na química entre Rush e Firth e ainda tem Bohan Carter, incrivelmente discreta, e dando um de suas melhores atuações desde o Clube da Luta.

A história não se deixa levar para um drama histórico, o que para uns é um erro, para mim é um acerto. Entretanto a direção poderia ser mais ousada. Fazendo um paralelo com o Direito de Amar, que também tem uma atuação monstruosa de Firth, esse é o extremo oposto do ponto de vista do mise en scene. Se em O Direito, Tom Ford estava encantado fazendo malabarismos excessivos com câmera, em O Discurso, Hooper tem uma direção tão quadradinha e genérica, o eu não é um problema do ponto de vista prático, mas na Inglaterra ele não fosse um cara que faz direções esteticamente desafiadoras (muito mais pra Tv, mas ele tem uma carreira interessante), o que não deixa de soar como ironia… inglesa.

Provavelmente ele será o grande vencedor do Oscar nesse domingo. Há uma ligeira vantagem nesse momento que cresce, pois seu concorrente A Rede Social, ainda é um filme que escapa muito das narrativas e temas tradicionais, e o Discurso do Rei, com sua produção e direção corretas, roteiro esperto e atores maravilhosos, acaba apetecendo o gosto da Academia. Não será injustiça se ganhar, contudo não creio que o Discurso do Rei figure entre os clássicos indubitáveis do cinema.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Oscar 2011: A Rede Social

 

REDE SOCIAL Há um mês atrás não havia concorrente para o filme de David Fincher, ganhou todos os prêmios das críticas estaduais, despontou como favorito assim que saiu nos cinema  estava assim até o PGA e o SAG demonstrarem que todo o conservadorismo da Academia pode pesar para cima de um filme que é basicamente um cartão postal de uma geração: Internet, trama quebrada, jovens atores e a impessoalidade do mundo que afasta os personagens. Tem algo mais Século XXI que isso?

Fato é que A Rede Social é o filme mais fraco da filmografia de David Fincher, tirando o Alien 3 que é um hiato. Enquanto Seven, Clube da Luta, Zodíaco e Curiosos Caso de Benjamin Button já são clássicos da Sétima Arte por seu conteúdo estético, A Rede Social é mais movido pelo aspecto histórico de ser o filme certo, na hora certa. Sua constituição é a mais simples do ponto de vista estético/formal de Fincher, sua mensagem é mais simples possível também, contudo a sua ideia de demonstrar como a maior rede de relacionamentos do mundo foi constituída da maneira mais impessoal possível, é que a um lance genial.

Para quem ainda não conhece a história, ela retrata os anos decisivos de 2003/2004 em que Mark Zuckenberg cria o Facebook em seu apê de Harvard, que agora é o maior site de relacionamentos do mundo avaliado em 25 bilhões. Em uma trama entrecortada por dois processos acompanhamos como Mark cria o facebook em 50 dias, se apropriando de uma ideia de dois gêmeos de Harvard (interpretados pelo mesmo ator pois Fincher enfiar efeitos especiais imperceptíveis nos seus filmes) e depois começa a afastar todos seus amigos incluindo Eduardo Saverin, que é o segundo processo que enfrenta no filme. Toda a constituição do filme quer provar de maneira indireta que Mark é um monstro. Não um monstro de maldade, mas aquele tipo que não vai se adaptar nunca ao mundo e que tem uma visão tão prática da coisa que seus atos são desumanos. Logo antes dos começos o “fora” que Mar leva e origina todo seu surto de genialidade termina com menina dando a chave da personalidade de Mark: “Você vai passar a vida achando que não gostam de você porque é um nerd. Mas não Mark. Saiba que não gostam de você porque você é um idiota!” E assim, sem nunca dizer isso diretamente, Fincher leva sua trama sobre a genialidade.

Apesar de ser um roteiro de Aaron Sorkin (The West Wing), o filme não é chato. Ele tem o tempo exato para se contar a história intercalando entre os dois processos, algumas piadas espertas e o carismas de seus coadjuvantes: Os gêmeos Winklevoss (o pequeno Arnie Hammer), Eduadro Saverin interpretado pelo ótimo Andrew Garfield e até (pasmem!) Justin Timberlake tem uma atuação boa como o cara da Napster. Entretanto o personagem principal de Jesse Eisenberg, se ainda está no limiar do estereótipo, é uma atuação impressionante de um menino cujo o grande papel foi o nerd de Zumbilândia. E apesar de também interpretar um nerd esquizofrênico neste filme, sua interpretação está mais para se livrar de todo o carisma que ele tem, para criar um pessoa no limiar do desprezível.

A obra de Fincher sempre nos trouxe personagens solitários, em uma estrutura de mundo maior que eles, seja o consumismo do século XX (Clube da Luta) ou a destruição da informação pelo tempo (Zodíaco, meu prefiro pessoalmente). A Rede Social traz esses temas novamente como uma crítica a sociedade digital, é o mais simples dentro da obra dele contudo quando a obra menor de diretor é ainda interessante você tem certeza de que ele é um grande diretor.  O grande vencedor do Oscar? Tenho minhas dúvidas no momento, O nascimento do rádio tem uma pequena vantagem atualmente sobre a internet. O conservadorismo normalmente vence na Academia: Crash em cima Brokeback, Miss Daisy em cima de Nascido em 4 de Julho, entre outros.

Amanha vem a crítica do mais novo favorito.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Oscar 2011 – O Vencedor

 

o-vencedor-poster O cinema americano tem uma paixão avassaladora por filmes de boxe, chegando a ser até um gênero em si. Clássicos indubitáveis do cinema saíram dos ringues. Como não se emocionar com Rocky subindo as escadas em meio a superação, ou a fúria sangrenta de Jack La Motta no melhor Scorsese, Touro Indomável. Outros filmes usufruem do esporte violento para enganar seu espectador como Menina de Ouro ou mostrar toda a decadência de uma pessoa no depressivo O Lutador. Essa fascinação é a mesma que nós temos pelo futebol como esporte, além da paixão intrínseca pela arte esportiva há o desejo de ser um deus do esporte também, pois assim como o futebol pode elevar um zero a esquerda ao status de herói no Brasil, o boxe pode tirar alguém da miséria a fama instantânea, bastando ficar umas 15 partidas sem perder.

Nesse cenário é que Rocky’s se superam e que surgem monstros como LaMotta. Micky “irish”, o personagem principal de O Vencedor está muito mais próximo do personagem ícone de Stallone do que de subtextos grandiosos que usam o boxe como pretexto, sendo assim você pode esperar deste filme um drama nu e cru sobre o boxe em si. Este também é o trabalho de ressureição de Mark Whalberg, que é enxotado pela crítica como ator há alguns anos, mas também com os projeto que ele anda pegando somente como ator é compreensível. Aqui ele acerta a mão e nos dá um Micky durão nos ringues, mas extremamente emotivo e indeciso na vida normal, deixando as pessoas que o rodeiam dominar sua vida. E sem nenhum preciosismo Whalberg se deixa ser engolido pelas atuações fortes de todos os coadjuvantes, assim como seu personagem Micky.

A vida de Micky é controlada por dois personagens de sua família: A mãe empresária, interpretada por Melissa Leo como uma verdadeira megera. E o irmão viciado em crack, interpretado por Christian Bale 20 quilos mais leve, quase aparentando um doente. O irmão poderia ser o personagem principal do filme de tão forte como é influencia para com Micky, esse subtexto de como as drogas destroem um ser humano é muito bem explorado pelo ator que eleva a complexidade do filme a um outro patamar. Micky é utilizado como degrau por outros lutadores até que uma garçonete durona, interpretada pela doce Amy Adams,  entra em sua vida e lhe mostra como ele a desperdiça em função da família. Ai começa uma guerra familiar pelo destino do Lutador.

O boxe é uma das metáforas para a superação e todos os personagens tem que se superar para vencer no final. Micky como lutador, Amy com o álcool e Bale com as drogas (A mãe não creio que siga o mesmo caminho) e há uma clara mensagem de união familiar em seu subtexto que tornam esse filme um hiato de seu tempo, vide que a mensagem é algo tão auto astral, que apesar da pobreza, das encrencas e da megera. A vida pode ter solução no final, é só não desistir.

Mas não se engane, não é auto-ajuda. É uma bela obra cinematográfica basicamente calcada nas interpretações poderosas na tela, David O. Russell (Três Reis) que gosta de fazer uma firula com a câmera está totalmente discreto confiando somente em seus atores. Creio que exista um certo culto em cima do filme agora. Não creio que seja um clássico do cinema, mas os fãs de Balboa devem sentir a nostalgia de realmente ver um filme de boxe na telona, com cenas realmente boas de luta. Tanto que vejam a brincadeira abaixo.

The-Fighter

O LUTADOR …SÓ QUE COM LUTA – Brincadeira com o filme de Daren Aronovsky.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Oscar 2011: Bravura Indômita

 

BRAVURA O western é um dos gêneros fundadores do cinema americano e está praticamente morto nos dias de hoje. O último grande clássico do Faroeste foi um ápice do realismo e o último prego do caixão, com Os Imperdoáveis (1992). 19 anos depois dois dos cineastas mais talentosos em atividade resolveram apostar no gênero novamente, sendo que ainda resolveram refilmar um clássico com John Wayne, um dos últimos grandes filmes do Velho Oeste: Bravura Indômita. E o resultado é fantástico e traz uma nostalgia que faria Sergio Leone sorrir.

A sensação de nostalgia se deve também porque em minha infância ainda existia os Sábados de Faroeste na TNT, sendo que ficava as horas da tarde nessas sessões sem me lembrar da maioria dos filmes mas me divertindo muita com as donzelas em perigo, duelos no meio da estrada, paisagens vastas e o vilão se vestia de preto e contemplava um cicatriz enorme na cara. E mato seco corria de um lado ao outro na tela… Vi desde coisas improváveis como Cactus Jack, o Bom (O primeiro filme do Schwarzenneger com Kirk Douglas tb :o) à Rastros de Ódio, até cults Como Westworld – Onde ninguém tem alma. Ou seja, se você gostava de western vai adorar ver toda essa nostalgia, mas como acontece com musicais há pessoas que podem achar esse filme como algo menor dos Cohen. O que não é verdade.

O filme é uma homenagem clara aos westerns da década 60, tanto nas paisagens quanto na trilhas, tomadas e desenvolvimento do longa. Mas também é uma continuação clara da ideia de Os Imperdoáveis, com um realismo cru e sem uma distinção clara do que é bem e mal. O toque tradicional dos Cohen está no humor negro bruto que permeia a trama, herdado do livro de Charles Portis mas ele a potência Cohen.

A trama traz a talentosíssima Hailen Steinfeld, como Matie Ross, uma menina que veio à cidade velar o corpo do pai assassinado e acaba ficando na cidade com a determinação de achar alguém para caçar o bandido que o matou. Ele contrata um agente federal alcoólatra interpretado Jeff Bridges, sempre maravilhoso, e um tagarela policial texano (Matt Damon) que se junta por outros interesses a caçada. A química entre os três atores é tudo, pois a maioria da fita se empenha na jornada e nas divergências entre pensamentos. Entre o velho mundo e o novo, a ética e a moral, preconceito, ódio aos índios, entre outras coisas. Mas não se enganem, não é uma fita política, subversiva, ou psicologicamente densa. É uma aventura. Não perder esse espírito até sua emocionante conclusão, ainda no limiar entre bem e o mal, é o maior mérito do filme. Alias creio que este seja o filme dos Cohen mais acessível em termos comerciais, mas ainda com a marca registrada e precisa da dupla. Muito bom.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Oscar 2011: Minhas Mães e Meu Pai

 

minhas-maes-e-meu-pai-poster Uma história ótima: Dois adolescentes resolvem descobrir quem é o pai biológico deles, eles só sabem que fora o mesmo doador para a concepção de cada um deles. Suas duas mães nada sabem disso, Anette Benning interpreta uma workaholic preocupada, Julianne Moore sua esposa meio hippie, e meio sem destino profissional na vida. A filha mais velha, está prestes a entrar na faculdade e foi concebida personagem de Julianne Moore, o filho de 15 anos está na idade da indecisão e foi concebido pela personagem de Benning. Os dois mexem no vespeiro e o homem que concebeu o esperma (Mark Ruffalo) entra na vida dessa família que vivia The American Dream, para virar tudo de ponta cabeça.

Com atuações magnificas de todo o elenco e uma direção segura, Minhas Mães e Meu Pai (The kids are alll right) foi uma sensação em Sundance e tem muitos fãs ao redor do globo, muito mais pela naturalidade com que se trata do tema, pois o cinema americano ainda tem certo receio em tratar o tema da homossexualidade. Quando trata tem um lado de ativismo que pode conspirar contra mas também cria filmes ótimos como Milk e Direito de Amar, partindo desse parâmetro mostrar uma família feliz no começo do filme e sem conflitos com a sociedade e uma coisa inédita, e um dos méritos do filme.

Contudo se começamos a história assim e Mark Ruffalo vem mexer com as bases da família, o roteiro se envereda por um lado que é imprevisível e deve ter surpreendido muita gente, contudo eu pessoalmente achei um tanto quanto forçado. A escolhas da personagem de Julianne Moore não são verossímeis para mim e aliado a minha ignorância sobre o assunto, perguntei para algumas amigas lésbicas e elas também acharam estranho o comportamento da personagem, apesar do roteiro ter um bom desenvolvimento para a história ao qual se propõem. Minha explicação em termos puramente estruturais, está no começo do filme em que Julianne solta a frase: “Bem… sexualidade é uma coisa complicada filho”

Verdade. A história do filme no todo mostra que a sexualidade é uma coisa complicada, e as vezes não há muita explicação para as escolhas que fazemos, entretanto minha única crítica é que o filme começa como uma comédia sobre uma família americana pouco usual e termina com essa proposta de uma maneira bem dramática. Ele acaba ficando no meio do caminho das duas propostas, sem que isso prejudique, mas não aproveitando todo o potencial da discussão. Entretanto ele define por drama logo-logo, pois eu não caracterizo esse filme como comédia de maneira alguma.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Oscar 2011: Origem, A

 

ORIGEM Christopher Nolan é um dos diretores mais talentosos do Século XXI, ele trouxe alguns neurônios de inteligência a mais as grandes produções e tem uma fluência de câmera ótima, criando grandes cenas. Então foi com alguma decepção que novamente não fora reconhecido com uma indicação à diretor. Alias, creio que se o Oscar funcionasse no sistema antigo provavelmente não veríamos este filme entre os indicados. Existe um certo preconceito com certos gêneros e Ficção científica encabeça a lista. Clássicos indubitáveis nunca foram indicados como 2001 e Matrix, e aquilo que foi nunca ganhou como Contatos Imediatos de Terceiro Grau e Laranja Mecânica. Portanto por mais que você tenha achado o filme genial, não aposte suas fichas nele.

Em minha opinião apesar do filme ser ótimo, não creio que se equipare aos clássicos de Kubrick, Spielberg, Tarkovsky entre outros, contudo sua construção caleidoscópica é fascinante. Entretanto eu não entendo porque na época de seu lançamento as pessoas saiam do cinema e não entendiam o que tinha acontecido, alias, não é um filme de difícil compreensão, você só tem que entender as regras do jogo quando são explicadas. Se as pessoas estavam se amassando no começo do filme realmente fica difícil entender o que está acontecendo.:)

A Origem é um daqueles que te o tamanho certo nem um minuto a mais, nenhum a menos. É um filme que exige que se mergulhe na história e ainda tem um final aberto a interpretações. A história é simples, em futuro próximo uma máquina permite que as pessoas tenham sonhos compartilhados, mas é ilegal. Leonardo DiCaprio é um ladrão de ideias muito talentosos, que e contratado para fazer algo dito impossível, ao invés de roubar uma ideia ele precisa inserir (Inception) uma ideia em um magnata. Ele monta sua equipe e parte para a missão e aí que as coisas começam a dar errado e a estrutura sonho-dentro-do-sonho-dentro-do-sonho… Torna a coisa mais fascinante.

Leonardo que se torna cada vez mais especialista em personagens atormentados, Marion Cotilard é um belo close mas limitada em seu papel de “Sombra”, Ellen Page e Joseph Gordon Levitt estão muito bem, mas é Tom Hardy que rouba algumas cenas com seu personagem subversivo. A Origem é um ótimo filme FC, melhor ainda como filme de Ação e seu roteiro pode ser premiado merecidamente, no mais só prêmios técnicos porque além de uma história original a complexidade do filme é visual.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Oscar 2011 – Toy Story 3

 

TOY Nota: 10!

Estava eu, como todo ano, com meu caderninho para pegar as indicações pro Oscar assim que saíssem. É quase ritualístico, e como todo ritual merece uma provação que é escutar as abobrinhas do José Wilker enquanto esperamos a transmissão começar. E amigos não existe maneira de cronometrar as abobrinhas por segundo que escute durante a espera, e apesar de não me lembrar mais de nada uma ficou gravada em minha cabeça:

- O Quentin fez uma piada engraçada. Que quem sabe se o próprio Toy Story consiga uma vaga entre os dez filmes.

Bem… Não era uma piada não havia dúvidas em minha cabeça (assim como qualquer um que acompanha isso seriamente) que Toy Story 3 iria entrar, assim como Discurso do rei, Cisne Negro e A rede Social. Não é necessário ser um grande conhecedor para se emocionar e admirar uma as poucas segunda continuação que é realmente relevante em termos artísticos. Alias, dentre todos o melhor filme é Toy Story.

Quando o primeiro Toy Story surgiu mostrou o diferencial de um desenho em 3-D e o diferencial de uma boa história contada por quem entende e não só pirotecnia. Clássico instantâneo! Quando o Segundo foi lançado quase 5 anos depois, aquele história básica e redonda do primeiro era ampliada e colocava novos temas complexos sem perder seu  público ainda infantil. Depois de 11 anos, novas crianças e aquelas que viram os dois primeiros filmes, como eu, já grandes viram no horizonte um terceiro filme. Logicamente toda a nostalgia iria levar as pessoas ao cinema e seria um sucesso imediato.

A Pixar é fdp. A Pixar é genial. A história que gira em torno de um Andy agora envolvido com ir para a faculdade, e os brinquedos na indecisão de ir pro sótão ou pra creche, e um Woody relutante em ver Andy como um adulto já daria um filme pra Freud. As desventuras na creche entretém a todas as platéias, mas sua resolução na última meia hora É PERFEITA.

Tá ficando clichê falar, mas um monte de gente no cinema chorou,. E se em Wall-e o amor entre robôs trazia os sentimentos fortes à tona, e o abrir de Up já com a proximidade da morte já nos baqueava, em Toy Story 3 toda aquela aventura nostálgica que nos envolveu até o momento traz a tona um sentimento pelo qual todos passam. Sem fórmulas fáceis a Pixar criou uma trilogia perfeita, sem pensar, a princípio, em fazer uma. Genial.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Oscar - 127 Horas

 

127 Este é um filme muito interessante. Assim como o Enterrado Vivo, ele se passa num lugar só e com uma só proposta. Isso os aproxima mas se tem resultados totalmente diferentes. Se  O Enterrado Vivo se baseia desde a abertura em truque hitchcockiano para criar um suspense poderoso, 127 Horas é um drama de superação, quase um filme de auto-ajuda sobre como remover as pedras que colocamos em nossas vidas.

Contudo eu estou me adiantando. A história é muito simples: Em um belo dia fazendo uma viagem pelo Grand Canyon, Aaron entra em uma enrascada peculiar. Ele caí em uma vala e uma pedra esmaga seu braço o impedindo de sair, o título do filme remete as horas que Aaron ficou preso até conseguir se libertar de uma maneira extremamente drástica.

Em um primeiro momento ele tenta erguer a pedra, cortar ela com canivete suíço, fazer uma alavanca para suspendê-la, até tenta amputar o braço mas a lâmina não tem corte suficiente para cortar um osso e assim ele vai indo e com uma câmera de bolso ele vai se confessionando também, para não perder a sanidade e para dizer as coisas que sempre quis dizer aos outros. Há vários truques para não perder a atenção do espectador, tais quais como ilusões, lembranças e uma interpretação ótima de James Franco. Alias, no ano de 2010, muitas pessoas duvidam da qualidade cinematográfica das obras (eu não), mas é indubitável que a qualidade dramática dos atores foi muito melhor que muitos anos. Ha´filmes com um elencos afiados e há filmes que são algo mais graças as interpretações individuais já falei aqui de Natalie Portman e Jennifer Lawrence, respectivamente em Cisne Negro e Inverno da Alma, mas também temos Colin Firth no Discurso do Rei, Emma Stone em A mentira, próprio James Franco em Howl, Javier Barden em Biutiful, Tilda Switon em I am Love, Robert Duvall em Get Low  e a lista continua… Não que os filmes não sejam bons sem esses atores, mas eles são muito melhor com eles e no caso de 127 horas, Danny Boyle me perdoe, mas toda a qualidade do filme está em James.

Nesse ponto a direção de o Enterrado Vivo, quase sem truques, é mais hipnótica do que 127 horas. Contudo como disse anteriormente são coisas diferentes. O filme vai bem até seu final, mas o que realmente o joga para cima é que na luta pela sobrevivência e as dificuldades encontradas, ele acha uma maneira muito chocante e aflitiva para se amputar, e amiguinhos, quem tiver estômago fraco nem tente ver o filme. É realmente bem aflitivo.

No plano geral 127 horas também esconde mais do que um exercício estético sobre a luta da sobrevivência. Em certo ponto Aaron em seu monólogo interpreta sua situação: “Não falei a ninguém aonde ia, nunca quis… O fato é que essa pedra estava esperando a vida inteira para cair em cima de minha mão. Eu esperei a vida inteira para encontrar essa pedra. Eu fiz essa pedra.” Por isso creio eu que a mensagem final do filme esteja bem próximo da auto-ajuda, mostrando como as coisas que fazemos justificam nosso fim.

É um filme interessante, bom, mas é o mais fraco dos indicados para o Oscar. Em todo caso vale a sua atenção.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Oscar 2011: Inverno da Alma

 

INVERNO DA ALMA Quando você termina Inverno da Alma (Winter’s Bone) a sensação é de alívio. A situação está uma merda ainda entretanto podia ser bem pior. Esse é um filme que não dá margem a esperança, a personagem de Ree é uma pessoa conformada com seu destino tentando manter unida uma família inteira com 17 anos,fadada a pobreza extrema e defendendo um pedaço de madeira que é a sua casa.

Não tinha visto ainda no cinema americano um filme que falasse das regiões interioranas pobres com tamanha crueza, ou pelo menos, não tinha visto um filme tão bom sobre o assunto. Normalmente os filmes americanos se passam na cidade grande, ou quando vai ao interior as pessoas ou estão em Road Trip ou tem fazendas, propriedades e um lugar para cair morto. Não há isso em Inverno da Alma, a trama gira em torno de uma menina interpretada pela revelação, Jennifer Lawrence, que tem um grande dilema para enfrentar: Ou ela acha o pai, que é um traficante desaparecido há muito tempo ou ela perde o cafundó onde cria uma mãe metalmente perturbada e seus dois irmãos menores. Mas é a única casa que ela tem para cair morta.

Para público americano esse filme ainda é mais duro, pois além de mostrar uma realidade escondida do país e ainda lembra o desespero que assolou alguns com a crise de desempregos, onde muitas pessoas perderam suas casas. Contudo quando não se tem ninguém a se recorrer o que é que se faz? Ir para baixo da ponte não é uma opção para Ree, então ela começa uma jornada para descobrir o que aconteceu com o pai dela, entretanto todos os moradores da região são arriscos com relação ao assunto, em especial o tio violento dela, intepretado com vivacidade por John Hawkes, e uma megera aterrorizante interpretada por Dale Dickey.

Todos tem algo para esconder e como ela continua em frente as reações começam a  ficar cada vez mais forte. Contudo é uma luta pela sobrevivência e Ree em certo ponto diz, que não importa se ele estiver morto mas ela precisa do corpo dele.  A falta de relações sentimentais entre o vilarejo é algo que incomoda, é tão distante que você passa mal. O arcaísmo de muitas situações, a maneira como Debra Garnik filma tudo sugere uma distância e uma dureza dentro da história em que o único ponto de apoio é Jennifer, que tem que ser como a paisagem do filme, bela e feia ao mesmo tempo. Alias, todos os personagens são judiados fisicamente pela vida, todos os personagens são frios, tudo conspira para uma visão sombria da humanidade.

E o final por mais duro que mostre como a vida em si não muda, é o único raio de esperança do filme. Entretanto é bem sutil. Não é uma obra fácil de assistir, mas quem for junto com Ree pela paisagens congeladas e cruéis das montanhas vai se surpreender.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Oscar 2011: Cisne Negro

 

CISNE NEGRO O que é a arte? A perfeição sublime de uma técnica. Contudo para atingi-la é necessário por vezes se transformar de uma maneira nunca antes imaginada. Cisne Negro, já tinha fãs antes mesmo de ser lançado em Veneza, seu trailer misterioso e proposta instigante trouxeram esse novo trabalho de Daren Aronovsky ao patamar dos mais esperados do ano e a chance de se tornar uma decepção era grande. Por sorte o cinéfilo brasileiro pode vislumbrar, a partir deste final de semana, que o filme é o auge da perfeição.

A estrutura do filme remete aos maiores sucessos do diretor até então: O realismo cru de O Lutador e o ritmo estrtural do magnífico Requiem para um Sonho, que para mim continua sendo sua obra-prima. Em sua primeira metade somos atraídos para o mundo do balé nos bastidores, as intrigas, o sofrimento e a dedicação de uma jovem bailarina Nina em se tornar a melhor bailarina de sua companhia. O interessante do filme é notar como esse mundo ainda não tinha sido retratado de maneira tão fidedigna quanto aqui. A beleza nesse ponto não existe e sim somente a disciplina que a arte impõem.

Nina consegue o papel de primeira bailarina em nada menos que o Lago Dos Cisnes, talvez o maior balé de todos os tempos, e se ela consegue por ser tecnicamente perfeita como Cisne Branco, o próprio diretor da peça lhe diz que não confia nela como Cisne Negro. O interessante de o Lago Dos Cisnes é o papel da daçarina principal que tem que fazer simultaneamente dois personagens completamente diferentes em atitudes e nos passos de balé, o que torna esse um dos personagens mais difíceis de se interpretar. O Cisne Branco é perfeito em tudo e necessita de um aspecto virginal e puro, o Cisne Negro é o lado anárquico, sexual e sombrio. O gêmeo do mal.

Nesse ponto o filme entra numa espiral enlouquecedoramente rápida, pois Natalie Portman abandona sua carinha de menina inocente e vai até onde seu ãmago somrbio mora. Contudo isso não é feito sem perdas, e a questão perda da inocência e da sanidade vai até o espectador que em dado momento já não sabe mais discernir o que é real e o que é imaginário.

Daren constroi o filme nessa desintegração do real em função de um surrealismo intuitivo, contudo se a direção é precisa quem adiciona mais um degrau de complexidade ao filme é interpretação soberba de Natalie, é com certeza sua melhor interpretãção dramática. Sexy simbol entre as elites cults, com esse filme ela cimenta seu nome entre as grandes atrizes. Vicent Cassel e Mila Kunis completam o elenco com atuações ótimas também. A jornada do roteiro como um todo é um reinterpetração da própria história de O Lago dos Cisnes e em sentido mais profundo é a história de como um artista precisa se perder para criar uma obra arte pura.

Filme fantástico que já virou um cult.