domingo, 13 de novembro de 2011

Ano ecleticamente… musical

 

Apesar de nascer em 80, passar pelos anos 90 com seu grunge, radioheads e red hots da vida eu não sou uma pessoa musical. Há vários lapsos na minha educação musical, e sempre preferi me concentrar mais na literatura e cinema. Entretanto eu devo confessar que esse ano estou excessivamente musical, talvez porque duas das minhas bandas de formação lançaram novos álbuns, minha banda preferida foi remasterizada e eu conheci ver boa parte do rock in rio via Televisão. Sem contar que digitar notas fiscais no serviço é bem chato e é necessário algum outro estimulo sensorial (prazeroso) para não enlouquecer.

Ainda não me considero uma pessoa musical, mas vamos tentando e posso dizer que no auge dos meus 24 anos creio que comecei tardiamente a escutar álbuns direito. Então vamos ao que eu mais gostei até agora.

LAS MUJERES (adoro vocais femininos)

Caro EmeraldDeleted Scenes from the Cutting Room (importado).Caro_Emerald - deleted scenes

Essa artista holandesa já emplacou cinco singles lá fora (Back it Up, Riviera Life, That Man, Stuck e A Night like this)  e aqui no Brasil não tem distribuidora nacional ainda e basicamente só passa na Antena 1!!!!! O cd de 2009 e o fato de ter tantos hits na Europa é porque o cd é ótimo, do começo ao fim é irrepreensível.

Caro se encaixaria no jazz, mas a música da holandesa mistura um monte de ritmos que inclui a nossa bossa nova, um pouco de rap e palavras inventadas, creio que a melhor analogia é que jazz de Caro é o mais dançante que eu já escutei.

Alias, ela escapa ela é um sucesso realmente “acidental”, que é o melhor alias, pois este é o cd de estreia, visualmente ela não tem o estereótipo de beleza atual e ela já passou da casa do trinta também. Mas eu pessoalmente acho ela uma gracinha, veja abaixo o ao vivo de Riviera Life, que na minha singelíssima opinião tem ritmo brazuca:

 

Adele21adele-21-1

Saindo da completa desconhecida em terrinhas nacionais, vamos a mais conhecida do ano, que alias é um prêmio merecido pois este álbum ficou bem melhor que o anterior 19 (há fãs de ambos, mas eu prefiro o tom épico deste) e se você não conhece a artista ainda, sim os álbuns são referências a idade da cantora que hoje tem completar 23 anos e com uma voz poderosíssima.

Eu diria que ela está mais ligada ao blues e o poder de suas músicas além da voz, são as letras doloridas que combinam com a harmonia do cd que é algo para se escutar quando se está feliz para não ter um ataque de depressão.

Em resumo, em um mundo musical mais visual com Lady Gaga, Katy Perry, Beyonce, Rihana entre outras, é muito bom escutar vozes realmente potentes que não sejam no American idol. Não que eu tenha algo contra as mencionadas mas o Girl Theatre não me atrai fora dos clipes. Então segue mais um ao vivo, para sua apreciação:

 

COISAS ESTRANHAS PRA CAC… (quando você sai procurando coisas diferentes… você encontra)

Janelle MonáeArchandroidARCHANDROID_COVER

Janelle me lembra um pouco o Michael Jackson novinho e com topete, sua música é bem ligada ao R&B e Funk (o do bem!), e Archandroid é a continuação de seu primeiro álbum que foi um lançamento independente pela Internet chamado Metrópolis: Suite I The Chase, que devo confessar que ainda não escutei, enfim… o álbum fez muito sucesso que foi relançado por um selo independente e três anos depois Archandroid sai como primeiro álbum de estúdio compreendendo a Suite II E III do projeto de Monáe.

No plano original os álbuns da cantora serão 4 suites conceituais enfocando em uma mesma personagem: Cindi Mayweather, agora vista como uma messias por uma sociedade robótica (?)… bem vocês sabem que todo álbum conceitual tem uma historinha por trás, mas você pode escutar sem problemas ao pensar isso, entretanto nós percebemos claramente que há dois bichos distintos dentro  do cd.

Da música 1 até a décima, temos uma introdução e um ritmo ótimo em várias músicas dançantes e complementares sendo o ápice um agudo longuíssimo em Come Alive (War of Roses), depois o cd fica beeeeeem estranho com músicas bem experimentais como Wondaland.

 

CocoRosie Grey Oceans (IMPORTADO)cocorosie-grey-oceans

Mas nada supera essas duas irmãs (será?) em termos de bizarrice. Tudo começou quando descobri que um gênero novo se desenvolvia nos States chamado “Freak folk”, na verdade um gênero da década de 60 que começou a se popularizar agora e a CocoRosie seria o expoente máximo dessa onda bem underground.

Dá pra entender porque é underground, as letras belíssimas se misturam a uma atmosfera sonora bem peculiar, pra não dizer aterrorizante, e há vários tipos de som como harpas, xilofones e  devo dizer que apesar do susto inicial os cd’s da dupla são bem construído e o som é envolvente.

Mas é bizarro, recomendo o último nas faixas Lemonade, Gallows, Trinity’s Crying entre outras. Alias eu acho que isso chega bem perto do Girls Theather também.

AS BANDAS DOS ANOS 2000 (ou adolescência revisitada)

Mas ele não é roqueiro? as pessoas se perguntam… sim! Mas também gosto de coisas diferente, mas vamos voltar ao terreno conhecido. O primeiro cd que tive foi em 2003 e partir daí me afixionei em duas bandas do novo milênio e você deve pensar que há muitas outras coisas legais por aí como Muse, Artic Monkeys, Arcade Fire entre outros mas o fato é que Evanescence e Coldplay tem lugares distintos no meu coração, e ambos lançaram novos cd’s esse ano.

EvanescenceEvanescenceevanescence - evanescence 2011 deluxe edition

O terceiro álbum do Evanescence (ou Amy Lee) é o álbum com o som mais pesado e menos adornado do grupo. Fallen é uma mistura perfeita entre o gótico do Bauhaus, a voz lírica do Melodic Metal, a modernidade do Nu Metal e o pop reinante. Eu acho excelente tanto em termos artísticos, quanto em termos comerciais.

Eu gosto muito do segundo álbum, The Open Door, porque houve maiores riscos musicais no todo, o começo estranho de Sweet Sacrifice, a ópera em Lacrymosa, a estranheza de Lost Cloud e o fim cândido em Good Enough. Esse é um álbum talvez até mais autoral,e então não foi nada comercial… parece que com a terceira empreitada toda a experimentação foi aberta para fazer algo mais “normal”, mas talvez mais ligada ao Bauhaus mesmo.

As letras continuam sendo torturosas, som está mais pesado e Amy Lee no vocal é um show, entretanto ele é redondinho, redondinho… legal, mas ainda procurando uma reinvenção que eu não sei se é necessária. Acho que a banda ainda tem mais potencial. O destaque é para Oceans, Lost in Paradise e The Otherside.

Coldplay Mylo Xylotocoldplay - mylo xyloto

E eis que ao contrario do Evanescence o Coldplay sempre manteve no mesmo caminho ate mesmo de A rush of Blood para X&Y é uma evolução lógica ao que já estava sendo feito. O Som assim como os últimos dois álbuns é épico, mas com ecos do minimalismo de Parachutes como em Major Minus.

Mas o que faltava na discografia do Coldplay é um álbum conceitual, e por mais que perto de outros clássicos como The Wall, Ok. Computer e o Archandroid acima ele não pareça, eu acho que há uma historinha bem clara e romântica nas três partes que o cd se constrói. Talvez até vire filme…

Enfim, é cd muito interessante mas ainda abaixo do A rush of Blood e Viva La Vida, seu tom épico é menor que o último e sinceramente não entendo a parceria com a Rihana na décima música. Não tem anda a ver! Os destaques ficam Us Against the World, Major Minus, EveryTear Drop is a Waterfall.

RELEMBRANDO THE CLASSICS

PINK FLOYD Animals (1977)pink_floyd_animals3

O Pinky Floyd inteiro foi remasterizado a pouco. Viva aos nerds roqueiros que cultuam o rock progressivo. Na verdade eu queria colocar todos os álbuns aqui pois desde the Astronomy Domine com Syd Barret em Piper at Gates of Dawn, até a última faixa de Division Bell, que é nada mais que High hopes, o Pink é uma banda perfeita que conseguiu até trocar o símbolo da banda sem perder a imagem de banda psicodélica.

Mas sendo objetivo queria falar do álbum do meio da carreira que é excelente também, mas costuma não ser lembrado pois está entre dois popularmente mais emblemáticos: Wish you were here e The wall.

Mas dentro das costruções sobre a loucura alienação destes dois álbuns ha esse elemento humano e crítico que há nas cinco músicas deste álbum, que é o mais “difícil” de escutar pois três de suas músicas ultrapassam os dez minutos. Então os 17 minutos perfeitamente executados de Dogs são inesquecíveis mas para se escutar como se bebe um uísque.

System of a Down - Toxicitysystem of a down - toxicity

E o rock in Rio trouxe mais coisas do que a troca de vestidos de Katy Perry, a barriga da Shakira, minha irritação com o Guns n’Roses e minha surpresa com Slipknot. Eu lembrei que eu gosto muito de System, mas na minha época de Adolescente espinhento era legal ficar balançando a cabeça feito um idiota mas assim como alguns livros infantis, só mais tarde e velho, tem se a noção do que estava sendo dito.

System é engraçado: É.

System é pesado: É

System é um som de lunáticos no manicômio: É.

Mas System também é uma banda de Heavy Metal que mistura uma porrada de gêneros em letras geniais. O álbum Toxicity é o mais bem acabado do começo ao fim. somente a música de abertura já é um soco no estomago:

(Following the rights movements/ You clamped on with your iron fists,/ Drugs became conveniently/ Available for all the kids… - I buy my crack, my smack, my bitch,/right here in Hollywood,)

(Trilhando o caminho certo você prendeu com seus punhos de ferro, Drogas tornaram-se convenientemente disponíveis para todas as crianças…. - Eu compro meu crack, minha heroína, minha puta aqui mesmo em Hollywood)

Depois vamos por passeio por toda a irreverência do grupo de descendentes armênios, com as clássicas Toxicity, Aerials, Chop Suey, Deer DANCE, Psycho, na verdade todas.

Um álbum definitivo. Abertura no rock in rio com Prison Song:

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