terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Pausa no top. Saiu Globo de Ouro.

Saiu a lista de indicãções do Globo de Ouro 2010:
FILME DRAMA
Cisne Negro – Um dos favoritos, retrata a vida de uma garota no balé. As disputas são o cerne do filme que pretende ficar insólito em dado momento.
A Rede Social – O segundo favorito e creio que vencedor. A história da criação do Facebook deu um épico moderno e jovem. Deve finalmente consagrar Fincher
A Origem – Pessoal tentando se redimir por terem excluído Dark Kinight de 2008. Não que não mereça, a história é de um rigor surpreendente contudo não é a obra-prima que fundia policial e super-herói.
King’s Speech – Divertido filme sobre um homem gago que precisa superar a deficiencia para inspirar a nação durante a segunda guerra. Ah sim... ele é o rei
O lutador – O retorno de Whalberg em um drama da classe pobre americana. Tem de tudo triangulo amoroso, coadjuvantes ótimos e por inc´rivel que patreça um Whalberg ótimo.

FILME COMÉDIA – Tá muito fraco esse ano, podiam bem ter colocado Kick-Ass ou Scott Pilgrim.
Minhas mães e meu pai – Favorito a ganhar de longe. Dois adolescentes que tem duas mães decidem procurar o pai de verdade. Ainda não vi, mas fico cada vez amis curioso
Alice no país das maravilhas – Talvez o mais próximo de retirar a consagração do independente. Dividiu muitas muitas e muitas opniões. Eu gostei, mas está longe de ser o melhor Burton, mas vale pela coragem de continuar a história original e por isso também tem muitos muitos e muitos inimigos.
RED – Aposentados e Perigosos – Agradável surpresa. Vi ontem, é muito divertido ver Helen Mirren com submetralhadoras mas podiam ter aproveitado melhor o Morgan Freeman.
Burlesque – ? Talvez porque todo ano eles enfiam um musical independente de ser bom ou não.
O turista – ????????????????????? Segundo a crítica internacional o filme é "chato, parado, com um enredo para imbecis e falat de carisma entre os dois atores". Segundo RottenTomatoes que é o site eu levo mais em conta.

DIRETOR – Cópia carbono dos filmes drama
Daren Aronovsky – Cisne Negro
David Fincher – A Rede Social
Christopher Nolan – A Origem
Tom Hooper – King’s Speech
David O.Russell – The fighter

ATOR DRAMA
Jesse Eisenberg (A Rede Social) – Muito elogiado, porém não apostaria minhas fichas nele.
Colin Firth (King’s Speech, The) – Provavelmente vai ganhar. Ele já tem a fama de ser esnobado e sua atuação está entre o cômico e o dramático com perfeição.
James Franco (127 Hours) – Sua interpretação é o filme inteiro, tem grandes chances. Literalmente.
Ryan Gosling (Blue Valentiine) – No sensível filme sobre o fim de um romance.
Mark Whaberg (The fighter)– The return

ATRIZ DRAMA
Natalie Portman (Cisne Negro) – Já ganhou…Linda!!!!!!!!!!!
Nicole Kidman (Rabbit Hole) – Voltando das cinzas também, como uma mãe tentando superar o luto do filho.
Hale Berry (Frankie and Alice) – ? Surpresa total
Jennifer Lawrence (Winter’s Bone) – Procurando pistas sobre o desparecimento do pai ela carrega o filme ganhador de Sundance e pode ser uma surpresa.
Michellle Williams (Blue Valentine) – Outra bonitinha que está sendo muito elogiada pelo filme

ATOR COMÉDIA
Johnny Depp (Alice no páis das Maravilhas/ O turista) Adoro ele mas estou surpreso com a dupla indicação.
Paul Giammati (Barney’s Version) – Não é de hoje que é um grande ator.
Jake Gyllenhal (Love and other Drugs)– O amor nu e cru, parecem ter dois ótimos atores em um filme mediano.
Kevin Spacey (Casino Jack)– ?

ATRIZ COMÉDIA
Annete Bening (Minhas mães e meu pai)
Julianne Moore (Minhas mães e meu pai) – Nenhuma novidade, o filme é favorito e ela vão se estapear para ver quem fica com a estatueta.
Emma Stone (Easy A) – Se houver empate técnico acima, quem deve entrar é ela.
Anne Hathway (Love and Other Drugs)  e Angelina Jolie (O turista), completam a lista.

ATOR CODJUVANTE
Christian Bale (The fighter) – Sua caracterização, ao menos no trailer, parece ser de uma grande interpretação
Jeremy Renner (Atração Perigosa) – Representando a surpresa do ano, Renner parece ter conseguido seu lugar entre os grandes atores.
Andrew Garfield (A Rede Social) – Surpreendente, se ganahr não será injusto.
Georfrey Rush (King’s Speech) – Sempre rouba a cena.
Michael Douglas (Wall Street – O dinheiro nunca dorme) – ?

ATRIZ COADJUVANTE
Amy Adams (fighter, the) – Linda! O pessoal gosta dela, mas não sei se tem chances
Melissa Leo (fighter, the) – Como a mãe de Whalberg
Milas Kunis (Black Swan)  – O outro lado de Natalie Portman também vem forte como favorita.
Helena Boham Carter (King’s Speech) – Helena merece um reconhecimento há algum tempo, como esssa está bem dispoutada pode ser sua grande chance
Jackie Weaver (Animal Kingdom) – Sempre desconfiem do rosto estranho no meio da multidão, acho que aposto nela. O filme, outro agraciado em Sundance, mostra uma família de criminosos perseguida pela polícia, cuja a chefe é a mãe interpretada por essa simpática senhorinha australiana.

MELHOR ANIMÇÃO
Toy Story 3 e Como Treinar se dragão, vão brigar lá na frente. Logo após temos Meu malvado favorito, Enrolados e o francês O Mágico correndo por fora

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

24 – Tropa de Elite

 

tropa_de_elite Brasil, 2007. Direção: José Padilha. Elenco: Wagner Moura, André Ramiro, Milhem Cortez, Caio Junqueira e Fernanda Machado.

 

Quem já foi assistir a continuação deste lime bombástico já percebeu que ela mantém o mesmo nível e para alguns é até superior em termos de complexidade, entretanto isso só é possível porque o primeiro filme já se tornou um clássico de cinematografia brasileira, e um fenômeno pop maior que Cidade de Deus (2002). Este fora um marco nesse século também ao mostrar um estilo de direção totalmente inovador aos padrões de nosso cinema, que sempre tentou se equiparar ao cinema europeu, mostrando uma montagem rápida e eletrizante muito mais próxima de uma filme de ação. Tropa de Elite é a continuação desse pensamento estético e sua mensagem doeu mais do que a vida violenta e movimentada de Cidade de Deus.

Desde a primeira que vi o filme em 2007  tenho a impressão de ser a “homenagem” tupiniquim a um clássico de Kubrick, Nascido para Matar (1987). Ambos são divididos em três partes, ambos tem uma parte só dedicada ao treinamento de soldados, ambos tem nas entrelinhas uma crítica aos sistemas de proteção e a cena final de ambos os filmes são muito parecidas ao colocar uma pessoa prestes a ser executada e o espectador como cúmplice, voyeur e vítima.

A história se centra na procura do lendário capitão Nascimento por um substituto ao comando do Bope. A primeira parte do filme mostra os dois futuros candidatos ainda na polícia do Rio de Janeiro, aqui, em off, ele mostra todo o esquema de corrupção da policia e como isso alimenta o tráfico, que se centra no playboy da classe alta que alimenta os caixas do tráfico. Na segunda vem o treinamento, mas as coisas não vão muito bem então na terceira o Bope entra na favela e impõem a lei em busca do baiano, em atitudes extremamente autoritárias.

Tachado como fascista por uns, odiado por uns, por fazer uma ligação das redes de tráficos com a classe alta do rio e do Brasil inteiro e superestimado por muitos. Tropa de Elite não foi só um dos mais vistos, tanto no cinema como na internet, não só ganhou o Urso de Ouro, como fez uma das grandes discussões em t orno de seu mérito cinematográfico. Em todo caso ninguém nem pensa em discutir  a atuação de Wagner Moura como capitão nascimento.

domingo, 12 de dezembro de 2010

25 – Adaptação (2002) – Spike Jonze – EUA

 

adaptation Elenco: Nicholas Cage, Meryl Streep, Chris Cooper, Tilda Swinton e Brian Cox

A comparação pode parecer estranha a princípio, mas em termos de metalinguagem nenhum filme chegou tão perto de 8 1/2 quanto essa obra-prima de Spike Jonze, juntamente com o insano Charlie Kaufman. A trama… bem… aí começa o grande problema da resenha e grande genialidade do filme. Em termos claros fala sobre dois escritores gêmeos, Charlie e Donald Kaufman, que precisam escrever um roteiro baseado em um best-seller de Susan Orlean (Meryl Streep), que retrata a vida de um excêntrico plantador de orquídeas (Chris Cooper). Resumidamente essa é a história de Adaptação, mas é uma depreciação das nuances do filme. Na verdade o filme, a lá Seinfeld, um filme sobre nada.

O ritmo é bem lento e contemplativo sobre a arte de escrever roteiros, enquanto vemos em dois planos as pesquisas de Susan sobre o personagem de Chris Cooper atrás de um orquídea rara, o personagem de Charlie Kaufman sofre para escrever o roteiro pois está com um bloqueio e em crise com a vida, principalmente a amorosa, as reflexões em off do personagem de Nicholas Cage são com certeza parte mais engraçada, e o irmão gêmeo de Charlie, Donald também interpretado por Nicholas Cage, dá um toque de sátira a trama, primeiro porque Charlie Kaufman real não tem irmão gêmeo, segundo porque Donald não está nem aí para escrever o roteiro  quer mais aproveitar a vida. Detalhe curioso é que essa é, creio eu, a melhor interpretação da carreira de Nicholas Cage se dividindo em dois personagens distintos e engraçadíssimos.

Agora, a grande genialidade do filme começa em seu terço final em que todo aquela divagação sobre como começar o roteiro e o bloqueio se tornam o filme que vemos, e aí as insanidades de Kaufman tornam o filme deliciosamente rápido e imprevisível, tendo como ápice uma Meryl Streep chapada de maconha correndo para matar os dois roteiristas-heróis. Curioso. Assista Adaptação! Devo dizer que a primeira vez que assisti quase desisti no começo, mas esse é um raros casos que o final do filme realmente justifica e intensifica a visão geral do filme.

Cena: Charlie Kaufman, está meio a contra gosto em curso de cinema para conseguir desbloquear sua mente, a partir daí a narração em off acaba e o filme toma outro ritmo. Genial

sábado, 11 de dezembro de 2010

TOP 25- Menção honrosa: 2010 – a vingança dos nerds

 

Considerei 2009 como o renascimento da FC de qualidade, e por mais que isso pareça nerd ( e no fundo é ) vejo 2010 como o ano em que as obras mais relevantes até o momento foram também voltadas para esse público que Big Bang Theory arrebatou com a chacota. A Rede Social, que o como o Clube da Luta, faz uma dura crítica a nossa sociedade atual, Kick-Ass, um legítimo representante da era Tarantino e sua evolução, e Scott Pilgrim por ser uma das experiências mais visualmente chocantes já feita pelo cinema americano e acredite não é nada comercial.

 

Rede Social, A (2010) – David Fincher

Fincher é um dos melhores cineastas da atualidade, a cada filme ele prova saber oscilar entre vários gêneros. Devo confessar que ao ver o trailer, me pareceu uma história boba, eu já sou uma pessoa encanada com cinebiografias e a criação do Facebook (coisa que eu não entendo até hoje, pois sou da era Orkut) parecia elevar o nível de Chatice que a história poderia ter, contudo direção de Fincher, que não dá uma bola fora há muito tempo e roteiro de Alan Sorkin, me chamou a atenção que o filme merece e estreou no final de semana passado em telas tupiniquins.

O roteiro engenhosamente construído em diálogos fantásticos prende a atenção do começo ao fim. O personagem de Eisenberg, após levar um fora violento da namorada por ser um idiota (e ele é) faz uma brincadeira na internet chamada Facemash, em que os alunos de Harvard votavam na garota mais gostosa até chegar a um consenso, que em poucas horas derruba o servidor da universidade o que quase o leva a expulsão, mas também o coloca em contato com dois gêmeos de uma família poderosa, que querem criar um site de relacionamentos entre os alunos de Harvard, Eisenberg enrola por dois meses os gêmeos e lança o facebook, uma evolução da ideia original, que se tornou o que é hoje.

O filme se desenrola contanto essa história entre dois processos enfrentados pelo protagonista, o primeiro por parte dos gêmeos, o segundo por parte do melhor amigo que o ajudou a criar. A história da traição é o que une esses três planos temporais e ao final da projeção você nota a grande ironia que o diretor e roteirista construíram com este épico da modernidade, ele cria o maior site de relacionamento do mundo e não tem nenhum amigo. A interpretação de Eisenberg é fantástica, você não consegue odiar o cara, mas também não consegue gostar dele. Ele é um gênio e um idiota. Mas o mais fantástico do filme é como ele retrata com fidelidade a geração do novo milênio em meio a baladas, sexo, descomprometimento com relações pessoais e planos grandiosos. é um retrato fiel e aterrorizante de como nos tornamos robôs das sensações.

P.S. Mais impressionante é como Fincher arrancou uma grande interpretação de Justin Timberlake. Confira uma das melhores cenas do filme.

 

KICK-ASS: QUEBRANDO TUDO (2010) – Matthew Vaughan

Guardem o nome desse diretor. Vaughan com esse filme criou uma obra tão singela visualmente que o mais próximo que consigo pensar é Quentin Tarantino. De repente, me caiu a ficha, de que essa geração de cineastas é a geração que cresceu assistindo Pulp Fiction, Cães de Aluguel e talvez até o Kill-bill, talvez só agora começaremos a ver a influência do diretor mais nerd de todos os tempos, o que é uma coisa fantástica se o patamar continuar nesse nível. Outro detalhe é que depois da explosão de super-heróis do final dos anos 90, agora que o cinema começa a pensar em alternativas as fórmulas e subir de patamar nas produções provenientes de quadrinhos. O Cavaleiros das Trevas provou que um filme de super-herói pode ter uma profundidade muito maior do que a de um simples filme de ação, Kick-ass veio assim como a Hq, criticar duramente os justiceiros fantasiados.

Já fiz uma crítica do filme assim que saiu mais vamos falar mais um pouco desta pequena jóia. A história que vemos, além de muito bem transposta dos quadrinhos ao cinema, tem o tempero do original ácido de Mike Millar. Pensando no mundo real, um nerd real resolve se transformar no primeiro super-herói real. Lógico, como você veem no trecho selecionado, o que acontece quando um super-herói sem poderes e sem responsabilidade resolve existir no nosso nada agradável mundo cotidiano.

Só aí já teríamos um filmão, mas Kick-Ass não fica só nisso. Ele evoluiu para também mostrar como nossa sociedade virtual é filha-da-mãe, pois na segunda ação de Kick-ass como vigilante (sim ele continua depois disso) ele é gravado, e se torna uma sensação na internet virando astro e influenciando pessoas a se tornarem super-heróis.  A partir daí a trama começa se tornar mais insólita com a entrada da Hit-Girl e BigDaddy como super-heróis (assassinos) de verdade,e aí temos uma salada muito bem orquestrada que tem na base humor negro, violência explícita à la Tarantino, partes que homenageiam outras áreas como os próprios quadrinhos e até videogame,e pasmem, até momentos tocantes com destaque para uma cena que gela a espinha dos mais insensíveis.

Filmaço, um fracasso de bilheteria por não ser um filme comercial óbvio e já entrou para os galeria de cults.

SCOTT PILGRIM CONTRA O MUNDO - (2010) – EDGAR WRIGHT

Esse também é da escola Tarantino mas com esse filme, ele elevou a décima potência o nível de estímulos visuais. O filme tem informação nos cantos da tela, nas referências, na história mucho loca, nas atuações, que são todas muito boas e em tirar sarro do mesmo público que vai amar o filme. Scott Pilgrim ao contrário do filme acima pode te expulsar da sala logo na abertura, no letreiro da Universal em 8 bits fortíssimo com uma música berrante e que pode despertar ataques epiléticos. Entretanto como o filme foi outro fracasso de bilheteria, muito mais retumbante que Kick-Ass, ninguém comprovou a teoria do epilepsia. :(

Tão rápido que um espectador de blockbuster não consegue acompanhar (meu pai comprou essa tese desistindo no meio do filme), Scott não foi criado para ser um filme comercial, entretanto seus realizadores conseguiram algo que indústria de cinema não conseguiu em uns 20 anos. Criar o melhor filme de videogame de todos os tempos, e a grande ironia é que originalmente ele é um quadrinho divertido que tem a arte similar de um mangá. Entendeu? Não.Fique tranquilo, é só uma curiosidade. :)

Scott Pilgrim é um canadense que adora ficar desempregado, mora de favor no apê do amigo gay, ao qual ele divide a cama. Como todo o garoto de 22 anos, tem uma banda que toca muito muito mal. Namora uma colegial nipônica conservadora e tudo vai bem em seu mundinho, até conhecer a garota de seus sonhos literalmente, pois Ramona trabalha na Amazon Canadense e usa portal dimensional que cruza a cabeça de Scott acidentalmente! Eu falei que a história era louca. Mas ela vai ficando mais insana, pois para namorar Ramona ele tem que derrotar os Sete ex-namorados do mal dela, que construíram uma liga para ferrar a vida amorosa de Ramona, a partir daí os coadjuvantes se multiplicam, a sátira á geração do novo milênio fica cada vez mais ácida e você tem cada vez mais a impressão de estar em video-game.

É uma experiência chocante em todos os níveis e muito diferente, mas para você apreciar tem que entrar no jogo de Scott Pilgrim ou vai ficar boiando. Deixo a briga com o terceiro ex-namorado e vejam quantas sátiras e referências visuais vocês conseguem achar:

A DÉCADA NO CINEMA: TOP 25

 

Algumas observações em relação a lista: Toda a lista é genérica e não dá conta da totalidade de obras, portanto queria muito falar de O Orfananto, Dúvida, 500 dias comela, Viagem de Chiriro, Avatar,  A.I – Inteligência Artificial, Bicicletas de Belleville, Dogville, Ervas Daninhas, Volver, Sangue Negro, Amores Brutos, A Queda e Os Infiltrados, mas vai ficar somente a menção pois não há tanto tempo e eu comecei essa ideia com o top 10 e já estou no 25 com uma menção honrosa.

Não consegui ver tudo de interessante que aparec eu por aqui, apesar de continuar persistindo em ver todos s filmes do mundo, portanto se estranharaem não ver por essas bandas: Escafandro e A Borboleta, Irreversível, Oldboy, Shortbus é por essa razão, mas estou me empenhando em ver todos esses nesse final de ano.

Outro  detalhe da lista: 2010 vai entar como menção honrosa, são três filmes que creio já estarem estarem na nossa história cinematográfica. Entretanto devo salienatr que muitos dos filmes relevantes de 2010 só irão sair em meados de janeiro/fevereiro do ano que vem em função da temporada de premiações como acontece todo ano. Então filmes ao qual espero muito são Tio Boomie, Poesia, 127 horas e alguns outros.

Fiquem comigo e se divirtam-se com a lista e discordem também, pois faz parte.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

34ª Mostra: Mic-Macs – Um plano complicado

 

micmacs_a_tirelarigot Os filmes Jean-Pierre Jeunet se assemelham muito aos de Tim Burton não na estética, mas no visual minimamente trabalhado que qualquer um identifica como sendo o estilo do diretor. Suas tramas flertam por vezes o macabro, mas seu mundo é de um colorido brutal ao nosso padrão de realismo brutal, normalmente escuro. Seus filmes são explorações extremas ao imaginário humano.

Lembro que a primeira coisa que vi dele, foi antes mesmo de meu desenvolvimento cinéfilo. O Ladrão de Sonhos (La cité des enfants perdus – 1995) me rendeu muitos pesadelos na infância, seus visual esquisito e o sofrimento que as crianças sofrem no filme não são exatamente apropriados, mas a partir daí que comecei a gostar desse tipo de filme. Delicatessen, tinha um humor negro extremante grotesco e sedutor, e se Alien – A Ressureição, não foi um bom lugar para desenvolver sua imaginação, o que ficou retiro criou um dos grandes clássicos dessa década O Fabuloso Destino de Amélie Pouland.

Não vi Eterno Amor coisa que ainda devo fazer brevemente, contudo estava com muita ânsia para a chegada desse novo exemplar, a Mostra ter trazido um pouco antes com certeza já foi o evento dessa edição. Mic-Macs é um filme divertido, inventivo e uma homenagem ao cinema mudo.

A história gira em torno de Bazil (o excelente comediante Dany Boon) um menino que desde criança tem sua vida destruída pela indústria armamentista: Seu pai morreu durante uma guerra na explosão acidental de uma mina. 30 anos depois uma bala perdida acerta Bazil o colocando em coma e em risco de vida, mais que isso ele perde o emprego e o alojamento se tornando um mendigo nas ruas de Paris.

Essa destruição social de Bazil são os dez primeiros minutos do filme, e também é demonstrada com muito bom humor e risadas. Uma crítica aos laços sociais e a fragilidade de como eles podem ser rompidos.

Ele acaba encontrando uma estranha família que o adota: Cadeia, um senhor que conhece todos os caminhos do submundo; Caoutchouc, a grande mãe de todos; Um escritor do Congo que consegue usar 20 palavras para dizer bom dia; Uma menina que consegue calcular tudo; Um senhor simpático (e muito forte) que faz qualquer coisa com sucata; e ainda Henry, um homem que tem várias peças de metal no corpo e a Mulher-Elástica, que eu acho que tem algum tipo de bipolaridade pois as mudanças de humor são relativamente rápidas nela. Esse são os Mic-Macs que vivem em um lixão, um bando de mendigos com algum tipo de peculiaridade excluídos da sociedade.

Para quem pensou que minha exposição parece um grupo de super-heróis, não podia estar mais certo, principalmente porque os super-vilões logo apareceram: A indústria de armas, dois grandes estabelecimentos, o de balas e o de bombas, que foram os grandes responsáveis pela destruição da vida de Bazil. Ao descobrir os prédios e os donos (e alias ficam um de frente para o outro) começa o plano complicado do título: Jogar um conta o outro!

A partir daí começa a comédia muda, que forma todo o plano complexo de Bazil numa das coisas mais engraçadas que eu vi no cinema nos últimos anos. E a comédia física que Danny imprime ao personagem deixa qualquer Mr. Bean no chinelo, a homenagem já começa nos créditos iniciais com uma abertura e belíssima de filme da década de 20.

Fato curioso foi que nunca tinha visto um filme com uma crítica tão explícita em um filme de Jeunet, a indústria armamentista é vista com muita patetice mas o olhar em cima dela não perde seu foco crítico. Não é intenção do filme fazer uma exposição sobre o funcionamento real da mesma, mas assim como Chaplin e seu Grande Ditador, a comédia deixa claro como a violência por armas é idiota. Muito bom. Vale a pena assistir com um lenço para enxugar as lágrimas da risada.

domingo, 24 de outubro de 2010

34ª Mostra: Estranho Caso de Angélica – Manoel de Oliveira

estranho caso de angelica Na última quinta-feira deu-se a largada à 34ª Mostra de Cinema em São Paulo, o evento é um dos mais esperados entre os cinéfilos, sendo que o filme de abertura é selecionado a dedo dentre as mais de 400 produções que visitam nossa cidade. Esse ano o escolhido fora o novo filme de Manoel de Oliveira, o maior cineasta português e o mais velho cineasta em atividade no mundo.

Manoel é um caso a parte, 101 anos, lúcido e com uma saúde exemplar. Recentemente foi operado para colocar um marca-passo, e por isso não pode estar presente ao evento, contudo segundo os comentários ele já está até trabalhando e outros projetos. Vindo ou não, seu filme é dos mais disputados do festival, contudo me recordo de uma outra abertura que presenciei quando O Passado, de Hector Babenco abriu a mostra. Muito badalado mas muito regular em sua realização, e só sendo um fã hardcore do diretor para estabelecer um diálogo com a obra em si.

A ideia de Estranho Caso é muito interessante. Isaac(Ricardo Trêpa), um fotografo um tanto perdido em sua p´própria obra é chamado em caráter de urgência para tirar uma fotografia em um bairro chique. Chegando a mansão se depara com um fato incomum, a foto que deve tirar é de uma moça morta, como última recordação para a mãe. No meio da sessão o rosto estático de Angélica (Pilar Lopez Ayala), por meio da lente da máquina, abre os olhos e sorri para Isaac o que o perturba imensamente.

A fita corre e não só essa cena fica na imaginação de Isaac como o espírito de Angélica o assombra como uma paixão que se foi sem nunca ter acontecido. Não é um filme de terror, é um romance platônico que o protagonista passa a experimentar o levando a loucura e ao trágico fim. No papel é realmente instigante, contudo a realização é muito mais expositiva do que filosófica. Se alguma questão tem que ser debatida ela deve ser feita dentro da cabeça do espectador, a filmografia é puramente dramática e estática, quase como se estivesse no teatro contudo com menos intensidade nas emoções.

Na verdade este é um estilo de Manoel: a câmera estática, um cenário de comédia de costumes, as questões religiosas que assombram os protagonistas, contudo ao meu ver para esse filme específico não funcionou pois a transformação do Isaac do começo (perdido, que tirava fotos da realidade e um pouco arrogante) para o Isaac do fim (emocional, querendo arrombar o túmulo de Angélica e afastando todos) é percebida no plano interpretativo, contudo essa transformação nos perde em algum ponto, não vamos junto com o personagem e com isso a história se torna fria como se houvesse uma tela de vidro entre nós e a narrativa.

Há muitos pontos positivos e o filme se mantém fiel a seu estilo até o final, o que só mostra a lucidez do diretor português, entretanto há muitos pontos altos e baixos, e um desenvolvimento que só torna essa história razoável. 

domingo, 3 de outubro de 2010

SILENT HILL

Silent_Hill_series_logo

Sim gente, o blog está empoeirando e os peixes quase estão morrendo, contudo eu não esqueci de publicar as coisas. Simplesmente não está dando tempo para dar outra cara a esse blog, mas amos tentando que uma hora eu consigo. Eu já falei muito sobre literatura aqui (agora falo no O Espanador) e sobre cinema, contudo está difícil ver certos filmes, até já me arrisquei a falar sobre música, coisa que devo confessar não sou perito. Mas uma coisa eu amo muito contudo nunca escrevi em lugar algum são jogos!

Minha infância foi dominada pela série de pulos e enigmas de Lara Croft, em um computador Cyrix 266 com memória HD DE 3.2 Gb, eu fazia milagre para jogar a série Tomb Raider e outras séries muito interessantes na época que não significaram tanto quanto as aventuras da arqueóloga inglesa. Devido as limitações técnicas de se jogar só em PC, destaque somente Myth – The Fallen Lords, como um outro grande jogo que experimentei na minha infância. O tempo passou mudei de computador algumas vezes, a maldita placa aceleradora sempre me ferrou e só agora que consegui um outro computador que rode jogos razoavelmente bem, então decidi recuperar algum tempo perdido nos mundos virtuais. Porém eu não é todo jogo que me prende, gostava de Tomb Raider pelos desafios, Myth pela história e creio que esse seja o ponto principal do meu gosto a história.  Joguei Unreal (tiro), WinEleven (futebol, sou muito ruim), Swiv 3D (Guerra em um helicóptero) mas assim como filmes ou literatura se não tiver uma história interessante é só uma diversão dispensável. Contudo nos últimos meses jogar Silent Hill foi realmente algo que eu não dispensei.

Influenciado pelo filme que achei extraordinariamente bom, por uma amiga que ama a série e me fez rememorar que eu queria jogar este assim que comprei o primeiro computador, mas nunca tive a oportunidade, consegui após vários esforços os jogos de 1 a 5, dos quais já completei os três primeiros que são o coração da série.

silnt hill 1SILENT HILL (1999)

O gráfico é quadrado bem menos detalhado do que o Tomb Raider original em quesito de personagem. No quesito cenário é uma experiência realmente perturbadora. A cidade é o principal personagem em Silent Hill sua névoa incessante e sua transformação em algo tão escuro, enferrujado e grotesco dão muito certo.

A história se centra no personagem de Harry Mason que acorda em seu carro batido percebendo que a filha não está mais lá, então sai a sua procura na cidade fantasma de Silent. Logo de cara já percebi porque o jogo é tão cultuado, ele mexe diretamente com seu cérebro ao ver o vulto de Cherryl no horizonte nosso instinto é correr atrás da pequenina e ela nos guia até um beco em que o dia se torna noite, corpos pendurados agonizantes estão dependurados e Harry encontra monstros que o subjugam. Será que o matam, ou já estou interpretando demais?! Logo depois ele aparece acordando de supetão em uma lanchonete, com um policial loira muito bonita o interrogando. Esse é o melhor começo de jogo que já vi, a câmera de Silent Hill é muito diferente de adventure como Resident Evil em que cada cenário tem uma fixa. A câmera de Silent só parece fixa, ela se move com você e até mesmo em um mesmo cenário ela pode ter vários pontos, a trilha é precisa e enquanto Harry se arrasta pelo beco e o mundo vai escurecendo você sente toda a angústia de dar um passo em falso.

Depois que Cybil, a policial o deixa já armado, os bichões começam a te perseguir e você percebe que em Silent Hill não adianta você tentar matar todos os monstros que aparecem na frente, pois eles simplesmente aparecem de novo.

silent - harry  A resposta mais lógica e que qualquer um faria é correr feito e isso que você tem que fazer para permanecer vivo nas ruas da cidade. Os desenhos e rabisco de Cheryl o conduzem pela cidade e revelam a história tenebrosa de Alessa, uma menina que foi acusada de ser bruxa por ter poderes psíquicos, e em função disso foi queimada viva e é mantida viva em algum lugar da cidade. Cheryl e um pedaço de sua alma que desprendeu e quando e unir a Alessa libertara um Deus que subjugará a todos! A história é precisa, muito bem contada e esse é o jogo que tem os sustos mais imprevisíveis. É realmente um game assustador, só faço a crítica de que encarnando o pai angustiado louco para recuperar a filha eu acabei conseguindo final ruim em que eu tive que matá-la!

Para conseguir o final bom eu tinha que me desviar do caminho em um momento chave, salvar um outro cara que só aparece no começo do jogo, para ele me dar uma arma que impediria o surgimento de Alessa/Cheryl e revela-se um outro monstro! Não faz sentido com a lógica de acontecimentos que se desdobraram em minha frente, mas eu tenho que jogar de novo visando conseguir o final normal.

 

SILENT HILL 2 – DIRECTOR’S CUT (2001)silent hill 2

Para mim foi o melhor até agora! Contrariando todas as expectativas quando em seu lançamento. Silent Hill 2 não tem nada a ver com o primeiro capítulo, além de se passar em Silent Hill. O personagem principal é James Sunderland e em dado momento ele recebe uma carta de sua falecida mulher dizendo que o está esperando em seu “lugar especial”, nada menos que a cidade amaldiçoada.

James chega a Silent Hill e já pega a arma mais mortífera de todas, um pedaço de madeira bem forte, Que na minha mão é letal! Dá para correr e bater com ele, quase todos os monstros são detonados com o objeto improvisado, o que já me fez contrariar e lógica do primeiro jogo e matar tudo que se movia! Até se eles voltassem a viver depois!

silent - james

Mas não foi isso que fez adorar essa parte do jogo e sim a história, um tanto mais simples do que a de Alessa e mais pessoal do lado de James, que vai se revelando uma pessoa não tão boazinha no decorrer do jogo. Há muitos coadjuvantes que acrescentam ao sentido final da história: Uma mulher chamada Angela, sempre com uma faca na mão e meio depressiva, um carinha chamado Eddie, que “parece” estar de boa. Uma menina chamada Laura que apronta muitas traquinagens com o personagem principal. O sentido em que todos esses personagens conspiram para é uma eterna danação em função dos crimes que cometeram, todos eles tem um (inclusive James) e são atormentados por isso. Como se Silent Hiil fosse o purgatório.

Há ainda Mary, uma cópia carbono da falecida esposa de James, só que mais…hum…safada. E que vai ter que ser protegida pelo próprio, como uma tentativa de redenção e o personagem mais emblemático de silent Hill: O Pyramid Head. silent - pyramid james

Um ser que não morre, mata os monstro, te mata também e tem uma grande pirâmide no lugar da cabeça, e putz e como ele parece mal! É o juiz de Silent Hill e você o enfrente diversas vezes durante o jogo, inclusive para proteger Mary.

 

silent hill3 SILENT HILL 3 (2003)

Eu gostei bastante, achei o mais difícil. Mas também achei o amis confuso em relação a enigmas e o com menos história. Esse sim é uma continuação direta do primeiro com final normal, no qual Harry mata o monstro e recebe de um espectro de Alessa, um bebê. Dezessete anos depois esse bebê, provavelmente a reencarnação Alessa/Cheryl é a protagonista do jogo Heather Mason. Dentro de um shopping perseguida por um detetive particular ela se refugia em uma loja e encontra m bichão de, pelo menos, quatro metros e essa menina vai passar o diabo nessa primeira parte do jogo com esse gigantes, mais que os dois protagonistas masculinos adultos dos primeiros dois jogos! No primeiro eu tinha que matar as coisas em espaços fechados para conseguir pensar, no segundo era relativamente fácil matar os monstros, aqui eu posso pensar em usar minhas índoles assassinas: Os bichos são muito grandes e nem vou falar dos chefes, é um mais difícil que o outro para devolver ao inferno.

Nas duas primeiras partes do jogo: o Shopping e o Metro. Os mapas são gigantes tem muito mais bichos do que balas no meu coldre, tanto o mapa como os enigmas as vezes tem problemas técnicos e as vezes a câmera tão precisa dos último dois jogos te deixa na mão, quando você não consegue ver o personagem. é basicamente correria e não tem nenhuma história complexa, quando ela finalmente consegue chegar em casa, encontra seu pai, o Harry Mason morto e a responsável e Claudia que diz para procurá-la em Silent, aí sim na metade do jogo é que vamos para Silent hill e temos algum desenvolvimento narrativo. Há mais três partes: o Hospital, o Parque de Diversões e a Igreja. E são mais ou menos como descrevi acima, só que agora a história de Heather desvenda acrescenta mais coisas ao primeiro volume e deixa a história de Alessa muito mais rica. Esse jogo encerra com seu final a história principal de Silent hill.

Os monstros aqui são maiores, mais grotescos e mortais, a grande sacada é a personagem, muito carismática e com frases geniais. O jogo simultaneamente o mais difícil e o mais confuso, mas obrigatório para entender a história de Silent Hill.

silent - heather

Estou indo para o quarto, que se passa quase totalmente dentro de um quarto e tem uma engine totalmente diferente, simultaneamente na primeira e terceira pessoa. A série é muito boa, sua história é fantástica e se você quiser realmente tomar susto e não só matar zumbis, aconselho a jogar , de preferência em um lugar escuro e de noite.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Novo Clint!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Novo Clint chega lá em Outubro. Hoje foi aplaudidíssimo em Toronto e pelo trailer é no mínimo interessante, mas bem diferente de qualquer coisa que o cineasta já fez. Confira logo abaixo:

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Tv PAGA - True Blood chega ao fim de mais uma temporada




Se você paga pela programação de TV,nada mais justo que poder escolhê-la , certo? Errado. Quem escolhe quais canais você verá é a operadora. Quem escolhe quais programas e quando será levado ao ar é o canal.
Por anos sofremos com o atraso em nossas series favoritas. Atrasos que por vezes chegaram a UM ANO em relação à exibição original;

Será que alguém conseguiu sentir alguma emoção com o fim de 24 Horas, exibido pela Fox com três meses de atraso? Mesmo tentando evitar foi impossível não conhecer os detalhes do episódio.

Mais esperta tem sido a HBO que colocou TRUE BLOOD com atraso de uma semana no mesmo dia e horário em que a serie vai ao ar na HBO americana. Tempo suficiente para legendar (??) era uma desculpa que colava na era pré-closed caption.

True Blood, lançada em 2008, é baseada na série de livros de Charlaine Harris.
Neste universo fictício a descoberta do sangue artificial faz com que os vampiros deixem de se esconder e circulem livremente entre humanos formando uma nova categoria de minorias na sociedade. A cidadezinha de Bon Temps no interior de Louisiana é palco do encontro de uma garçonete dotada de poderes especiais com um vampiro cansado da vida nômade que leva e decidido a fixar residência na terra de seus antepassados. A atração entre eles é imediata, mas uma série de assassinatos na cidade vai atrapalhar o romance e gerar dúvidas sobre a possibilidade de convivência entre vivos e morto-vivos.


Como série de TV inovou em sua primeira temporada por suas cenas ousadas , uma produção atenda aos mínimos detalhes e excelentes atuações.
A segunda temporada trouxe uma Deusa como vilã que levou toda a cidade ao limite, com cenas muito mais ousadas. Como gancho terminou com o rapto de Bill Compton na noite em que ele pediu Sookie Stackhouse em casamento.
Foram meses de angustia e meia dezena de websodios revelando alguns dos novos personagens. Soubemos que haveria lobisomens e bruxas nesta temporada e que ainda seria revelado um segredo sobre Sookie.

A dois episódios do final podemos dizer que os lobisomens não foram tão ameaçadores como se prometia, ao contrario, se mostraram bem obedientes ao Rei dos Vampiros,Russel Edgington, este sim , uma grata surpresa, protagonista de cenas épicas deste ano.
O nível da ousadia também foi mais comportado para compensar as mortes mais sanguinárias.
Descobrimos o que Sookie é e o porquê. Sabemos também que ela não é a única e que seu sangue é muito valioso para os vampiros.
Soubemos mais sobre Eric, sobre Lafayette, sobre a família de Sam, mas quanto ao casal principal a evolução foi praticamente nula.
Bill ainda quer casar, Sookie ainda está indecisa , Bill desaparece ,Bill volta está ficando monótono.
Sorte nossa que o elenco de apoio dá material suficiente para os 55 minutos do episódio.
Politicamente a relação entre humanos e vampiros está a beira de um colapso.
Novos seres despontam em Bon Temps.
E True Blood ainda tem fôlego para mais algumas temporadas.
Vamos torcer para que possamos assisti-las numa transmissão única, mundial.
Afinal, se paga TV por quê ?

domingo, 22 de agosto de 2010

THE GRUFFALO

Minhas críticas literárias estão n'O Espanador atualmente. Nem por isso eu vou largar o blog original, contudo vai ser um pouco mais voltado ao cinema entre outras cositas. Para variar um pouco coloquei em Streaming o Especial de Natal da BBC do ano passao. É um dos livros infantis mais divertidos dos últimos anos vertido para o desenho animado.
Muito divertido.

P.S. Eu só não consegui tirar a propagadinha em pop-up, peço que me perdoem, mas esse filme já é lenda na internet:

sexta-feira, 30 de julho de 2010

FLIP 2010 E NOVO BLOG

 

Pessoas que me acompanham anônimas ou seguidoras, estrearei um novo blog na semana que vem. Para meus fãs anonimos digo para não ficarem preocupados ainda jogarei coisas para transmigrar a alma conforme o tempo (sempre ele) me permitir, mas peço que fiquem ligados também no blog O Espanador:

Este blog é uma união minha,  do mano Kalebe do blog Extremamente Alto  e das meninas, Juliana e Luani, do blog Coletivo Lhama.

Começaremos a loucura do blog coletivo cobrindo a Flip que é um dos maiores espetáculos literários do nosso país e convido a todos a nos lerem lá também.

Um abraço e obrigado a todo mundo que me atura.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

HOTEL NOVO MUNDO, Ivana Arruda Leite

capa_hotel_novo_mundo Me ajoelhei no último banco e pedi que Deus tivesse piedade das menininhas loiras e pobres que tem defeito no coração e dos menininhos negros e pobres que precisam tirar um rim; que Ele desse forças as mães que dormem encolhidas velando  por seus filhos pobres e doentes; que cuidasse com carinhos dos veados que adoecessem por amor (…) finalmente que a graça do Espírito Santo recaia sobre as prostitutas e ex-prostitutas, para que entrem no reino do céu.

 

Esse trecho demonstra a curiosa combinação de bom humor, ironia, um naturalismo brutal e realidade social que permeiam as menos de 120 páginas desse pequeno e singular romance.

Hotel Novo Mundo narra a história de uma mulher que foge do Rio de Janeiro, do marido rico em uma atitude impulsiva, ela acaba no hotel que dá nome ao livro e encontra todos os personagens singulares que são a alma do livro. Renata, a protagonista e o primeiro personagem brilhante do romance, em poucas linhas aparece como uma ricaça frustrada, traída e brava, mas que já fora uma prostituta e está fugindo da vida basicamente com a roupa do corpo. Quanto mais nos vamos entrando a vida dessa mulher mais a antítese social vai aparecendo.

Fazia muito tempo que eu não via um livro com um tom tão naturalista quanto este e tão agradável ao mesmo tempo. Normalmente a linha dos romances à la Zola, gostam de retratar todos os conflitos sociais, problematizar todos os ângulos e centralizar o foco em alguma ideia específica, sem deixar. O romance de Ivana não dá nenhuma chave, não tem nenhuma ideia específica e apesar de todos os personagens terem vários problemas, o contexto todo é muito light.

Vamos ver os demais personagens: César, o marido-galinha, galã e oportunista. Divino um sujeito baixinho e careca que se aproxima da protagonista. Jurema, tem uma paixão platônica não correspondida por Divino desde criança. Ritinha, menina sapeca que está com problema cardíaco e tem convulsões. Leão, um pianista de Boate gente boa. Cecília, filha de Leão que o conheceu com 8 anos e namora uma psicóloga. Zema, estilista gay com o vírus da HIV, seu namorado Lauro que é pai de santo, Genésia a dona do Hotel e a lista continua… Todos personagens singulares com seus dramas individuais, todos narrados com um humor muito irônico da narradora mas que se permite a insights de reflexão nas entrelinhas dos causos.

O livro se permite a narrar uma semana na vida dessa personagem até ele decidir iniciar a nova vida dela. Podemos até dizer a maioria das subtramas não termina, mas esse é exatamente o propósito que parece dizer à la Nelson Rodrigues que a vida do que jeito que ela é. Em um momento em que temos muita prepotência nas Letras Nacionais é muito bom ver um romance simples e direto, muito agradável de se ler e que parece ter alguma coisa escondida que ainda não revelou a mim, mas posso dizer que é muito interessante e engraçado.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

VERÃO, Coetzee, J. M.

verão Não senti nenhum prazer em ver aquela perplexidade, aquele desamparo. Eu não gostava da presença dele no salão. Era como se estivesse nu: um homem dançando nu, que não sabia dançar. Eu queria gritar com ele. Queria bater nele. Queria chorar.
[Silêncio]
Não era essa a história que o senhor queria ouvir, não é?(…)Bom não estou dando o seu romance, estou dando a verdade. Talvez verdade demais. Talvez tanta verdade que não haja espaço para isso em seu livro. Não sei. Não me interessa.

A verdade é a busca que o narrador Vincent (? seria um narrador?) faz ao entrevistar 5 pessoas distintas para compreender um pouco da vida John Coetzee na década de 70, antes de se tornar um escritor famoso. Vincent nunca encontrou Coetzee pessoalmente e agora que está morto os relatos que transcreve são seu único om o enigmático escritor. Sim meu caro leitor, você não leu errado ou este crítico de blog tomou substâncias alucinógenas hoje, John Coetzee… no novo livro escrito por John Coetzee. Para quem é marinheiro de primeira viagem pode estranhar, mas quem conhece a obra desse escritor fantástico sabe que essa é ponta iceberg.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

CACHALOTE, – Rafael Coutinho & Daniel Galera

 

cachalote_Ok.indd “Minha vida acabou. Eu não sou mais nada. A gente para de prestar atenção um instante, e de repente está sozinho (…)Por que ele fez isso? Aquele quarto de hotel apavorante, o toque de telefone… ele disse que me amava”

 

 

O toque de melancolia é que resta ao final da leitura do quadrinho Cachalote, projeto épico que gerou um expectativa grande por reunir um romancista promissor, Daniel Galera do estranho Cordilheira, e o primeiro trabalho de mais fôlego de Rafael Coutinho, que nada mais é do que o filho de Laerte. O livro seria um dos grandes lançamentos do Quadrinhos na Cia, selo da Cia. das letras, na Flip de 2009 Rafael já divulgava que estava quase pronto, três meses depois a Cia. colocou a primeira data de lançamento que furou e só no meio deste mês após várias desventuras o livro chegou as livrarias. Acho que fazia tempo que não via uma badalação tão grande por um quadrinho nacional e devo dizer que é muito interessante, ainda distante de um Jimmy Corrigan, Sandman ou qualquer Will Eisner, mas fascinante.

A trama de Cachalote gira em torno de cinco histórias envolvendo cinco homens em situações distintas: 1 - Um ator de ação chinês se torna o principal suspeito da morte do amigo. 2 – Um escultor durão aceita se tonar ator de um filme sobre um escultor durão. 3 – Um jovem que adora amarrar suas parceiras sexuais encontra o amo em um jovem muito frágil como cristal, literalmente como cristal. 4 – Um executivo é expulso de casa para Paris pelo tio por ter dormido com a mulher dele. 5 – Um casal divorciado conversa nas vias públicas sobre depressão, vida que continua entres outras coisas. Como essas histórias se ligam? Essa é realmente um boa pergunta! O traço naturalista de Rafael é ótimo, as histórias quando analisadas separadamente tem ótimos personagens, ainda assim existe uma sensação de gratuidade dentro da história que não se separa do graphic, porque as linhas que as unem são muito finas e sutis (ou as vezes inexistentes!)

Podemos começar pelo óbvio: A busca por entender em como se foi parar nessa situação, se encaixa no caso do chinês, do executivo, do escultor, mas não encaixa no jovem que está num relacionamento amoroso e no pai divorciado que só quer seguir com a vida. Podemos liga-las pela relação amorosa desenvolvidas no escultor pela rejeição, no jovem pela paixão sexual, no casal divorciado pela relação conjugal, em certo ponto na história do chinês que supõem uma relação homoerótica nunca desenvolvida e no executivo exatamente pela falta desta. Essas ligações são bem tênues e nunca se encaixam totalmente, mas existe um fato no livro que pode ser a chave do enigma: Há uma sexta história que abre a graphic e a fecha, a qual vou narrar brevemente pois parece uma fábula:

Uma senhora muito idosa está grávida e pula na piscina para nadar, parece que vai parir a criança quando um cachalote (para que não sabe, um cachalote é maior baleia do mundo, Moby Dick era uma cachalote albina) aprece na sua piscina!. Ela o acaricia. No final da história, ela e a criança estão na praia, a criança brinca com um cachalote de brinquedo, quando subitamente ela levanta, abraça a senhora se dirige ao mar e não volta mais.

A imagem do Cachalote aparece outras vezes esparsas no quadrinho, contudo essa fabula que parece ser uma chave interpretativa que mostra muito dos ganhos e perdas na vida do ser humano, e as cinco histórias parecem dialogar com perdas e ganhos a sua maneira, mais especificamente no âmbito familiar. Porém essa é só uma hipótese de interpretação, a primeira página do quadrinho remete as últimas da história, o que é velha da cíclico e para convidar o leitor a uma segunda leitura. Eu vou esperar digerir a primeira, depois eu faço a segunda e vejo se alguma coisa mudou. Fato é que tempo não será perdido na leitura deste quadrinho, s combinações possíveis são várias e a melancólica de suas últimas páginas o fazem ficar imaginando o que esta escondido nas entrelinhas.

domingo, 4 de julho de 2010

VOZES DO SOTÃO, AS – Paulo Rodrigues

vozes_do_sotao “Ela me arrancava dento de mim e desviava minha atenção para uma névoa densa que se espalhava pelo quintal (…) Embora calmo, não dava por termina a contenda, pois me sentia poderoso e forte depois de um embate como aquele. Forte o bastante para esfolar um vira-lata, ou para acorrentar no porão da casa o miserável corpanzil de uma negra velha”

O trecho acima demonstra a tensão da narrativa deste trabalho curto e preciso, Vozes do Sótão, é um dos melhores livros lançados atualmente. A história centra-se na figura de Damiano, uma pessoa que desde pequeno escuta uma voz em sua cabeça que é a sua maior companheira e ainda o faz fazer coisas que ele nunca revela. O livro é dividido em duas partes, a primeira “Estrume” é a mais fragmentada em que ele vive todas as épocas ao mesmo tempo, a segunda tem um desenrolar fluído, já que se centra em uma parte específica de sua vida, quando viveu no Uruguai. O livro exige bastante do leitor para se acostumar com fluxo de consciência que é desenvolvido, entre idas e vindas, ao longo da jornada.

Uma das primeiras coisas que notamos é que haverá auxílio para entender a vida de Damiano e do ele está falando, representado por um outro narrador (sim. esse livro é moderno e tem dois narradores) alguém que está investigando os cadernos de Damiano e entra a todo momento da história para explicar o que está acontecendo objetivamente. Essa segunda voz é genial, pois permite que se  desenvolva a personagem de Damiano, na voz do próprio, e ao mesmo tempo resume toda a vida deste em poucos parágrafos, fato que o próprio Damiano diz ser incapaz de fazer no começo do livro por não ter objetividade.

Segunda coisa é observar como ele é um personagem totalmente destruído pela família, a mãe o chamava de estrume, o irmão o odiava, não tinha amigos e sua única paz era se esconder no sótão onde começa a ouvir a voz e guardar bugigangas de um passado melhor. Para escapar da família ele casa com um moça que será sua perdição, traindo-o constantemente e brincando com seus sentimentos, até ele dar um basta na situação e se mudar para o Uruguai, onde começa uma segunda parte ainda mais intensa e um pouco mais linear.

A voz narrativa de Damiano cria muita tensão em suas linhas porque a violência de suas palavras não param, em todo momento ele evoca mortes, palavrões e sentimentos reprimidos dentro de si. Imagens fortes como a evocada no trecho pululam no texto. Contudo quando analisada de maneira linear, a historia de Damiano acaba sendo a historia de uma vítima constante, em nenhum momento ele evoca as maldades que comete, (será que cometeu?) nem mesmo a voz do segundo narrador explicita alguma coisa referente a alguma maldade adormecida em Damiano, ela só se limita a dizer que fez “coisas horríveis”. Essas insinuações nos fazem cogitar diversas coisas desde a veracidade do relato, até preencher pontos da história que estão obscuras com nossas próprias ideias.

Dentro do que é mostrado pelo texto é certo que o personagem é um indivíduo castrado emocionalmente, que sofre males de pessoas que querem e vão se aproveitar dele. Tudo o mais são artimanhas do texto que operam de forma subliminar em nossas cabeças, como uma voz dentro de nossas cabeças.

sábado, 3 de julho de 2010

DEIXA ELA ENTRAR – O REMAKE

Quem costuma acompanhar esse pequeno diário bem humorado sabe da comoção que tive ao assistir, Deixa ela entrar. Um filme sueco fantástico, possivelmente o melhor filme sobre vampiros feito desde o Nosferatu do Murnau. Enfim como ele é sueco e o mercado americano tem preguiça de ler, eis que saíra a refilmagem (que original), o trailer saiu ontem e segue logo abaixo. Ao que parece será uma cópia frame a frame. Necessário? Não. Mas o próprio Michel Hanneke refilmou um filme seu antigo para ele ter mais visibilidade, e está versão possivelmente terá.

 

A história é muita boa, um menino sem amigos uma amizade-amorosa com sua nova vizinha, o detalhe que é uma vampira que se alimenta de gente. A consolação da versão americana é que o diretor, Matta Reeves, é o mesmo de Cloverfield, filme que não dava nada mas provou ser bem interessante quando assisti e que a atriz que faz a vampirinha meiga (e assustadora) é Chloe ao qual eu rasguei seda no post abaixo deste.

Se você tem como achar em sua locadora ou baixar pela internet segue também o trailer do filme original, para mim já é um clássico obrigatório da sétima arte.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

KICK-ASS

 

KickAssPoster O cinema é fantástico! É  ótimo conhecer filmes que nos inspiram a dizer tal coisa, e ontem fui assistir mais um filme que possivelmente não será descoberto no cinema, que vai se tornar e que muito crítico de cinema vai torcer o nariz, também. Kick-ass é maior zoação com o universo do super.-heróis desde que a explosão de adaptações começou alguns anos atrás e se temos filmes que fundaram a fórmula (X-MEN, HOMEM DE FERRO)0 outros que a subverteram (Cavaleiro das Trevas, Watchmen) experimentos estéticos (SIN CITY) e fracassos colossais (não precisa mencionar né), temos agora também um filme que fica na metalinguagem do gênero. A premissa é bem simples: NO mundo não existem super-heróis certo? Mas tem muitos idiotas? Então como nenhum idiota nunca tentou ser um super-herói? Nosso “herói” vai tentar fazer essa experiência e se tornar um herói de verdade no nosso mundo de verdade para ver o que acontece.

Um parêntese necessário, Kick-Ass é uma adaptação fidelíssima de um quadrinho real idealizada pelo Midas dos quadrinhos Mark Millar, então história maravilhosamente cínica que vemos na tela é produto da mente desse infeliz.

David como é um jovem que não está nem entre os bonitões ou entre os cdf’s é simplesmente um zero a esquerda e imperceptível. Um belo dia ele resolve se tornar um super-herói e compram a ridícula roupa de mergulho, como seria qualquer roupa de super-herói se fossem traduzidos ao pé da letra pelo cinema e sai em combate ao crime. Ele quase morre! Enquanto isso um pai e sua filha passam as noites em atividades divertidas se preparando para ser super-heróis também, mas um tipo mais profissional que não deixa ninguém vivo.

David poderia ter colocado alguma sanidade na cabeça, mas resolve sair como Kick Ass novamente na roupa de mergulho e dessa vez ele consegue se sair bem e, a grande sacada é que ele é filmado e se torna o vídeo mais assistido no Youtube ganhando fama rapidamente. A partir daí o roteiro vai se tornar cada vez mais original juntando Kick Ass, na velha passagem da adolescência, um mafioso que será o grande vilão da história e os personagens d pai e da filha, que também se fantasiam de Big Daddy (o pai, interpretado por Nicholas Cage), uma espécie de Batman, e a Hit Girl (a filha, interpretada por Chloe Möretz) que tem 12 anos e é maior máquina de extermínio que o cinema já apresentou.

O filme tem vários pontos positivos mas eu vou salientar dois. 1º A direção da historia oscila entre pontos extremos com muita segurança, pois quem viu o trailer acha que é uma comédia, e tem muito humor negro, tiração de sarro e autorefência na história, ao mesmo tempo é um filme extremamente violento, não uma violência de deboche mas uma violência realística, e ainda tem cenas de drama realmente tocantes. São pontos extremos todos convergindo de maneira brilhante dentro da mesma história que é a base dessa experiência.

O segundo ponto que merece ainda mais destaque é a atriz Chlöe Moretz que rouba o filme para ela. A personagem da Hit Girl, tem 12 anos, fala palavrões de calibre (- Sim o prefeito tem um sinal luminoso no céu para nós. Ele tem a forma de um cacete gigante); mata violentamente pelo menos uns 40 atores,  é muito carismática e ela consegue não ser uma caricatura. A melhor personagem e atriz do longa.

por ser totalmente amoral, faz até sentido que ele não tenha feito sucesso no circuito comercial, mas com certeza tem uma vida longa sendo descoberto por “acidente”. Se você ainda tem tempo vá ver antes que saia de cartaz.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

PASSAGEM TENSA DOS CORPOS, de Carlos de Brito e Melo

passagem Sabe quando você vê uma ideia brilhante que te faz pensar em como esse livro deve ser interessante e denso, você fica até excitado com a possibilidade de ler algo diferente e descobrir um novo autor, quando muito um clássico contemporâneo ou esquecido.

Isso aconteceu comigo pelo última vez ao ler O Vento da lua, quando o caminho foi o inverso: ao não esperar nada do livro eu me encantei com a beleza daquela prosa. Você passa muito tempo procurando um livro que possa lhe transmitir essa sensação de alumbramento novamente e eis que eu encontrei um forte candidato pela ousadia de sua história: No inteiro de Minas uma espécie de espírito vaga relatando mortes tanto naturais quanto assassinatos, até que em certo ponto encontra uma situação inusitada. Uma família que tem o pai envenenado ignora a morte deste e coloca o cadáver amarrado na sala como se nada tivesse acontecido.

Ótima história no resumo. Na realização porém, o  livro é muito enrolado e simples, por mais que a escrita se proponha ao lirismo. Não que o livro seja ruim. Ele está bem longe de ser ruim mas creio que um podemos tirar 100 das 248 paginas e conseguiríamos contar a história com um pouco mais de impacto.
O espírito (vou colocar espírito, mas o que o romance sugere é que seja uma língua?) não consegue sair da casa enquanto as pessoas da família não reconhecerem a morte e iniciaren os ritos fúnebres. A mãe está preocupada em conservar sua beleza, a filha em preparar o casamento contudo não há noivo até o momento, e o filho está trancado no quarto se recusando a participar da experiência.

A linguagem é bela e as mortes que são relatadas no meio dessa histórias central estão cheias de significado simbólico, o romance ainda tem um final aberto que casa a história deste morto preso entre a vida e a morte, com a do narrador também preso entre a vida e a morte.

O que nosso interlocutor quer mesmo é, por meio de sua narração, recuperar um corpo para si, já que outrora morrera o que logicamente direciona a narrativa para várias leituras metalingüísticas. Os problemas da história são a demasiada retomada nas descrições, a princípio desse ser que é um fantasma constituído de linguagem,  e que é descrito umas 10 vezes no mínimo, e também  as várias mortes narradas cortando a história principal. Mas o fator determiante para se cortar 100 páginas do livro é a falta de acontecimentos dentro da história já que nada muda: o menino nunca sai do quarto, a menina só fala em casamento, o narrador só reclama das condição de sua existência e até que isso se resolva vão páginas de abstração.
A idéia é ótima, mas ele acaba se saindo muito simples em sua concepção. Acredito que é a maior força do livro esteja em sua linguagem fluida de um poeta nato e apesar de ter 248 páginas é muito rápido de se ler, sendo os capítulos muito curtos. Contudo eu esperava bem mais.

PRÊMIO SÃO PAULO 2010

Prêmio São Paulo 2010

Olá pessoal. Apesar do luto, o mundo literário não para de todo e para continuar decidimos colocar em destaque o Prêmio São Paulo de 2010, que saíra em Setembro. Aqui estão os finalistas:

Melhor romance do ano
. O filho da mãe (Companhia das Letras), de Bernardo Carvalho
. Leite derramado (Companhia das Letras), de Chico Buarque
. O albatroz azul (Nova Fronteira), de João Ubaldo Ribeiro
. Estive em Lisboa e lembrei de você (Companhia das Letras), de Luiz Ruffato
. Avó Dezanove e o segredo do soviético (Companhia das Letras), de Ondjaki
. As vozes do sótão (Cosac Naify), de Paulo Rodrigues
. A minha alma é irmã de Deus (Record), de Raimundo Carrero
. Pornopopéia (Objetiva), de Reinaldo Moraes
. O livro dos mandarins (Alfaguara/Objetiva), de Ricardo Lísias
. Outra vida (Alfaguara/Objetiva), de Rodrigo Lacerda

Melhor estréia do ano
. A morte de Paula D. (Edufal), de Brisa Paim
. A passagem tensa dos corpos (Companhia das Letras), de Carlos de Britto e Melo
. Sinuca debaixo d’água (Companhia das Letras), de Carol Bensimon
. Sanga menor (Dublinense), de Cíntia Lacroix
. Os mundos de Eufrásia (Record), de Cláudia Lage
. Se eu fechar os olhos agora (Record), de Edney Silvestre
. Hotel Novo Mundo (Editora 34), de Ivana Arruda Leite
. Immaculada (WMF Martins Fontes), de Ivone Benedetti
. Cisão (7Letras), de Livia Sganzerla Jappe
. Ciranda de nós (Grua), de Maria Carolina Maia

E falo nós no sentido que teremos um parceiro nessa empreitada. O site Extremamente Alto & Incrivelmente Perto estará nessa disouta e muitas vezes vamos discordar. Sigam-nos.

Nesse site antes mesmo dos livros serem indicados já tenho criticas dos livros Filho da Mãe, Leite Derramado, AvóDezanove e o segredo dos soviético e Outra Vida. Todos indicados a ficção do ano.

sábado, 19 de junho de 2010

EM LANZAROTE


“Nossa única defesa contra a morte é o amor”
I
Na manhã do dia 18 de Junho do ano de 2010 da era de nosso senhor, José de Sousa Saramago esteve a levantar mais tardiamente que o normal, porém com um vigor que não sentia a algum tempo é certo. O lugar da conjugue já está vazio mas morno o que indica que ela se levantara a pouco, então a demora não influenciara na qualidade do café. Se vestiu o mais simples possível, alias podia-se dizer que ainda estava em pijama. Uma vez que estando em sua casa a formalidade das vestimentas eram de sua ordem e de sua intimidade, ao qual participava a sua mulher, e tudo isso de ser facilmente comprovado pelo uso demasiado do pronome pessoal que estivemos a fazer até o momento. Se a roupa não era elegante em contraponto aos ternos usuais ao qual era visto quando estava em palestras ou simplesmente mandando todo o Estado do Vaticano ao livro do compatriota Antunes, ele sentia enorme prazer em utilizar a malha marrom que Pilar costurara especialmente para o frio de uma primavera distinta até momento, dedilhava a malha e lhe dava prazer em pensar no objecto ao se ver no espelho com o carrinho e simbolismo que ela carregava, crua, grossa e sem estampas como a velhice há de se manifestar nas formas de vidas. O óculos de aro e entes grossas, combinavam com a nova roupa, detalhe importantíssimo visto que sua fronte era quase inimaginável, podemos até dizer que o óculos já era a sua face. Assim finalmente vestido de Saramago ele desceu.
Na cozinha ao som do cantarolar, ou lento murmurar de Pilar sobre a mesa ele foi guiado, também havia um cheiro doce de waffles recém saídos do forno e a própria presença calorosa de sua mulher ao vê-lo pisar no soalho da cozinha. Deixemos os dois fazerem os rituais matrimonias de bom dias, beijos, carícias discretas e comentar sonhos, dores e planos, enquanto estes se arrumam na mesa como é natural. A deglutição do café da manhã após tantas décadas juntos é silenciosa e cheia implícitos construídos pela intimidades. Saramago se detêm a passar um pouco de mel que recebera dos amigos nos waffles morenos estendidos a sua frente, Pillar fica no suco e a contemplar o tempo pela janela da cozinha, um clima que hoje teve um aumento de temperatura grande para a época refletido na clareza do sol ao lado de fora, O verão deve estar a bater do lado de fora, ela o informa Saramago que achava o clima da manhã um tanto frio percebe por fim a clareza da manhã que tinha passado despercebido até o momento, Acordei e tudo estava mais quente, ele responde meio sem pensar e podemos e dizer até que essa informação desencontrada entre os dois essa manhã, pois olhando de maneira ela não acrescenta nada a frase outrora dita, ou seja seria papo-furado, mas José a emenda de maneira económica e brilhante, O calor estava inclusive na sua sombra deixada na cama, o verão está sempre aqui com você. O que provocou aquele olhar de desejo que em outras idades seria convidativo ao coito mas resultou naquele beijo discretamente apaixonado dá em seu lábios, um beijo sempre diferente e suave. Pois bem examinemos a frase, diríamos ele matara dois coelhos com uma escopeta, além de cortejar sua donzela, admitia que ela tinha toda e inteira razão, coisas que universalmente toda mulher desde os primórdios adora. O resultado além do beijo e que ela retira louça sem se demorar em discussões sobre as obrigações masculinas e femininas a respeito do café da manhã, enquanto ele se dirige a varanda aspirar o ar puro do dia coisa que sempre faz. Sigamos.
Ao chegar a sua espreguiçadeira pensou na chegada do verão que se estendia a sua frente, tomou um sorriso ao ver o bule e as xícaras estendidos na mesa de centro. Toda a manhã via aqueles apetrechos deixados propositadamente a sua disposição, mas sempre se surpreendia com essa mulher que a tanto tempo vive e que cantarola de maneira contida a sua felicidade. Sentou-se e se servir do café fresco enquanto olhava para o horizonte pensava em suas ideias que acordaram com tanto vigor quanto ele: O tema da falta de filosofia no mundo, as possibilidades reais da eleição Portuguesa na Copa, o que renderia uma boa cronica sobre a mentalidade lusitana em esportes, e também pensava agora sobre um novo romance em que o verão não acabaria nunca. No meio dessas divagações o xícara lhe pesou o pulso e ele deixou derrubar um pouco do café no chão, o que iria lhe render algumas broncas de seu amor, mas logo essa intermitência a postura da mão cessou e ele levou com rigidez xícara ao lábio aproveitando uma manhã de lucidez solar.


II


Sua visão por detrás das grossas lentes se concentraram a um vulto negro que crescia no horizonte, não sabia se era um bicho, um carro ou um homem mas vinha em direcção a sua casa. Poderia ser um motivo de comemoração, por ser uma ilha Lanzarote não tinha muitas mudanças na rotina adjacente dos dias. Ao mesmo tempo a porta de sua casa abriu e estranhamente José intui pela falta de música ou pela vivida distorção que Pilar trazia que não era ela quem saia para fora de sua casa. Ao olhar meio de lado, meio para trás, viu um homem de barba longa e branca, com um sorriso bonachão se dirigindo a ele, esse senhor, mais especificamente o senhor, conhecido como deus às vezes, estava em pé em seu recinto sem pedir licença, ou por favor, e ainda se dirigindo para invadir a espreguiçadeira ao seu lado. José até pensou em protestar mas é sabido que este se denomina senhor-de-todas-as-coisas, portanto não havia muito o que fazer para com essa situação que resultou na completa apropriação da espreguiçadeira a direita.
Você, E você, respondeu o senhor completando, Vim te ver pessoalmente nesse, Para qual razão, Nenhuma exactamente, estive entediado nesses dias, sabe-se que é chato ser moderno, mas não sabe como é chato é ser eterno, Aí você começa a plagiar passar o tempo. O senhor ficou meio sem graça com a afirmação, pois tinha quase certeza que o autor português não conhecia o poeta brasileira, mas ele já tinha se equivocado antes e ainda sabia ser esperto, Bem que queria homenageá-lo pois depois de Drummond as letras lusitanas se curvam a Saramago, por isso vim a essa jangada de pedra, Sei, disse Saramago ignorando a última e fraca homenagem, Pois saiba que tentei diminuir seu prestígio, há alguns anos soltei um Lobo atrás de você e até deu certo em dado ponto de vista, Por acaso o que aconteceu hoje foi tem algo a ver com ele, disse mostrando o bule de café o que fez o senhor falar atrapalhadamente, Não, não, apesar de ter tentado mais práticas depois de 1991 havia algum tipo de força divina conspirando contra. O olhar indagador do português foi seco e duro para o senhor que continuou fingindo não perceber a contradição, Enfim seu compatriota fez coisas muito piores, O que seria, Foi ficando mais hermético e Cult, então Saramago ri pela primeira vez do senhor.
O ponto escuro já tem a silhueta de um homem e anda com força tal como um viajante, logo ele chegara o senhor ignorando continua sua narração, Aí eu tentei em minha onisapiência enviar algo mais controlável, e mudar de estratégia com um Coelho, Dos nossos nada folgados primos de língua, disse Saramago já estendendo a gargalhada, Exatamente, só que esta foi minha perdição, Sério, Sim, ora pois cravou a lápide, Achei que tinha sido o filósofo alemão, Não até somos amigos agora, a coisa começou a dar errado com um sujeito chamado Kardec que driblou minha onisciência e esse coelho só ajudou, Mas ele não tem nada ver com isso, É quase a mesma coisa, Discordo, Lógico que discorda e agora estou aqui e não sei o que fiz de errado, Que tal total displicência, julgamentos estranhos, regras estranhas, pragas, peste, guerras, Ei, espere um pouco, isso tudo é culpa de vocês, mas talvez eu tenha me desligado um pouquinho e todos podem errar uma vez ou outra. Saramago o olha com olhar irónico e lhe estende uma outra xícara com café, o senhor aceita com um sorriso, alias parece que o senhor só consegue rir actualmente.Então eu ganhei, Não vamos ser drásticos como eu te disse eu nem estou no ringue.
O viajante chega portanto uma mochila em suas costas, mas utilizando um terno irretocável, cabelo curto e anoréxico, se distinguia por um pequeno bigodinho que deveria ser moda antes da segunda guerra, parecia fadigado quando entrou na varanda como o português dos aventureiros, Bom dia, ele disse meio sem fôlego e foi respondido por dois bom dias mais descansados, Sente-se homem o que o traz a essa ilha, disse Saramago e foi prontamente atendido pelo não-tão-estranho personagem se jogar na escadinha em descanso, Trago notícias do mundo exterior, Quais as notícias meu velho, já o reconhecendo como um antigo amigo, este começo a narrar, O mundo paralisou por um instante, as pessoas debruçam em memórias e sentimentos esquecidos, as palavras dos livros ecoam novamente pelos sarais das ruas, a modernidade, minha velha amiga, fala por todas as mídias, por todas as línguas e idades, pequenas memórias invadem mentes alheias até dos desconhecidos, pequenas homenagens em por todas as canetas, há um buraco na alma de quem o conhecia, e há inda naqueles que nunca o viram pessoalmente, o mundo chorou esta manhã pois o escritor morreu. E todos ficaram em silêncio com aquelas palavras do poeta até o senhor quebrar o silêncio, Me dá um pouco de inveja essa atenção como se chama moço, Álvaro Campos e o senhor é, Senhor senhor, Ah sim... Eu trago notícias da modernidade ao meu velho amigo José, E como vai aquele mundo lá fora, continuou o senhor enquanto Saramago debruçava em pensamentos, Mesma coisa de sempre mulheres parindo, pessoas padecendo, jabulamis criando vítimas ali e guerras criando corpos acolá, É assim que tem que ser, completou Saramago, Eles não sabem o que fazer, tentou parecer poético o senhor e fora um pouco mais subtil dessa vez, o autor português para variar entrou em discordância, Claro que dá, enquanto houver palavras e histórias ainda temos ferramentas para solução, disparou, Meu velho amigo eu discordarei de novo, E eu vou ganhar de novo, A atenção é passageira, assim como as histórias e livros , A memória não. Álvaro sentindo o clima mudar tira da mochila um tabuleiro quadriculado,colocando em cima da mesa de chá, Por que vocês não resolvem isso de maneira mais prática, propondo isso tira pequenas tampas da mochila em seguida o que agradou muito o senhor que já estava colocando as damas pretas em seu campo de batalha, Saramago saiu da posição de descanso e pegou as remanescentes, Agora sim eu vou provar para você, E Pilar, perguntou o senhor, Está bem, Sentira sua falta, Eu sei ela me ama, Não quer vê-La, Não ela me ama, Eu posso tentar algo, podíamos fazer um acordo, Saramago ao colocar todas as suas peças posicionadas, ajeita o óculos olhando para o senhor e diz contemplando a expectativa de Álvaro, Vamos jogar damas, ela me ama é o que basta. O senhor juntou as mãos em alegria ao ver que as peças eram firmes e boas para o desafio.
Corre o espectáculo do mundo lá fora e os dois provavelmente estão jogando e discutindo, a única coisa que se sabe de ciência certa é que continuaram a discutir até então. Apesar de não haver mais nada o que contar as histórias nunca acabam de todo, as notícias que Álvaro trouxe se debruçam continuamente no papel e tudo isso ocorreu no dia 18 de junho em Lanzarote.

 

Por Rafael de Souza Menezes

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Adeus ao mestre, uma pequena homenagem a tantas outras que somam ao redor do globo. 87 anos de lucidez.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Túnel, O de Ernesto Sabato


tunel,o "Que o mundo é horrível é uma verdade que não requer demonstração. Em todo caso bastaria um fato para prová-lo: num campo de concentração, um ex-pianista queixou-se de fome e foi obrigado a comer uma ratazana, só que viva."

Se o trecho acima fez algum sentido para você, comece a se preocupar pois você pode estar se identificando com um personagem realmente aterrorizante. Estranhamente foi o trecho que me fez engolir o livro em uma tacada ininterrupta. O túnel é uma das experiências mais perturbadoras que a literatura produziu, neste caso a literatura do hermano Ernesto Sabato.
A trama é simples, mas sua execução é que primorosa: O narrador da história Juan Pablo Castel está na prisão e por meio de sua prosa direta e analítica, ele pretende narrar o seu crime: O assassinato de Maria Iribarne Hunter, a única mulher que o compreendia e que ele amava.
Assim sendo volta ao passas à uma exposição de seus quadros para apresentar esta mulher que se alumbrou com um de seus quadros mais simples, o de uma mulher na janela, e  intrigado com a figura misteriosa ele começa a procurá-la, quando a encontra começa a persegui-la até, por incrível que pareça desenvolver um caso adúltero com ela. Porém ele é um homem cheio de dúvidas, problemas, ciúmes e inquietações que consomem toda a narrativa sobre a natureza daquela relação, mais até do que os momentos bons com ela. Só existe a dor que a mulher produz nele, contudo esta é uma dor que não possui lógica, basicamente é um recorte da loucura do próprio personagem que progride até o derradeiro ato da qual ele não se sente culpado, mas fica intrigado com a palavra Insensatez que lhe proferem, motivo que ele ainda ao final do livro procura explicar, pois em seu relato ele procura demonstrar que a razão foi dele.

A genialidade da narração fica por conta dessa lógica do discurso de Juan Pablo, que pega o niilista moderno em nós e cria uma ponte de identificação com este leitor. depois te leva por esse túnel escuro da mente do personagem pelo mesmo timbre até Juan Pablo começar a fazer associações como esta:

“Fiz repetidos esforços para posicioná-los na ordem correta, até conseguir formular a ideia desta fórmula terrível: Maria e a prostituta tiveram uma expressão semelhante , a prostitua fingia prazer; portanto Maria fingia prazer. Maria é uma prostituta.

- Puta, puta, puta! – gritei saltando da banheira.”

Se isso fez algum sentido, vá ao hospício rapidamente. É um livro perturbador, pois até o último minuto nós queremos que ele se arrependa ou que os motivos do crime façam um sentido mais palpável em nossas cabeças. O que há é um túnel escuro em direção a loucura, em dado momento da leitura você toma conta da inevitabilidade desta direção mas não tem como parar. É um livro terrivelmente bom.

terça-feira, 1 de junho de 2010

LOST – THE END

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Há algum tempo eu não visito essas linhas por motivos que vão além do que um mero ser humano pode querer: Falta de Tempo/Espaço em meu contínuo existencial. Contudo como adiantei na postagem anterior o Maior evento do Ano se aproximava e como eu tempo uma camiseta da Dharma, me juntei há milhões assistindo licitamente ao último episódio de Lost há alguns dias. Agora que baixamos o filme sem comerciais, legendas e tudo o mais que havia de disponível na minha sexta temporada pirata. E a primeira coisa que quero informar é que essa matéria vai contrariar minha lógica de dar informações diretas sobre as possíveis surpresas que um interessado no assunto pode ter, ou seja, significa que há SPOILERS aqui. Então pare de ler se você não viu o último episódio, se bem que, se não me engano se você não viu já bombardeado por milhões de informações a respeito.

Devo dizer que não estava esperando mais nenhuma surpresa com relação ao sitcom, e seus últimos 15 minutos foram um choque ao vivo. Olhando com mais apuro agora, tudo começava a apontar para aquele desfecho:  “Christian Sheppard?” brinca Kate logo no primeiro minuto emendada por um Desmond sóbrio “We have to go”. As pistas pululam e como desde a primeira temporada o pessoal da produção jurava de pé junto que os personagens não estavam mortos, nós engolimos a isca direitinho e nessa última temporada a possibilidade nem passou pela cabeça de nós. Eu devo salientar que eu achei isso genial!! E eu não sou um crente. Devo também informar que quase chorei ao final do episódio.

Em si tudo estava bem definido. Locke/Fumaça-Negra procurava Desmond para destruir a ilha, Jack se tornou um novo Jacob e tem que proteger o coração da Ilha agora, mas ele é ousado e arrisca a própria destruição desta para destruir a fumaça negra e tirar os remanescentes da ilha. Não há explicações sobre que é maldita, que com certeza tiraria muito do charme que o seriado tem, só existe uma luz no interior da ilha que o bem mais valioso do mundo. Na outra realidade em que o avião não caiu, os personagens vão se encontrando e relembrando como foi a vida na ilha, somente Jack que luta contra as memórias involuntárias que os outros suscitam nele. Até o velório do pai em que este aparece e lhe mostra sua vida na ilha e a realidade da situação: Não era uma realidade paralela cientificamente plausível e sim um lugar criado para que todos se reencontrassem e pudessem seguir para outro plano: Eles estavam mortos! É irônico, genial e emocionante já que toda essa cerimônia ocorre paralelamente aos últimos momentos de Jack agonizando mas feliz por ter salvado tudo e culmina em sua morte no mesmo em que começou.

Para mim foi o melhor seriado em muitos anos, algumas coisas ficaram na história com Arquivo X, mas descambou muita idiotice em seu final. Outros como  A Sete Palmos são memoráveis muito mais por sua conclusão. O difícil em um seriado dramático é manter o nível em todos os seus anos. Pois depois de alguns episódios a fórmula começa a ficar manjada. Lost mostrou que não é necessário se agarrar aos gêneros ou pode se agarrar todos. Um seriado que começa como um seriado de sobrevivência, mistério com monstros e teorias científicas, pura ficção científica em alguns episódios e não largou em nenhum momento a veia dramática do show e termina como a velha briga entre o bem e o mal, questionando tal como John Locke a crença das pessoas. Podemos dizer que eles se acharam no final, o que dá um novo significado para o título. Podemos dizer que muita gente odiou o final e muita gente amou. 8\80. Não há meio termos, mas pelo nível tão distante de emoções que rodeiam este seriado atualmente só posso dizer que se você ainda não assistiu, assista do começo ao fim. Possivelmente não haverá nada igual na televisão por um bom tempo.

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Bye Jack. Nunca foi preferido, ams vamos sentir saudades.