terça-feira, 1 de janeiro de 2013

2012 – Melhores filmes


O ano não foi particularmente bom para o cinema. Primeiro eu achei que muitos títulos internacionais bem fracos, ou com uma distribuição menor do que gostaria, depois a minha falta de tempo não me deixou ver algumas coisas que estou tentando ainda  assistir. Eis o que queria ter visto e não vi: Sete dias com Marilyn, Holy Motors, Os Intocáveis (Eu sei. Eu sei.) Argo, Cosmópolis e Fausto.

Trado este e aquilo que não estreou graças a nova maravilhosa distribuição. estes são os melhores filmes aqui
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abrigo2 amor Artista

Abrigo, O – Jeff Nichols

Uma interpretação fantástica de Michael Shannon, e uma história ambígua de Jeff Nichols fez desse filme, lançado diretamente em dvd, uma grande injustiça com ele próprio. É uma obra que critica a paranóia religiosa e a paranóia americana simultaneamente. O personagem principal começa a entrar em parafuso quando vários sonhos estranho a plantar a ideia de que o mundo vai acabar e ele necessita construir um abrigo para salvar sua família. Nesse meio termo entre a loucura, e um sentimento de que o personagem posso estar certo, Jeff Nichols constrói sua fábula de drama familiar.

Amor - Michael Haneke

Acho que a mão pesada de Haneke tira um pouco a sensibilidade que a história teria com outro diretor, mas os momentos de afeto entre os dois protagonistas nos emocionalmente apesar da direção distante de Haneke. Mérito dos poderosos Jean-Louis Trintignant e principalmente Emmanuelle Riva.  A história se centra somente em um apartamento e no cotidiano de um casal na casa dos 70 anos. Quando a mulher é vítima de um derrame, que paralisa o lado direito do corpo, o drama do casal começa e a partir daí a degradação física e mental, leva os dois e o espectador ao limite. Filme é bem forte.

Artista, o – Michael Hazanavicius

O teste do tempo é o melhor para qualquer filme. Lançado no começo do ano, esse filme que foi demasiadamente exaltado merece todas as glórias, mas não por ser original e sim exatamente pelo contrário. Uma história simples mas que consegue deixar qualquer um que gosta de um bom cinema antigo com a boa nostalgia nas veias. Os haters reclamam que os filmes mudos eram mais complexos, mas isso é dor de cotovelo, pois na verdade não é nenhum argumento cinematográfico alias. Outro destaque do filme além da história, é a atriz Berenice Brejo que traz uma personagem fantástica.

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Aventuras de Pi, As – Ang Lee

Último filme do ano no cinema e surpreendeu as expectativas em todos os sentidos, e elas eram altas. Como pode uma história de naufrágio, com um menino e um tigre como os únicos sobreviventes, se tornar numa reflexão sobre Deus e o Mundo? Créditos a Yann Martel (e parece que para Moacyr Scliar também, mas não vamos entrar em polêmicas), mas muito também a Ang Lee que provou que é um diretor sem gêneros. O final do filme é genial.

Cavaleiro das Trevas Ressurge – Christopher Nolan.

O grande erro do filme é ser muito curto (só 165 minutos). O Chirs diz que essa é sua versão final do filme, mas muitas fontes afirmam que viram uma versão com mais 3h. Eu acredito, há alguns erros de montagem que eu nunca vi num filme do Nolan, para deixar a coisa mais rápida. Em todo caso isso não tira o mérito da versão épica que encerra a trilogia, resgatando temas antes explorados e colocando o Batman numa situação em que sair ileso é impossível. A cena em que Bane confronta Batman está tanto na história como o interrogatório do filme passado. Além de Michael Cane dando show, Anne Hatway está com uma ótima versão de Selina Kyle.

Descendentes, Os – Alexander Payne

Eu queria chegar aqui e dizer que esse filme não é tão legal, pois eu nunca gostei muitos dos filmes desse diretor, mas há uma primeira vez para tudo. Descendentes é realmente um filme muito bom. Simpatizei muito com a situação do personagem de George Clooney, com sua mulher em coma e descobrindo que ela pode morrer, mas o traia. Sua busca para se aproximar da família e resolver este assunto é ao mesmo tempo poético e melancólico. Shailene Woodley também está perfeita como a filha maior e responsável, e o roteiro até mesmo em seus momentos finais te surpreende. A Cena da despedida de Clooney para com sua mulher é linda. Não é uma comédia.

Espio que sabia demais frankenweenie moonsrise kingdom

Espião que sabia demais – Tomas Alfredson

Esse filme deve ter sido o maior fracasso de bilheteria no Brasil.Não é o tipo de filme de espionagem que estamos acostumados, mas para mim está no top 3  desse ano. Primeiro o diretor Tomas Alfredson, que é o diretor de Deixa Ela entrar, faz um trabalho estilístico inquietante em que todos podem ser culpados ou inocentes. Quem entrar na tensão do enredo, não sai até o final. Depois por Gary Oldman, como o  espião Smiley encarregado de descobrir o agente duplo dentro da organização e traz a interpretação da sua carreira, com muita contenção e tristeza.

Frankenweenie – Tim Burton

Estava meio em dúvida sobre a qualidade deste filme, mesmo porque Tim Burton está em uma gangorra de qualidade há alguns anos, mas quando os monstros começam a aparecer na história genial do filme, eu tenho certeza que depois de Sweeney esse é o melhor filme do diretor. Há algo de pessoal na direção do filme, e a história que começa com um garotinho tentado ressuscitar seu cachorrinho, vai lentamente se tornando uma grande homenagem ao cinema de horror dos anos 30.

Moonrise Kingdom – Wes Anderson

Uma comédia estranha, mas muito bonitinha que poderia chamar “Os baixinhos também amam”. Brincadeira. Ainda bem que não traduziram. Ele é um escoteiro-órfão de 12 anos, que vive sofrendo bullyng. Ela uma menina de 12 anos de uma família rica, com alguns problemas de comportamento. Eles se conhecem e resolvem fugir… para o amor. A direção de Anderson pode parecer estranha, mas é sempre assim com cores fortes e planos que enquadram perfeitamente os personagens, em um cenário que beira a falsidade, e isso nunca funcionou tão bem quanto nesse filme. A história de amor entre as crianças é sensível, tem uma parte bem delicada em termos cinematográficos, mas flui bem e entra em contraste com os relacionamentos conturbados e problemáticos dos adultos.

prometheus Segredo da Cabana shame

Prometheus – Ridley Scott

Ridley é um cara engraçado, ele é um grande cineasta visual, mas faz muita coisa estranha também. Aqui ele está no limite. A melhor cinessérie de FC na minha opinião sendo revisitada, mas você não pode levar ao pé da letra, pois promethues é outro tipo de filme, muito mais ligado a um filosófico á la 2001. Não chega a um nível de complexidade do Kubrick ou Tarkovsky, mas tem bem menos ação do que um filme normal do novo milênio. A nave prometheus vai para os confins da galáxia para investigar a origem da vida… é lógico que vai dar errado, mas é tudo que se constrói em torno disso que torna a trama interessante.

Segredo da Cabana – Drew Goddard

O que eu mais reclamo na vida é como o terror foi descaracterizado nos últimos anos. nada mais assusta. E esse aqui também não assusta, mas ele brinca com o próprio gênero que foi criado, com adolescentes e mortes. Aqui um bando de universitários vai passar um tempo em uma cabana afastada (clichê) e despertam uma maldição escondida no porão da cabana (clichê2), mas esses clichês são procurados pois tudo resto que rodeia o filme e vai sendo aos poucos apresentado, demonstram um roteiro muito original e até mesmo subversivo as regras do terror adolescente. é muito engraçado.

Shame – Steve McQueen

Se houve um número 1 seria este filme. A vida de um homem viciado em sexo, é uma das histórias mais tristes contadas na tela grande. Podemos dizer que a vida do protagonista pode ser o sonho de todo o home, bem sucedido e com todas as mulheres que quer no filme. Isso deixa a vida divertida certo? Errado. Isso é a receita da solidão. O filme é um soco no estômago, com uma interpretação antológica do Michael Fassbender que nos faz sentir a solidão do personagem nos nervos. Seu terço final é uma das sequências mais desagradáveis e hipnotizantes do recente cinema, ali todo o falso naturalismo que McQueen cultiva no filme inteiro é destruído, demonstrando toda a composição de sua obra.

skyfall valente vingadores

Skyfall – Sam Mendes

Eu tinha minhas dúvidas que 007 poderia ter um filme melhor que os de Sean Connery e quebrei minha cara com Cassino Royale, agora quebro mais uma vez com Skyfall. Eu continuo amando Satânico Doutor No, Moscou contra 007, e Cassino Royale tem um lugar no meu coração, mas Skyfall entrou junto nessa lista. Uma história mais pessoal e intimista era o que faltava para James Bond, o relacionamento sentimental com M (Judi Dench) é um dos pilares da narrativa, o outro é o diretor Sam Mendes (Beleza Americana), uma escolha estranha para mim a princípio, mas suas belas composições de cenas me fizeram engolir a desconfiança. A cereja no bolo é Javier Bardem, um vilão como há muito tempo não víamos. Fantástico.

Valente – Brenda Chapman (Pixar)

Eu já defendi Carros 2 ano passado, alias falando de James Bond, e continuo defendendo que ter a liberdade de fazer coisas diferentes é o que faz dela o grande estúdio de animação. Valente não foi o mesmo sucesso crítico de um Up ou Wall-e, mas é tão bom quanto. Creio que isso se deja ao fato da maioria dos críticos ser masculino, e essa reflexão eu pego emprestado da Ana Maria Bahiana. A história do relacionamento entre uma princesa e sua mãe é fantástica, e só o fato de colocar em tela uma princesa sem príncipe já é algo bem PIxar. Na parte visual: Outro show, especialmente com o cabelo de Merida.

Vingadores – Joss Whedon

O filme pipoca mais pipoca de todos os tempos! Mas isso não é uma coisa ruim, o que Vingadores mostrou a quem não lê os quadrinhos é como o conflito de egos do grupo pode construir o maior grupo de super-heróis de todos os tempos. Todos os personagens, á exceção do Gavião-Arqueiro, são bem trabalhados e as sequências de ação são fantásticas, mas os diálogos entre o certinho Capitão América e o esquentado Tony Stark, são ainda mais divertidos.

E na minha lista de 2013 já temos: Detona Ralf, Lincoln, Vantagens de Ser Invisível, Hora mais Escura (morrendo de vontade de ver), Hitchcock, Lado Bom da Vida (outro que espero muito), Django Livre, The Sessions, Rust and Bone e  O Impossível. Tudo só nos próximos meses, que venha o novo ano.

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