domingo, 22 de fevereiro de 2009

DAS ANIMAÇÕES, DE CORALINE E MUITAS OUTRAS OBRAS DE ARTE


Coraline é um filme extraordinário, que é a adaptação de um texto literário do não menos extraordinário Neil Gaiman. Na história Coraline é uma menina curiosa, como muitas outras, que tem pais que não estão nem aí para ela, como a maioria das crianças e que acha uma dimensão paralela atrás de uma parede, onde existe um mundo mais colorido, mais legal em todos os sentidos e lá ela tem "outros pais" mais legais também, como em qualquer história. O único porém é que ninguém tem olhos e sim botões no lugar destes.
Vindo da mente do criador do Sandman, o texto simples do livro é um conto de fadas macabro fortemente ancorado naquela história bonitinha da Alice, que se tornou muitas coisas em suas adaptações para a tela do cinema, menos o clima surreal e macabro do original de Lewis Carrol.
Coraline assim como sua tataravó Alice, poderia ter se tornado um filme bonitinho para crianças de todas as idades, mas eu não acho aconselhável levar uma criança muita pequena, pois esre sim é um filme de horror para crianças, um conto de fadas bizarro e muuuuuito bom.
Estamos falando de Henry Sellick, o cara que dirigiu o Estranho Mundo de Jack (não! não foi Tim Burton), que dentro do mundo cada vez mais complexo das animações, é um diretor de ponta.
"Mas quem dirige animação, não é diretor!", vai dizer qualquer toupeira que ache que sabe algo de filme, como esta que escreve, e esta aqui vai dizer: Anta! Quando você vê a abertura de Coraline você nota toda a sutileza e técnica de Henry, ao transformar a construção de uma boneca, numa cena apavorante. Sério qualquer criancinha vai ter pesadelos se for assistir o filme, ou se somente ver esta cena, ou quando um móvel de barata se joga na frente da portinha broqueando a saída da pobre Coraline, ou, até mesmo, na transformação da "outra mãe" de sua imagem boazinha, em uma bruxa anoréxica, ou em várias outras cenas em que ele conduz seu espectador a se emocionar, assustar, ou torcer por Coraline.
E agora você se pergunta, por que se deter tanto tempo em detalhar uma simples animação? Por que este é um gênero que se enriquece cada vez mais a cada ano e só nos traz obras-primas ou filmes inteligentes. Antes de ver Coraline, acabei vendo o Bee-movie na tv. Bonitinho e ordinário é a melhor descrição, cada vez mais os filmes animados não se satisfazem em criar tramas bonitinhas recheadas de piadas, Madagascar fornece isso e um sub-texto mais ácido que muito filme que se centra só nisso, não adianta mais só adaptar uma história clássica, a próxima princesa da Disney será negra e não terá modos de suas antepassadas. A cada filme os limites que cada do anterior são superados. Incontestavelmente Wall-e é lindo, e a Pixar simplesmente não faz um filme ruim, só do estúdio vamos relembrar: Procurando Nemo, Incríveis, Ratatouille, Carros e agora o Wall-e. Henry Sellick dirigiu Nightmare Before Christmas e agora este Coraline, provando que pode-se permitir a experimentação com outros gêneros. No Japão, em que a técnica de animação migra com mais facilidade para outros gêneros, fc, terror, suspense e, pasme, erótico, temos Hayao Miyazaki, o diretor de Viagem de Chiriro e Princesa Mononoke, é um mestre em criar emoções com suas histórias centradas na mitologia japonesa, Satoshi Kan e sua Paprika e Perfect Blue, brinca em tornar seus filmes experimentos de tensão e força, foi até considerado o Hitchcock do animê, além de obras de peso como Akira, ou Ghost in the shell. Como um último exemplo, o cinema de Israel neste ano trouxe uma obra-prima sobre a guerra chama Valsa com Bashir, que é um desenho!
Como pode ser mais fácil fazer um desenho extraordinário do que um filme razoável?
Eu não sei. Não entendo esse mundo as vezes. O que eu sei é que todo mundo tem que ver Coraline.
Nota 10!!!!

Um comentário:

Anônimo disse...

U QUERO VER ESSE FILME AMEI A CARINHA DELLA AMEI TUDO AQUI MUITA DEDICAÇÃO E SACO ...RSRSR