Ao sair da projeção de Shutter Island fiquei pensando em fundamentos teóricos da estrutura do roteiro. Isso não é de se estranhar pois estou devorando um livro do Robert McKee sobre a teoria do roteiro e apesar de discordar de muita coisa no livro, há muitas outras interessantes. Começo essa crítica com esta afirmação porque destruindo o roteiro e analisando a fundo a história do filme como um todo, é ma história bem básica complicada a enésima potência, mas de maneira genial. Aí nós nos pegamos analisando clichês e como, quando roteiristas, tentamos fugir deles a todo custo, quando podemos amarrar uma história bem contada e como isso é difícil.
Então primeiramente tenha em mente que a história de Ilha do medo é MUITO BOA, baseada num livro de um dos autores policiais mais psicologicamente complexos da atualizada Dennis Lehane, o suspense de horror é um investigação a origem dos traumas e medos do ser humano. Segundamente, é Martin Scorsese, então é bom ter muito respeito com isso. Tecnicamente perfeito, muita gente torce o nariz para ele por ter se tornado mais comercial. Shutter com certeza é, mas basta ver seu começo e pensar na grande homenagem que ele faz ao noir dos anos 50 que você tem a ciência de estar diante de uma dos maiores cineastas do mundo.
Leonardo DiCaprio é um policial um tanto quanto traumatizado (com o mar, a guerra, a perda da mulher) que vai investigar o desaparecimento de uma paciente na prisão-hospício de Shutter Island, para isso ele conta com um parceiro estranho e uma grande teoria conspiratória de experiência com pacientes. A partir bunde-se para 2h30 de puro suspense na qual você vai ficar muito tenso, Martin utiliza de muitas imagens surrealista para fazer a lembrança, imaginação e alucinações de DiCaprio para investigar os cantos escuros da loucura. O final é surpresa e passo dizer que é o grande trunfo do filme. Ainda estou pensando sobre as engenhosas artimanhas do roteiro, mas não vou contar pois com esse tipo de filme quanto menos souber é melhor….
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