domingo, 14 de outubro de 2007

O que Machado tem a ver com o Cinema?

Podemos filtrar a inspiração primeiramente no antigo-culto-moderno-intelectual-pessimista-apatriótico na afirmação de que o cinema brasileiro é ruim. Podemos também ter nos inspirados nas críticas a Tropa de Elite, que o caracterizaram como um filme para ser vendido internacionalmente sem a cara típica do Brasil. Podemos também culpar estas linhas por um texto crítico de Machado de Assis em que ele simplesmente avacalha todo o Romantismo brasileiro, ao dizer que na procura da cor-local os romantistas acabaram se concentrando na palavra errada. Pode ser também um desabafo de alguém entediado... enfim, todas essas afirmações existem e podem não estar certas no todo, mas onde há fumaça há fogo.

Brasil é desconfiado por seus próprios habitantes, seja em política, economia, cinema, literatura, e até futebol no momento, as causas históricas destes são muitas. O historiador Luiz Nazario apontou na revista Reserva Cultural1, um dos motivos da decadência do cinema brasileiro com seu público, é um excessivo populismo (o cinema como meio político) que debandou as pessoas da sala de cinema no início dos anos 60, o cinema novo pode ter sido o evento de maior magnitude do cinema brasileiro mas desencadeou um intelectualismo político que ainda assola nossas produções, ora representada de maneira sublime O ano em que meus saíram de férias, sem esquecer os elementos humanos que nos aproximaram dos filmes, mas normalmente abordada de maneira mecânica como Quase dois irmões, e muitos outros que não entraram para a história.

Ao passo que muitos defendem ainda esse tipo de populismo, que só agrada aqueles que ainda tem um pé na ditadura, ou seja uma mínima parte da população, o cinema a começa a se desdobrar na tentativa de se criar algo mais universal para o mercado exterior. Cidade de Deus apesar de ser um meio termo entre as duas vertentes conseguiu ter uma linguagem de impacto em todas as partes do mundo. Estes dias me surpreendi em abrir um livro importado sobre a história do Cinema americano e encontrar um quarto de página dedicado ao cidade de Deus, isso é um mérito inquestionável até para quem não gostou do filme, o que me leva ao segundo ponto que é A Tropa de Elite, mascarado pela extrema propaganda e polêmica que mais alçam o filme , a única acusação da crítica (que sempre fica contra) e acusar o filme de ser internacional, de não abordar as questões políticas de maneira mais direta(!?). Lógico que o filme já tinha virado cult antes mesmo do lançamento e isso instiga o ódio profundo de todas as camadas ditas mais sérias, mas por trás desse discurso tão superficial, quanto daqueles que resumem o filme "muito loko", temos o mesmo veú do preconceito que impede nosso cinema de crescer, só que em sentido oposto.

O que me leva ao Machado de ASSIS, que produziu uma obra de caráter fundamental para a literatura mundial e tem muito crédito para criticar o Romantismo brasileiro, e me leva a pensar que o cinema brasileiro sofre do mesmo mal dos românticos. Segundo Machado em sua irônia usual, eles sofriam de uma extrema concentração na literatura BRASILEIRA, quando deveriam primeiro descobrir a LITERATURA brasileira, para assim constitiur algo que fosse ao mesmo tempo invenção artística e depois patrimônio nacional, algo só alcançado no modernismo da primeira geração, que ainda por si é um modernismo que aponta para a classe dominante e alta paulista. Pois o que devemos pensar de nosso cinema é que não pode ser reciclagens de cinema novo já que a época não exige isso, ou pornochanchadas dos anos 80 que desprestigiou ainda mais essa imagem. Devemos pensar sobretudo na unidade cinematográfica como um todo, nas revoluções estéticas, e não em filmes que imitam a teledramarturgia como Olga e Primo Basílio, devemos reconquistar primeiramente o gosto de nossa nação e a universalidade tanto buscada no cinema mundial.

domingo, 23 de setembro de 2007

Sobre o Emmy

Sopranos em seu último suspiro leva a estátua de melhor drama.
alguns anos atrás especulava-se quem levaria a estátua quando Fraser acabasse não surgiu um rival à altura, este ano 30 ROCK ficou como melhor comédia, discordo, preferiria TWO AND A HALF MAN . Concordo com Terry O'Quinn em Lost e Catherine Heigl em Grey's Anatomy no item coadjuvantes nem tanto com America Ferrera e o furor em torno de Ugly Betty, adoro James Spader em Boston Legal, Sally Field ganhou por Brothers and Sisters que no Brasil ainda está por estrear (parece interessante) e Extras para mim é uma incognita.
A certeza é uma só séries como Supernatural e Samllville não tem chance no Emmy e isso é uma pena.

novo ou reciclado ?

first born unicorn/ hard core soft porn/dream of californication....
nada a ver , bem talvez só um pouquinho...
em agosto o showtime estreou um novo seriado que chega pela Warner em novembro
trata-se de Californication, protagonizado por David (ex-Mulder) Duchovny, história de um escritor bem sucedido que se perde no caminho do sucesso e passa a odiar a vida que tem e muda e passa a sentir falta da vida que tinha. Nada de novo, mas é David, é California, é atual e vem sendo divulgada pelos fãs e espero que dure. Vale conferir.

Promissor parece ser também o novo seriado da CW ,REAPER , a sinopse: ao completar 21 anos rapaz descobre que seus pais venderam sua alma ao diabo. E a missão que o diabo lhe impõe é a de capturar almas com o uso de um?? aspirador de pó portátil ??. Esse eu quero ver!!!!

sábado, 9 de junho de 2007

Lady Vingança entre o sublime e o grotesco

Já há algumas semanas em cartaz está o filme coreano Lady Vingança, a direção é assinada por Par Chan-wook, o mesmo do supreendente Oldboy, alias este é o filme que encerra uma trilogia: Sympathy for Mr. Vengeance (que não estreou no Brasil), Oldboy que foi um sucesso em dvd, e este belo filme, que prima pelo visual belo dos cenários em contraste com a grossa violência de certas partes.
O filme tem uma história que se revela aos poucos aos olhos do espectador, mas que segue a premissa dos anteriores: Uma personagem, no caso a bela Lee yoeng-ao, é condenada por um crime que não cometeu e passa o filme a planejar sua vingança. A fria mulher que saí da cadeia já tem tudo elaborado, conta com a ajuda de outras condenadas para realizar seu plano, mas o mais incomodante não é a violência que permeia o filme e sim o fato do espectador por meio da narrativa até a concordar com esta violência, assim como a personagem pede aos pais da vítimas para votar se querem o extermínio do verdadeiro assassino ou o encarceramento do mesmo.
Essa sensação não é incomoda por menos e pode ser exemplificada pela onda de filmes com temáticas fortes e altos níveis de violência, sendo as vezes estilizada ao absurdo como em Kill Bill ou colocada em sua forma crua como no recente e exagerado Baixio das Bestas. Esse acúmulo de violência não é senão reflexo do mundo atual em que vivemos, mundo em que podemos ver nas atrocidades de uma ficção os Infiltrados, tanto como na fantasia de terror Labirinto do Fauno.
Um outro motivo é a linha de narrativa em que somos transportados no filme de Park, a revelação gradativa se faz primeiro na injustiça contra a personagem principal, depois na vida em flashblacks do presídio, para terminar em uma chocante revelação sobre o verdadeiro motivo do assassinato, que é sem propósito e que envolve algumas (muitas) crianças, podemos dizer que o último ponto a causa o choque no espectador do filme seja a matéria bruta que este trata: assassinato infantil, quando o filme nos mostra os vídeos das crianças em seus últimos momentos (em especial a que será enforcada) é quase impossível por mais insensível que seja o espectador não sentir o mesmo desconforto que os pais daquelas crianças, o ódio pelo assassino, ou o lado obscuro da alma humana crescendo.
Um filme imperdível como tantos outros que andam a circular pelos cinemas, que mostra a justiça onde ela não pode existir, em uma forma mais primitiva que as leis humanas. Em meio a tantos filmes que exploram essa temática, ou variações dela, temos que dar cada vez mais valo as Pequenas Miss Sunshine que nos aparecem de quando em quando.

domingo, 20 de maio de 2007

Final de temporada de SUPERNATURAL(contém spoilers)

Chega ao fim a segunda temporada das aventuras sobrenaturais dos irmãos Winchester. Sam descobriu neste ano que seu futuro pode estar fatidicamente traçado e que seu irmão será forçado a tomar a decisão de destrui-lo.
Entre vários episódios claramente inspirados em clássicos do suspense e terror, alusões a filmes e personagens marcantes do cinema , presenciamos o conflito de Sam com seu destino, o desespero contido de Dean quanto a sua participação nesse destino, a falta que os dois sentem do pai e o sentimento de solidão que ronda estas duas almas.
Não faltaram momentos de alegria e irreverencia também. Rimos deles e com eles em vários momentos ( ouvimos Dean cantar!!!!) e torcemos pelos irmãos.
Agora que o final se aproxima, vislumbramos a continuação possível. E é aqui que se você ainda não viu o final pode parar de ler.

Nos episódios finais Dean se vê encurralado com a possibilidade de que haja algo mais que eles não saibam, ele tomará uma decisão que porá em risco sua própria alma e eles terão pela frente uma missão mais complicada, prometendo uma terceira temporada de caça . Vale a pena acompanhar e se divertir.

A música contemporânea: os prós e os contras

Por: Happy Feet (redator de música)

Olá, podem me chamar de Happy Feet. Eu irei lhes conduzir, honorários leitores, pelo vasto e incrível universo musical. Dentre todos os contribuintes neste blog, eu sou o único aqui que se interessa por estas maravilhas sonoras, então... é a vida. Vos asseguro que todas as informações aqui publicadas são de fonte confiável e completamente real, então... comentem e espalhem. A sessão de música será publicada todas as semanas no metempsicose (metempsicose-metempsicose.blogspot.com), que é a página em que vocês lêem isto agora.

Então, passando ao que realmente interessa. De acordo com tudo que hoje é comentado sobre música, comecemos do começo. Nas divisões musicais, temos as atuais músicas que andam sendo exibidas nas rádios brasileiras em geral, como o som pesado e sentimental da aplaudida banda gótica Evanescence, que aparece atualmente com sucessos como a música "Lithium", e o próximo clipe da banda, "Sweet Sacrifice", ambas músicas que encantam a qualquer fã de rock pesado; as gatinhas de Pussycat Dolls, que vêm fazendo sucesso em conjunto com o rapper Timbaland, com a música "Wait a minute"; O rapper Justim Timberlake, que anda consistente na sua posição nos tops com os sucessos "what goes around... Comes back around",e "My love", a música mais sentimental do cantor solo; A banda mais recente de rock atual, FallOut Boys, que já dispara nas paradas musicais com dois sucessos: "dance, dance" e "this ain't a scene, it's an(goddamn) arms race"; A solista Gwen Stefani, que conquista qualquer amante musical com seu mais recente sucesso em conjunto de Akon: "sweet escape"; e o propriamente dito Akon, que abusa de sua fama com sucessos como "smack that", "love you", entre outras de total conhecimento mundial. E não nos esqueçamos dos artistas do renascer, do Linkin Park, que voltam ao sucesso com a música "what I've done". Claro, ainda existe uma vastidão de outras bandas e solistas, como Hillary Duff, Nelly Furtado, Beyoncé(que anda no topo das paradas musicais em conjunto com a colombiana Shakira, no hit "beautiful liar"), Black Eyed Peas, que aparentemente anda se separando, por causa da carreira solo de Fergie (esta informação é só uma teoria). Bem, tudo que quero mostrar aqui é que podem contar comigo em qualquer assunto relativo à música moderna, e quem quiser alguma informação sobre sua banda preferida, sempre a achará na seção de música do Metempsicose, e se não achar, tenha a liberdade de perguntar, pois sempre estarei aqui para esclarecê-los. Até a semana que vem, quando será estreada esta seção definitivamente. Postem!!!

Atenciosamente,
HAPPY FEET, O PINGUIM.

Cinema: O horror no cinema contemporâneo.

Gostaria de começar dando as boas vindas aos leitores ao nosso blog, uma tentativa de difundir cultura e pensamentos que se torna possível em nosso admirável mundo novo, um mundo da velocidade e da técnica em que as pessoas já não são chocadas facilmente no escuro e frio de uma sala de projeção.

Quando o cinema surgiu no final do século XIX não passava de uma sequências de imagens em movimento que espantavam os espectadores com sua magia. Mais a fundo na década de 20 a produção cinematográfica começou a encorpar na forma de filmes mudos que exploravam as sensações diferentes que esta magia poderia proporcionar, seja na beleza das imagens com filmes como Metropolis e Intolerância, que seriam as chamadas "superproduções" da época em seu intuito de maravilhar o espectador, seja explorando as emoções mais primárias como o riso (Chaplin) ou o horror principal atrativo do cinema alemão com os clássicos, Fausto e Nosferatu, assim como no cinema americano com Drácula, Frankenstein, e outros nos anos 40.

Mas como toda a arte, a nossa sétima arte passou por modificações sérias. Alguns gêneros emergiram, outros desapareceram. Um dos muitos gêneros praticamente desfigurados na nova época cinematrográfica é o Terror. Muitos poucos filmes conseguem inspirar em seu espectador a angústia e sofrimento do medo no cinema, o terror é normalmente caracterizado por filmes em que um serial killer esquarteja adolescentes, contudo aquele terror produzido pelo encantamento do desconhecido perdeu muito de sua força pela evolução da técnica que consegue hoje em dia mostrar praticamente tudo por meio de maquiagem ou efeitos especiais. Curiosamente o melhor horror já produzido nos últimos anos usufruiu do antídoto contra esse veneno: a omissão do pesadelo, a insinuação do horror que é o suficiente para deixar a audiência em transe com sua imaginação, aumentando aquela sensação de que não se está sozinho, de que o desconhecido pode atacar, este recurso é visto principalmente na Bruxa de Blair, em que não se mostra nada, mas se escuta os ruídos dos passos da bruxa, das almas cantarolantes das crianças e o genuíno sofrimento das pessoas em terror, em o Sexto Sentido a ação é mínima, contudo o medo incomum do personagem de Osment, ou a simples ideia de que fantasmas são como seres humanos presos em sua ilusão é o suficiente para deixar o seu espectador pensativo... o que incomoda no filme não é o fato de que o personagem de Willis está morto, e sim a identificação com este.
Contudo o cinema pelas imagens chocantes ainda existe, só que o horror escapa desse primeiro plano e se torna um elemento integrante de outros filmes com premissas iguais: Requiem para um sonho, inspira o horror pelo pesadelo do mundo das drogas, com cenas fortes e truques cinematográficos, o mergulho do desespero humano é mais forte do que qualquer monstro, em A queda - o último dias de Adolf Hitler o horror se personifica na mente distorcida daqueles que seguiam as ordens de Hitler, a sequência de suicídios e assassinatos de crianças, apesar de sutis, chocam pela concretização de uma época que realmente ocorreu. O recente Baixio das bestas a violência e abuso contra a mulher é uma degradação da sociedade ainda não vista, o único problema é que neste filme ela chega a ser excessiva demais e se torna a única coisa do filme. A grande constatação de atmosfera de terror vem como O Labirinto do Fauno, em que apesar de petrificar a plateia com seus seres e cenários além da imaginação, joga a mesma a nocaute com seu entremeio de morte em função da guerra, em que o grotesco ganha novos ares. O aterroziante é a guerra e não a fantasia.
Podemos então notar que a degradação do horror é em função do mundo em que vivemos, em que a ilusão e sensação alcançada em uma sala de projeção é inferior ao verdadeiro medo de se viver fora dessa sala.