terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Império dos sonhos, ou como parei de me preocupar com sentido e pulei da poltrona com David Lynch

É amiguinhos, eu estava lá, vi após 170 minutos de exibição um senhorinha se irritar e pronunciar em alto e bom som "Para logo com essa merda!". Acho que quando você entra no cinema, você tem que saber no que você está entrando, uma semana antes o filme "Império dos sonhos" já estava em cartaz, e eu estava com minha amiga no cinema ainda com tempo de pegar a sessão, e já estava louco para assitir, mas tive o bom senso de não enfiá-la nessa sessão onírica, coisa que eu me arrependeria depois (eu conheço ela), pois uma vez que que o Cineasta resolve pirar na batatinha ele pira mesmo e assim como existe a frase "se é pra beber bebe direito", se é para enloquecer... baby you crazyyyyyy!!!!!!!!!!!!!!
Eu não vou tentar explicar o filme pois isso é exaamente o que não se deve fazer! Ele é uma loucura completa, e por isso é legal, alguns artigos antes eu tinha falado em como estamos em uma sociedade do horror, que principalmente enfatiza o Realismo exarcebado de certas construções cinematográficas, não sei se estou sendo repetitivo, mas já escrevi em algum lugar isso, vejamos os últimos ganhadores de Oscar : Menina de Ouro, filme extraordinário sobre desilusões, melancolia e eutanásia e é uma história de amor no final. Em 2006 então tinhamos um romance, OK era gay, mas é o século XXI, e perdeu para um filme que fala de como a sociedade moderna se auto-destrói em meio ao preconceito e em 2007 tinhamos uma briga difícil; BABEL, e melancolia universal contra Infiltrados, ou como colocar uma bala na cabeça de alguém de diferentes maneiras e ainda assim todos esses filmes são bons ou ótimos!!! Estamos ficando cada vez mais originais no pessimismo e violência nos últimos ano, aproveitando... em 2008 temos o nem um pouco sangrento No country for old men, e There will be blood, franquinhos não? Mas eu vou dedicar uma matéria para cada um deles.
Voltando ao tópico depois do devaneio, o filme é uma experiência diferentes que possibiliat várias leituras, depois de muito pensar cheguei a três hipóteses na minha cabeça: 1 - a moça em frente a Tv assiste o filme, enquanto meio que confunde sua vida com as das personagens 2 - a personagem de Laura Dern enquanto faz o filme revê sua vida entre o passado-presente-futuro-ficção-realidade todas as possibilidades durante aqueles segundos em que está em sua casa 3 - é um filme amaldiçoado, na verdade há uma quarta possibilidade é tudo isso e mais um pouco.
Para tentar entender, vamos pegar o outro filme: Cidade dos sonhos/ Mulholland Drive, um filme que eu acho extraordinário, o melhor feito nesse milênio... para quem não conhece o filme ele se divide em duas partes, sendo que há pequenos episódios no meio, que confundem ainda mais o espectador pois eles não se modulam a história principal diretamente: a primeira história tem relação com uma mulher que saiu de uma cidente de carro, invade a casa de Beth, uma aspirante a atriz que vai ajudá-la e mais a frente irá se apaixonar por ela, quando estamos quase perto da resposta, as coisas começam a ficar cofusas, e quando vemos Beth virou Diane, e Rita virou Camila, as duas são atrizes e se apaixonam, só que Diane vai matar Camila, pois ela resolveu viver normalmente, na parte em que a história muda e os personagens viram outros costuma ser a parte mais difícil para quem está esperando um filme normal, não sei por quê...
Normalmente quem tenta entender o filme chega a variações de duas hipóteses: 1ª Beth não existe, Rita está devaneando sonhos em busca de sua identidade, quando abre a caixinha ela tem as respotas pela história de Diane, e se lembra como Camila. OU 2ª por causa de uma cena antes dos créditos, de alguém se deitando no travesseiro podemos ter Diane sonhando com uma versão alternativa sua (Beth) e rememorando sua vida como esta. Em todo caso defender uma das duas versões possíveis só faz uma coisa: Tentar trazer o filme para uma realidade palpável, enquanto na verdade mesmo se não chegarmos a um consenso temos que adimitir que chegamos a uma história una, ao encarar uma das partes como sonho ou tudo como um grande sonho coletivo, talvez das duas personagens. Por isso a tradução brasileira foi tão feliz. Fato é que na minha opinião não se deve submeter o filme a essa realidade, pois ela é imaginária, as interpretações caem nos mesmos lugares: Amantes lésbicas, filme, atrizes, Hollywood como máfia, dá para construir uma história com começo-meio-fim sem ter um ponto específico no tempo, por isso o filme para mim é revolucionário, ele renova a linguagem cinematográfica convencional.
Podemos ter a mesma impressão com Inland Empire? Lógico! Eu acho na verdade que só dá para aproveitar o filme tendo em mente este tópico. O que temos é uma mulher castrada pelo marido, e pelo mundo de aparências que vive, assim como a coelha da série de Tv, ou a moça em frente e tV, a vida destas se mistura nos medos e sonhos de cada: O medo de Nikki possivelmente é o contraste de sua vida a prostituta, que vira em parte do filme, seus desejos mais sólidos são a libertação possivelmente da vida de casada, tanto que partilha com as outras duas mulheres do filme do sentimento de liberdade, ela diz a mulher no começo do filme que não adimite que falem daquel jeito na sua casa, contudo em seus sonhos ela diz coisa pior, e tem desejos de castrar os homens. As prostitutas e outras mulheres são outra personificações de um filme que está explorando a mente feminina entrando nesse império interior. Dá para ver desse jeito e com certeza dá para sentir muito medo do filme, permeado de sustos, e imagem que beiram a feiúra plástica do pesadelo. é notável na minha opinião, mas a mesma coisa que fez aquela mulher no cinema xingar o filme, é o seu defeito... a gama de snrtido é tão ampla, que parece que não tem sentido, e tem que se escavar muito ou fritar o coco para colher as pegadinhas... prefiro ainda o Mulholland Drive.

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