sábado, 10 de janeiro de 2009

CLÁSSICOS: GRITOS E SUSSUROS (1972)

Uma mulher em meio a um quarto todo avermelhado, onde os relógio marcam o tempo como uma ampulheta, acorda em meio a agonia e dor para tomar um copo da água. Essa simples cena é encenada em cinco minutos que parecem poucos segundos, tamanha a precisão do diretor em retratar a angústia. Este é Ingmar Bergman um diretor de teatro que pode ter sido o maior cineasta europeu, todos os seus filmes podem ser classificados ou como melodramas duros ou comédias de costumes, em Gritos e Sussuros que já tem como prólogo uma cena tão forte e impactante, seria fácil perder o rumo e criar somente mais uma história de melancolia, mas ele leva o espectador até o fundo do espectro da morte e da hipocrisia familiar em, pouco menos de uma hora.
Quatro mulheres estão reunidas em uma mansão, a noite será fatídica, o acontecimento é a enfermidade da proprietária (Harriet Anderson), a um passo da morte, ela é ajudada pelas duas irmãs e pela fiel empregada com quem tem um vínculo sentimental. A doença, provavelmente câncer, é incurável e estamos acompanhando suas últimas horas, a partir daí ela é vista por cada uma das irmãs de maneira diferente. Liv Ullman interpreta a mais fútil e sensual, sua história está ligada a um caso de adultério que delineia sua personalidade. Ingrid Thulin, sendo a mais séria e dominada pelo marido, sua história esconde no silêncio e na repressão uma conclusão explosiva e pertubadora e finalmente quando ela, em outra cena sublime, sucumbe a doença. Kario Sylwan, a interprete da empregada, a traz de volta de mortos como um espelho da falsidade familiar presente até então.
Um filme onde o cenário é o espaço interior dos personagens, e que leva a tensão até os seus minutos finais, não menos irônicos.

2 comentários:

Butterfly Girl disse...

Caracassssss...

Existe um filme assimmm???

To em choque...rsrs!

Deve ser muito bom!

Adoreii!!

Bjo!

Anônimo disse...

Assim que eu tiver uma tv e um dvd aki, bergman está inteiiiiiiro na minha lista!!!!!