Estamos em um dos raros acontecimentos em que a versão brasileira é realmente muito boa ("life can only be understood backward, it must be lived forward") e fecha o parênteses, e também é uma das raros momentos que vi dois filmaços em seguida: O Curioso caso de Benjamin Button e A Troca.
Benjamin narra a fantástica história de uma pessoa que nasceu com 80 anos e foi rejuvenescendo até a morte como um bebê, parece algo de Tim Burton, mas o diretor na verdade é David Fincher (Clube da luta; Seven, Zodíaco), que, aliás, é uma completa renovação na estilística do diretor por não deixar a narrativa densa e impactante e sim, por fazer algo mais próximo de um conto de fadas melancólico.
A grande jornada do personagem de Brad Pitt, está em aparentar sempre algo que não é por dentro, isso não gera uma jornada psicológica de alta carga dimensional, ao contrário o ponto forte do filme está nas imagens, belamente fotografadas, de quase um século revisitado por um homem que teve a mais comum das vidas ainda que de uma maneira peculiar. Um ponto acertado foi sincronizar o evento fantástico, com outras peculiaridades dos personagens: Um homem que foi atingido sete vezes por um raio, um relojoeiro cego que construi um relógio que voltava para trás, uma mulher que nadou por 36 horas, beija-flores em alto mar, os seis graus de separações, e a lista de mistério da história é imensa o que faz o fato de um homem envelhecer ao contrário um mero detalhe à celebração da vida proposta, é como o velho diz em dado momento "nunca fiz nada muito genial, mas Deus vive me lembrando que devo dar valor a vida" ou algo do tipo, pois não sou bom para guardar citações.
A história de Benjamin atravessa uma infância imolada pelo corpo doente em um asilo de velhos, em que a morte visita com uma predominância assustadora, cruza com a guerra, descobre a vida, o amor, a dor e termina envolvendo com o grande amor de sua vida, Cate Blanchet, não digo o que acontece a partir daí para não estragar surpresa de quem não assistiu, mas minha mãe chorou como um bebê, pois apesar do destino ser trágico se podemos tirar uma mensagem única do filme é a de que não importa como sua vida está, pode-se sempre mudar de direção, seja para frente ou para trás, de um lado ou para outro em busca de se aproveitar o máximo desta.
As coisas sempre conspiram para uma resolução, se há um momento mais auto-explicativo é a cena em que ele narra todo o processo que leva o atropelamento de Daisy (Cate Blanchett), as casualidades que conspiram para isso não podem ser detidas, muitas vezes percebidas, nesse sentido podemos ver a Vida de Benjamin podia estar ligada de alguma maneira com o relógio que andava para trás, assim como o desastre em Nova Orleans no tempo presente não pode ser evitado, apesar de em muitos pontos do filme ele parece que não vai acontecer, enfim... nunca sabemos o que vai acontecer e o mundo é mágico no final.
Agora caindo de cara na realidade temos o filme do meu herói. Sim eu adoro o Clint, seja nos faroestes, e principalmente na direção. Neste filme ele faz aquilo que ele faz melhor, que é ultrapassar o gênero em algo indescritível, podemos classificar como um drama intenso, um policial clássico ou, vulgarmente, como um filme de mulher, mas é simplesmente um filme do Clint.
A troca é basicamente um filme sobre o desaparecimento de uma criança nos anos 30, e a posterior briga e desespero de uma mãe para reencontrar a criança, seria bem simples, mas tudo se complica quando a polícia de Los Angeles traz o menino de volta e simplesmente não é filho de Angelina Jolie. Essa trama não se abre para um melodrama chato, e sim para um drama complexamente delicioso. A polícia de Los Angeles é corrupta e violenta, Angelina interpreta uma mãe intrépida que está a frente de seu tempo e não é uma mocinha comportada, e sim uma mulher forte que não tem medo de confrontar o mundo que a cerca, lógico que isso vai conflitar e Angelina logo se vê em um sanatório para ser reeducada. Até aí nós temos um drama, mas a parte policial não é esquecida e um incidente do acaso começa e clarear o que poderá ter acontecido com o filho de Christine e é aterrorizante.
Particularmente a cena da confissão intercalada com flashes é de uma força extraordinária, dificilmente alguém não se choca com a intensidade do relato.
Quando a balança começa a mudar de lado e o assassino é finalmente encontrado, o filme começa a insinuar que aquela pode não ser a verdade e seu final esperançoso, ainda que posso ser uma falsa esperança, nos deixa mais leves ao sair da projeção, ainda há esperança quando tudo parece estar no fim? Sim é possível que o destino de Walter Collins tenha sido diferente e é isto que impulsiona a personagem no final. Incrível.
Benjamin narra a fantástica história de uma pessoa que nasceu com 80 anos e foi rejuvenescendo até a morte como um bebê, parece algo de Tim Burton, mas o diretor na verdade é David Fincher (Clube da luta; Seven, Zodíaco), que, aliás, é uma completa renovação na estilística do diretor por não deixar a narrativa densa e impactante e sim, por fazer algo mais próximo de um conto de fadas melancólico.
A grande jornada do personagem de Brad Pitt, está em aparentar sempre algo que não é por dentro, isso não gera uma jornada psicológica de alta carga dimensional, ao contrário o ponto forte do filme está nas imagens, belamente fotografadas, de quase um século revisitado por um homem que teve a mais comum das vidas ainda que de uma maneira peculiar. Um ponto acertado foi sincronizar o evento fantástico, com outras peculiaridades dos personagens: Um homem que foi atingido sete vezes por um raio, um relojoeiro cego que construi um relógio que voltava para trás, uma mulher que nadou por 36 horas, beija-flores em alto mar, os seis graus de separações, e a lista de mistério da história é imensa o que faz o fato de um homem envelhecer ao contrário um mero detalhe à celebração da vida proposta, é como o velho diz em dado momento "nunca fiz nada muito genial, mas Deus vive me lembrando que devo dar valor a vida" ou algo do tipo, pois não sou bom para guardar citações.
A história de Benjamin atravessa uma infância imolada pelo corpo doente em um asilo de velhos, em que a morte visita com uma predominância assustadora, cruza com a guerra, descobre a vida, o amor, a dor e termina envolvendo com o grande amor de sua vida, Cate Blanchet, não digo o que acontece a partir daí para não estragar surpresa de quem não assistiu, mas minha mãe chorou como um bebê, pois apesar do destino ser trágico se podemos tirar uma mensagem única do filme é a de que não importa como sua vida está, pode-se sempre mudar de direção, seja para frente ou para trás, de um lado ou para outro em busca de se aproveitar o máximo desta.
As coisas sempre conspiram para uma resolução, se há um momento mais auto-explicativo é a cena em que ele narra todo o processo que leva o atropelamento de Daisy (Cate Blanchett), as casualidades que conspiram para isso não podem ser detidas, muitas vezes percebidas, nesse sentido podemos ver a Vida de Benjamin podia estar ligada de alguma maneira com o relógio que andava para trás, assim como o desastre em Nova Orleans no tempo presente não pode ser evitado, apesar de em muitos pontos do filme ele parece que não vai acontecer, enfim... nunca sabemos o que vai acontecer e o mundo é mágico no final.
Agora caindo de cara na realidade temos o filme do meu herói. Sim eu adoro o Clint, seja nos faroestes, e principalmente na direção. Neste filme ele faz aquilo que ele faz melhor, que é ultrapassar o gênero em algo indescritível, podemos classificar como um drama intenso, um policial clássico ou, vulgarmente, como um filme de mulher, mas é simplesmente um filme do Clint.
A troca é basicamente um filme sobre o desaparecimento de uma criança nos anos 30, e a posterior briga e desespero de uma mãe para reencontrar a criança, seria bem simples, mas tudo se complica quando a polícia de Los Angeles traz o menino de volta e simplesmente não é filho de Angelina Jolie. Essa trama não se abre para um melodrama chato, e sim para um drama complexamente delicioso. A polícia de Los Angeles é corrupta e violenta, Angelina interpreta uma mãe intrépida que está a frente de seu tempo e não é uma mocinha comportada, e sim uma mulher forte que não tem medo de confrontar o mundo que a cerca, lógico que isso vai conflitar e Angelina logo se vê em um sanatório para ser reeducada. Até aí nós temos um drama, mas a parte policial não é esquecida e um incidente do acaso começa e clarear o que poderá ter acontecido com o filho de Christine e é aterrorizante.
Particularmente a cena da confissão intercalada com flashes é de uma força extraordinária, dificilmente alguém não se choca com a intensidade do relato.
Quando a balança começa a mudar de lado e o assassino é finalmente encontrado, o filme começa a insinuar que aquela pode não ser a verdade e seu final esperançoso, ainda que posso ser uma falsa esperança, nos deixa mais leves ao sair da projeção, ainda há esperança quando tudo parece estar no fim? Sim é possível que o destino de Walter Collins tenha sido diferente e é isto que impulsiona a personagem no final. Incrível.
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