sábado, 7 de março de 2009

48 horas depois da meia-noite


Vamos filtrar tudo que escutei:
Crítica A - Acho o filme bom, e nunca leu os quadrinhos.
Crítica B - Achou a melhor adaptação dos quadrinhos que já fora feita.
Crítica C - Renomeada no Brasil, achou o filme lindo visualmente, sonoramente, e em outras características técnicas, mas ela bateu na tecla de que ele não tem personalidade e há algumas paredes de concreto entre o espectador e o filme.
Crítica D - Elogiou para caramba como B, e se preocupou com a complexidade da trama para o leigo que vai no cinema procurando diversão
Crítica E - Gostou do filme e diz que é filme para fã.
Fórum do fã clube do Watchmen - Adoraram e se divertem ao criticar o que ficou de fora!
Por que essa revisão de outras críticas? Por que o filme desde de que anunciado foi um dos mais aguardados deste ano, depois de Watchmen temos a ressureição de Jornada nas estrelas e o sexto Harry Potter como filme-evento esse ano, mas acho que estes não batem em expectativa, então a queda poderia ser muito grande com relação a este. Na verdade eu estava esperando mais pedras e tochas nas mãos dos críticos, e muito mais entusiasmo por parte dos fãs, uma expressão que não me sai da cabeça é de um fã do quadrinho scomparando a versão cinematográfica com um filme de arte iraniano.. Não sei se isso é bom ou mal, mas o fato de que cada um tem uma visão da obra e salienta para o bem ou mal seus pontos marcantes aponta para certa personalidade do filme.
Sou suspeito para falar, mas adorei o filme, acho que não supera o Cavaleiro das trevas mas chega a bater na trave, para utilizar uma expressão bem brasileria.
A trama, para quem não conhece, gira em torno do assassinato de Edward Bake, que por durante 4 décadas foi um herói violento chamado O comediante. Em uma América alternativa, em que Nixon é o presidente pela 5ª vez, o Vietnã foi vencido pelos americanos, e o perigo de cataclisma nuclear provocado pela guerra fria é cada vez mais iminente, os heróis chegaram a existir mas foram banidos e rebaixados a fora-da-lei (como na Guerra civil atual da Marvel), os únicos a ativa é o único super-herói com poderes Dr. Manhattan, que trabalha para o governo e Roscharch que é um sociopata renegado, este último que representa o que estaria mais perto do nosso conceito de super-herói, começa uma investigação para descobrir o que aconteceu com o Comediante, e a partir daí a história começa a crescer em grau, número e gênero, até seu final ironicamente subversivo.
Um ponto em que todos percebem é se o filme, enquanto obra cinematográfica, pode ser assistido por todos e plenamente compreeendido. E eu digo: Não! Me passaram todos os tipos de perigos na transposição desta obra arte arte o cinema, e eu tinha certeza que não seria a revolução que ela representa para os quadrinhos em formato widescreen, não tem como, pois as técnicas que ela inovara (flashback, 32 páginas, inclusão de partes textuais dentro da revista, heróis humanos) não são reproduzíveis ou já foram incorporadas como "normais" dentro da cultura pop do século XIX, mas pelo poder da história, daria um bom filme sendo que o perigo maior seria a estilística da slow motion do diretor em demasia ou a simplificação da história para algo acessível para todo o público.Quanto ao primeiro perigo, ele está se tornando um mestre em slow motion, ninguém nem falou do excesso, porque não dá nem para notar, agora o que todos a crítica que todos fazem é o fato o filme não ser fácil! Não teria como ser. Muitos filmes do David Lynch, do circuito que não é comercial, e os filmes arte iraniano (?!) também não são, mas ninguém critica isso porque é parte da obra. Na verdade eu fiquei surpreso ao ver a história sendo respeitada incluindo sua abertura para tantos enredos que se cruzam, a história principal é até bem simples, mas a graça do filme amoralidade destes personagens e da história em si. O anti-herói aqui é mais presente em qualquer outra obra e os choques que o filme proporciona é quase brutal, pois o nivel de violência chega ao extremo no filme, como parte dessa caricatura-séria que ele passa do que é ser um super-herói, pessoas com disturbios mentais, que querem aventura e até usam isso como estimulante sexual. Nesses ponto a Hq bate até mais forte, mas é uma coisa que o filme não podia simplesmente ignorar
Então eu me surpreendo ao ver um filme comercial, seguir uma linha que não deve agradar a todos, mas há muita gente que vai louvar o filme e vai querer ler a Hq. Eu acho que todos que gostam de cinema devem ver, e até os que não gostam de quadrinhos devem ler, e se os filmes de arte iranianos forem como Watchmen devemos fazer uma mostra o mais rápido possível.

2 comentários:

bones disse...

filme iraniano. ostra d filme iraniano, realmente esse foi longe.
Depois você me explica o título por que ou ouvi falar tanto de cinco minutos pra meia noite que o 48 passou despercebido.
amo te.

bones disse...

Te indiquei para o selo Manifesto jovens que pensam veja os detalhes no blog http://bones-cinema-tv.blogspot.com/

11 de Março de 2009 21:44