domingo, 13 de março de 2011

Em um Mundo Melhor – Susanne Bier

 

em um mulndo melhor Qual violência é justificável? O fraco que levanta contra o opressor? A violência como forma de justiça? A vendeta que concretiza uma satisfação pessoal? As situações em que ela é a única solução? Então pensemos qual violência não é justificável. A dos opressores com certeza. A feita exclusivamente por diversão. A violência que traz a morte sem significado. A violência como a demonstração de status social? O filme ao lado  aborda todas elas e meio que joga para os dois lados. Não condena e não idolatra. Em um mundo melhor, apesar de já dar de bandeja as reflexões do filme no título nacional, é uma belíssima reflexão sobre a violência no ser humano e como isso é um fruto da nossa natureza quase impossível de se escapar.

São duas histórias paralelas que por mais que sejam a antítese uma da outra, vão se chocar inevitavelmente. De um lado temos o médico Anton que trabalha em um campo de refugiados em algum país africano. Obviamente a realidade que ele encontra nesse país é das mais tristes mas sem cair no lugar comum de explorar o sofrimento dos países da África em Guerra civil. Na Dinamarca temos Christian, um menino de 12 anos que acabou de perder a mãe e odeia o pai, ele se muda para um novo colégio e faz amizade com um outro menino que é alvo de chacotas da escola inteira.

O roteiro vai cruzar as histórias pois Anton é pai de Elias, o menino surrado. Mas mais interessante que o cruzamento é como elas evoluem discutindo todas as questões que levantei acima. Na África o médico recebe várias mulheres a beira da morte violentadas pelo guerrilheiro local “O Machão”. Ele basicamente aposta qual é sexo do bebê e abre as mulheres para ver. Anton é um pacifista ainda assim, não crê que o revide resolva nada e quer passar isso ao filho. Por sua vez Elias cada vez mais influenciado por Christian vai no caminho contrário. Pois juntos eles espancam o valentão da escola e com isso são deixados em paz, encontrando uma fórmula mágica: Quem bate mais forte ganha. Essas duas histórias vão ser testadas ao limite, enquanto Anton tenta manter seu pacifismo em meio a brutalidade, seu filho vai de encontro a violência para resolver sua vida.

A história em si apresenta as duas visões sem defender uma forma correta, mas o filme acaba tendo um final que cede para um dos lados. É um melodrama com cenas maravilhosa e devo destacar também que todos os atores são ótimos. Ganhou a maioria dos prêmios internacionais do começo do ano com justiça e acaba fornecendo mais reflexão do que eu esperava. Não creio que seja um filme moralizante, creio que é uma bela história contada com muito afinco para não levantar nenhuma bandeira. Muito bom.

NOTA: 9/10

3 comentários:

Matias Minduim disse...

Top 2011

1- Tetro
2- Em um Mundo Melhor
3- Cisne Negro


.... ou não?

Gisela Rao disse...

Acabei de ver o filme e, no final, nem sei por qual motivo eu chorava. Adorei sua reflexão! Gisela Rao

Rafael Menezes disse...

Fico feliz que tenha gostado.
Dá pra chorar sim, é muito bonito.

Bjo,

Rafael Menezes