O filme conta com uma grande atuação de Lubna Azabal com Nawar, e devo dizer que a parte do conflito civil e na situação limite que a personagem se entra é o motoro do longa, a parte de seus filhos em busca da verdade das cartas e de revirar o passado sujo quebra um pouco o ritmo e apesar de bem construída tem muitos ornamento desnecessários, como o conflito entre os irmãos, ou o advogado intrometido como coadjuvante. O filme passaria bem sem eles, mas Denis tentou equipar as narrativas em tempo e ritmo, o trabalho é bom mas fica melhor quando o ritmo acelera e as cenas de tensão emocional afloram, como na belíssima (e terrível) cena do ônibus queimando, que alias é o cartaz do filme.
A narrativa é baseada numa peça que tinha como centro a transição de ódio pelas gerações oriente médio, algo como o nosso Abril Despedaçado, entretanto apesar de ainda presente essa temática dentro da história o que sobra no final é um filme sobre filhos tentando entender o passado da mãe e assim chegando naquele tópico clássico da tragédia universal: Os pecados dos pais que assolam os filhos. A peça tem mais ares de tragédia grega do que crítica à ira.
Para os mais chatos ou analíticos, devo dizer que o filme dá uma margem grande para se descobrir o mistério sobre o pai e irmão dos gêmeos logo em sua metade. a força do filme está na revelação, mas infelizmente eu acabei descobrindo antes. O problema de se fazer uma trama que cada vez mais se abre numa estrutura complexa e não linear, é que você vai ter que fechar de algum jeito, e como normalmente os realizadores gostam de histórias amarradas, em dado momento para mim a história se revelou tal como os mandamentos á Moises. Espero que isso não aconteça com você pois o diretor se esforça bastante para esconder o mistério, chegando a usar muitos truques, mas dá margem também.
Um bom filme com questões interessantes, é uma boa pedida para o final de semana, Mas esperava um pouco mais do desenvolvimento da história e especialmente não ter descoberto o final antes.
Nota: 8/10
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