quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Games: Bayonetta

 

Bayonetta PS3 Cheats Hoje terminei meu segundo jogo no PS3, Bayonetta o que é para mim motivo de grande satisfação pois eu sempre quis jogar, desde seu anuncio em 2008, mas também é motivo de certa decepção pois ao encerrar o final do jogo, e mais ou menos em seu meio, eu percebi que esse era o jogar para ser extraordinário e não foi por meio de alguns erros grotescos da desenvolvedora. Nada que atrapalhe alguém que se depare com ele sem pretensões, mas um gosto amargo para quem nutria grandes expectativas da experiência.

Na verdade minto um pouco, pois eu já sabia de duas coisas: a primeira de que algo saiu terrivelmente errado no desenvolvimento do jogo, a segunda de que apesar de ser raro as vezes acontece de uma versão ser melhor que a outra e o fato é que a transição que a Sega fez para o Playstation do jogo é consideravelmente inferior ao que o pessoal joga no X-box 360 em função de nitidez da imagem. Mas com relação a esse último tópico eu não estou nem aí, pois eu sou um sonymaníaco como bem diz meu irmão, só lamento censurarem o final do combo no console da Sony.

Dito isso, vamos aos pontos positivos: Bayonetta é a personagem mais legal criada nos últimos anos, isso porque seu criador é nada menos que o cara que trouxe Dante ao mundo (Devil May Cry), ou seja um cara com uma imaginação gigante que resolveu criara uma personagem feminina mais fantástica do que sua última criação. Bayonetta é uma bruxa de mais de 500 anos, que foi acordada no mundo contemporâneo com amnésia e parte em procura de sua verdadeira identidade. Até aí nada de mais né mas dê uma olhada no visual da moça e você vai entender porque ela foi celebrada pelos gamers.

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Machismo a vista! Sim, porque ela foi construída para ser um sexy simbol, mas também Não, porque a personalidade independente e forte que foi criada atraiu muitas meninas, e acho que até mais admiradoras femininas do que masculinas. Bayonetta tem o mesmo senso de humor que Dante, é muito mais independente e 10 vezes mais forte (isso se você aprender todos os combos que ela pode mandar). Logicamente tem todos os trejeitos de Pin-up como os bicos que ela faz durante o jogo, certos golpes estranhos que você não se cansa de invocar, um desempenho vocal poderoso da inglesa Hellena Taylor e a curiosa habilidade de restaurar saúde não com med-kits ou painkillers, mas com pirulitos (????)

Isso não é metade do absurdo que vai aparecer no jogo, pois a roupa de Bayonetta não existe, é uma simulação feita pelo seu poderoso cabelo que simula couro e quando você enfrenta um boss poderoso, você dá um fatality em que ela arranca roupa/cabelo do corpo e transforma em algum tipo de bicho horrendo que engole o boss sem dó nem piedade. Não conseguiu visualizar? Aí vai:

Essa imaginação está também no design de fases, cenários e especialmente de bichos que você encontra durante a sua jornada. Alias, os bichos no caso são “anjos”, “arcanjos”, “querubins” e derivados, mas não se preocupe são todos do mal… eu acho.

BAYONETTA MONSTER

O jogo é no estilo Hack and slash, o gênero basicamente criado por Devil May Cry, que consiste em matar em zilhão de criaturas em cada fase e nisso não deixa em nada a desejar. Alias possuir todas as roupas e armas que a personagem pode ter é um atrativo a mais para se jogar o jogo mais de uma vez, pois são muitos acessórios que você comprar para incrementar sua guerreira.

A história gira em torno da busca da personagem pelo seu passado, uma antagonista loira que tem os mesmos poderes que Bayonetta que a persegue, um jornalista obcecado por ela, pois acha que ela matou o pai dele e uma menina chamada Cereza que aparece em um terço do jogo que você tem que proteger. Há um lenda antiga de dois clãs de bruxos brigando para trazer equilíbrio ao mundo, cada um possuindo uma jóia para tal feito o “Olha direito” e o “Olho esquerdo”, que Bayonetta julga possuir. Ela vai até uma cidade da Europa chamada Vigrid pois recebeu informações de que o “Olho direito” está lá, aí que seus problemas começam…

Agora vamos entrar na parte negativa do game. Primeiro é uma questão da criação. Se conseguiram criar uma personagem fantástica, um mundo de encher os olhos esteticamente e uma jogabilidade fenomenal, pois esse jogo tem uma dos melhores controles de Hack and Slash que eu já joguei, senão o melhor. Eles pecaram muito na história simplória do jogo. Bayoneta tem 18 fases e na 5 ou 6 você já sabe a história completa do que era para ser surpresa, e o pior é que um monte de cut-scenes estão no meio para quebrar o ritmo. Bom para tomar um ar, descansar a mão pois o game é incessante mas elas não acrescentam nada ou pouca coisa. Sem contar algumas coisas loucas como Luka, o jornalista que aparece resgatando num helicóptero sem piloto, ou dirigindo um tanque com uma menina de oito anos sem explicação, ou as respostas de evasivas de Bayonetta em relação ao suposto assassinato do pai do Luka, ela podia dizer simplesmente “EU NÃO MATEI SEU PAI, FORAM OS ANJOS!” mas até o capítulo 14 ele fica acusando ela e meus ouvidos com tamanha ignorância

Segundo, é uma questão do estúdio que dá a impressão de correr para lançar o jogo logo, ou economizar um pouco no desenvolvimento, o que todos sabemos que isso é receita da cáca, mas… ainda fazem. Pois as cutscenes que estão antes das fases, no meio delas e no fim são feitas 1/3 em CG  e o resto numa animação 3-d estática só com o desempenho vocal dos atores, o que é feíssimo… o pior é que não tem tanta história para tanta animação, e também porque essa divisão mostra claramente que o pessoal tentou fazer algo mais ao toque do caixa.

Terceiro e por último Bayonetta para Play foi um trabalho nas coxas da Sega, pois o game carrega muito. Carrega no fim da fase, depois pra salvar (alias você só consegue salvar no começo da fase), depois para entra no Gates of Hell onde você comprar coisas, depois para carregar o que foi salvo, para entrar no jogo ver o CG e depois carregar mais um pouco para você começar a jogar e se morrer demorar também para voltar ao último checkpoint. Ou seja, só para mudar de fase são uns 4/5 minutos. Quando você morre e espera o “loading”, pode ficar treinando os combos com uma Bayonetta em ambiente de treino, mas depois de 50 vezes você cansa. E isso é exclusivo do Play3 pois o X-box é bem mais rápido.

Por último, não é um defeito, porém pode ser frustrante para o jogador médio, Pois esse é um jogo de uma facilidade incrível para morrer. se você não souber desviar de golpes, ter tempo de reação rápido para algumas situações ou saber se virar mesmo quando o jogo não te diz o que fazer, amigo… você vai morrer muito. É um nível de dificuldade acima do normal em certas fases, e em outras simplesmente normal. Só para você ter uma ideia eu passei sem morrer uns 30/35 minutos batendo no último boss e desviando de seus socos, raios, bolas de fogo e buracos negros. OU seja…. você vai passar raiva em alguns momentos com a quantidade coisas, anjos pra matar e estratégia para vencer os boss… mas a raiva não é só por isso, é porque as vezes vem tudo ao mesmo tempo.

Agora se você se adaptar ao mecanismo de desviar e sentar porrada, não estiver nem aí pra história e…bem… quanto ao load você não pode fazer muita coisa, você vai achar esse game fantástico, pois com certeza é um dos mais insanos já criados. Eu só fiquei decepcionado pois numa época em que Mass Effect e Uncharted revolucionaram os games como veículo de contar histórias, Bayonetta que poderia (e tem matéria prima para) ter contado uma grande história, foi para o caminho do clichê e do óbvio. Que o material não foi bem aproveitado no play e que não houve investimento no final para elevar o game um ou dois patamares acima.

Mas depois de tudo isso você quer dizer que o game é uma bos#@? Não de maneira alguma, mas esse é um game que sua segunda instância vai ser bem mais significativa, isso se fizerem e atentarem para as falhas. O segundo Half-Life é muito melhor que o primeiro que era só bom, Soulreaver é mais inovador que Legacy of Kain, e por aí vai, assim como Assassin’s Creed 2 resolveu o problema do excesso de cut-scenes do primeiro e da jogabilidade também, e por aí vai…. o segredo é sempre aprimorar e espero muito ver um novo jogo da bruxa, mesmo que o sucesso comercial não tenha sido aquilo que fora esperado.

NOTA: 7,5

P..S. A trilha sonora tem uma versão de Flying to The Moon em J-pop que não sai da cabeça. Compartilho com vocês:

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