segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Cavalo de Guerra – Steven Spielberg

 

Cavalo-de-Guerra Vindouros tempo em que o seu coloria todo o frame do Cinemascope, a música preenchia todo o canto da sala sem ajuda do 3D e os personagens  tinham uma inocência ao olhar o horizonte com esperanças de aventuras. Esse era o cinema ao qual Victor Fleming se consagrou, e mais ainda David Lean que atingiu o ápice do estético em suas produções que esbanjavam cores e profundidade. Esse é o mundo a que se contrapõem o século XXI, meu mestre Clint Eastwood é o mestre nesse mundo monocromático e eu adoro, porém esse ano a indústria de cinema sentiu falta como um todo dessa mágica da década 40/50, dessa inocência cinematográfica.

Spielberg é odiado pelos críticos e por grande do público atual, e um dia eu vou explicar isso na minha perspectiva, mas vamos só resumir que o cineasta americano faz o que quer, e esse ano como já é comum ele lançou dois filmes em conjunto assim como 2005 e 1993. Tanto este como TinTim estão nessa perspectiva, mas Cavalo de Guerra é mais enfático ao homenagear na estética toda essa década comentada. Mesmo assim esse filme é diferente pois ele se trata de um cavalo (Joey) no âmago e não de guerra, ou dos meros seres humanos que cruzam o caminho de Joey, o verdadeiro personagem principal.

Engraçado como o cineasta gosta do guerra, e conseguiu fazer três filmes bem distintos entre si. Lista de Schindler, é um cruel retrato do Holocausto e não do embate em si. A sua caracterização dos nazista vai pelo lado da desumanização das personagens. O resgate do Soldado Ryan, vai por um caminho contrário pois humaniza os soldados em si e consegue ter um ponto de vista ainda mais realista beirando o documental. Cavalo de Guerra não está interessado nem nos vilões como seres vis, nem em entender o ser humano se comporta quando confrontado com a guerra, ele cria uma fábula de coragem, em que um cavalo passa por várias cenas e encontra vários personagem, de todos os lados da trincheira traçando um painel visivelmente humanitário.

Acompanhe-se a isso a trilha sempre presente de John Williams, a fotografia deslumbrante imitando ao cinemascope e você tem sua homenagem. Entretanto Cavalo de Guerra não é um grande filme, somente fica na ideia de fazer um bom filme, mas bem abaixo dos dois filmes citados. Isso porque a própria estrutura episódica não deixa criar um envolvimento maior com os personagens. Se as histórias se complementassem, seria interessante, mas elas são bem diferentes e você acaba escolhendo uma. No meu caso eu adorei a história a menina francesa que encontra o cavalo no seu redemoinho. Os dois meninos alemães fugindo da guerra já é idiota. Nesse roteiro inconstante só há uma coisa que salva: Joey, mas mesmo se tratando de um filme sobre um cavalo é injusto colocar o filme inteiro nas costas, coisa que nem grandes atores conseguem as vezes. Junte-se a isso o fato de tanto alemães quanto franceses falarem inglês, não haver uma gota de sangue no longa e o sentimentalismo de algumas cenas e os críticos de Spielberg fazem a festa. é bom filme, não passa disso, mas As aventuras de Tintim é incrivelmente superior.

Nota: 6,5

Nenhum comentário: