terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Homem que Mudou o Jogo – Bennett Miller

 

Homem-que-Mudou-o-Jogo Bennett Miller somente dirigiu Capote em 2005, um filme totalmente ancorado em Philip Seymour Hoffman assombroso. Apesar de ele ainda tentar, e parecer ter, um estilo próprio ainda não consigo traça-lo. Coisa que com dois filmes começa a ficar perceptível, pois aqui ele também está ancorado na melhor atuação de Brad PItt desde sempre como fio condutor de sua homenagem ao baseball, mas no fundo é um estudo de personagem sobre um homem contra tudo e contra todos, administrando um time.

Esse é um daqueles casos em que você que odeia o Oscar com o fundo de seu coração, deve parar para pensar no que ele representa para a distribuição dos filmes, pois esse filme nunca chegaria ao cinema sem a indicação, talvez só em DVD e sem nenhuma data provável. Assim como O Artista, o favorito, também demoraria um século para chegar, assim como Histórias Cruzadas estava guardado desde gosto por motivo incompreendido. O que dizer então dos indicados a filme estrangeiro? Pois bem, as premiações servem muito para divulgar e digo no geral, e esse é um caso claro de um filme que foi beneficiado com as premiações do começo do ano, pois nunca um filme cujo o assunto é baseball chegaria facilmente as nossas telas.

Pois bem. Resumidamente a história de Homem que mudou o jogo, se baseia no fato real ocorrido em 2002 em que o administrador de um time fraco da liga interpretado por Brad Pitt, resolve criar um novo método de administração com a ajuda de um estudante, viciado em baseball interpretado por Jonah Hill. A técnica basicamente reflete criar um time não com base em jogadores novos e talentosos, mas com base em jogadores que pelas estatísticas atuando junto em determinadas posições podem ganhar. Um time mais barato que recicla jogadores, pensando em como eles podem máximizar o tempo e a eficiência jogando junto. Peraí Rafael? Isso é o que qualquer time da segunda divisão faz!

- SIM É querido leitor, mas eu estou simplificando ao máximo pois baseball é um jogo complicado e diga-se de passagem… bem chato. Entendam que os três esportes principais americanos tem um pensamento em comum. A estrela que pode mudar o rumo. No futebol Americano, o quaterback, quem organiza o jogo e os touchdows, no Basquete o cestinha, que seria o nosso artilheiro aqui no Brasil, e no baseball, o rebatedor fodão. O filme vai contra essa regra, da raça individual que pode ganhar um jogo e aposta em criar um time jogadores bons e nivelados que podem por meio dos números avançar para as play-offs. Simplificando novamente, o time proposto seria o Once Caldas que ganhou a libertadores. Atrás, na retranca, sabe se defender bem e aproveita a única chance para fazer 1X0 no adversário. Feio, mas funciona.

Tudo isso para explicar a ideia que para os americanos já virou uma lenda, principalmente porque foi com essa estratégia que o RedSox finalmente ganhou a liga. Ou seja para os americanos é fantástico, para nós precisa de uma cartilha. Outra coisa essencial para se entender o filme, é saber que o personagem de Brad pItt é o dirigente do time e não o técnico. Mas que lá o cartola manda. Imagina se fosse assim no Brasil? Que me-do!!!!!! Tá mais isso não influi no filme, pois temos que ser imparciais certo?

- Mais ou menos. Vamos retirar o pensamento esportivo. o que sobra? Um roteiro que explica relativamente bem a premissa, uma direção segura, personagens bem interpretados e uma atuação contida mas memorável de Sr. Jolie. Tem mais que isso? Não, mas é o suficiente para ser bem visto pois esse filme me parece um estudo de personagem, nos motiva a assistir o filme para saber e entender as decisões desse cara que estava basicamente na forca em todos lados: no emprego, na família, no emocional e não deixa transparecer. Por isso o filme está sendo laureado, mas para quem não entende nada de baseball ainda fica uma lacuna que o diferencial de todos aqueles envolvidos em dar vida e emoção a uma história tão importante dentro deste esporte.

Torço Brad Pitt, mas acho que o filme em si não passa do bom.

Nota: 6,5

P.S. e O Abrigo, Drive, Shame entre outros por não ter conseguido nada de peso, continuam sem data de estreia.

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