segunda-feira, 14 de setembro de 2009

CLUBE DO FILME, David Gilmour




“...Quero que você preste atenção nessa cena e se lembre dela. A vida desse cara já está na descendente; ele sabe disso, e ela também. Mas você, Jesse, sua vida es ta´começando e tem tudo pela frente. Você não precisa estragá-la.
Coloquei no aparelho de DVD A Doce Vida, e avancei até a cena final...”


Jesse o filho de David Gilmouor, estava indo mal na escola, não se adaptava, cabulava e não estudava também. Fase de qualquer adolescente que não sabe porque estuda, fato é que David resolveu inovar no conceito Paulo Freire de psicologia infantil e tirou o menino da escola, não o pôs para trabalhar e só colocou uma regra na educação do pequeno Jesse, que mede 1,80, assistir três filmes por semana com o pai, que for escolhido por este (alias um apresentador de tv médio, escritor e crítico de cinema nas horas vagas).
David se perguntar diversas vezes se ele estaria tomando o caminho certo na educação de seu filho durante o livro, o que é perfeitamente compreensível uma vez que uma história tão louca para as bases pedagógicas atuais não poderia ser simplesmente pensada sem correr riscos, mas isso não é um livro de pedagogia, muito menos como eu pensei previamente ser um livro sobre cinema, e sim é um livro sobre relacionamentos humanos, poderíamos relativizar o relacionamento pai e filho, mas temos também a imersão deste adolescente com os primeiros sentimentos amorosos e casos concretizados, também poderíamos ver o relacionamento destes personagens com a vida em si, David desempregado e cada vez mais desesperado e Jesse tendo que pensar em como será sua vida daqui alguns anos, coisa que ele demora muito para fazer.
Ponto número: Jesse é um idiota! Tenho uma antipatia natural por adolescentes e os problemas que os atraem, contudo tem horas que ele deve irritar qualquer leitor. Só tinha uma regra no clube do filme, não usar drogas. Adivinhe o que volta e meia ele confessa ter feito? Fato é que devo ter alguma deficiência em entender essa idade. Ponto dois: é que não concordando em substituir a escola por sessões de filme em minha mente como um todo, mas tendo em mente que a escola realmente não forma um indivíduo como pessoa, é interessante ver como substituir cultura e arte na educação de uma pessoa, pode realmente ajuda mais do que a educação mecânica e dirigida que uma escola está pronta para fazer, quase como uma fabriquinha, também devo mencionar que este é um conceito vindo de alguém que estuda no sistema de ensino brasileiro, e comparado com o americano é bem mais fraco o que torna essa história ainda mais palpável para nós do que para eles.
Mas se concentrando no principal: o cinema. O livro é um apanhando de opiniões bem interessantes sobre e cenas e filmes, e ainda, um apanhado de nostalgia sobre a magia do cinema e como cada filme tem o poder de despertar emoções e sensações diferentes um nos outros.
Um belo relato, e olha nem curto não-ficção assim, sempre acho que fica um pouco aquém mas nesse caso foi uma leitura fascinante.

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