segunda-feira, 14 de setembro de 2009

UP - ALTAS AVENTURAS


Ontem fui assistir ao novo filme da Disney/Pixar, que chegou com nada menos que 3 meses de diferença em terras tupiniquins, com a expetativa de alguém que tinha chorado ao final da última produção WALL-E, clássico moderno indiscutível, ainda que a força da mente sensata pontue: “não é possível revolucionar o cinema a cada filme e não escute RPM”. Com relação a última informação é um momento de sensatez impressionante, principalmente pelo fato de estar à 36 horas acordado, com relação a primeira ainda bate um certo frio na barriga que nos obriga a pensar “mais uma obra-prima?”. Escrevi anteriormente que na animação três coisas eram garantias de clássicos: Pixar; Henry Sellick e Hayao Miyazaki (que tem filme novo chegando logo e adivinhem, foi sucesso de crítica e público na Terra do sol nascente), e continuo com essa concepção diante de mais um clássico, não ao nível WALL-E de perfeição, mas é uma injustiça começar a comparar filmes a luz de seus predecessores.
Carl Friedcksen é um menino que sonha com aventuras, tem como herói o grande aventureiro Carles Mudds, que foi ao Paraíso das Cachoeiras e nunca mais voltou, e quer realizar essa viagem algum dia da vida. Logo em sua infância ele conhece uma menina faladeira que também tem todos esses sonhos e logicamente é o grande amor de sua vida. O filme em uma tomada belíssima (pura poesia), mostra a vida do casal ao longo de seus 70 anos juntos e como esse sonho de viajara para América do sul vai sendo adiado até não ser mais possível pois ele se torna viúvo. Cacetada logo no início do longa deixa qualquer um com água nos olhos. É incrível como eles conseguem combinar sentimentalismo com humor, e vice-versa. Logo mais em uma cena muito engraçada, Carl acerta um empreiteiro com seu andador, mas logo descobre as consequência quando se mostra sangue na cabeça do sujeito, do engraçado ao trágico na mesma cena. É também a primeira vez que uma personagem morre em desenho da Pixar, sem ser vilão, e o Wall-e chegou perto.
Viúvo, sendo visto como ameaça e com a casa no meio de uma construção em andamento prestes a ser despejado e ir a um asilo, Carl faz a única coisa que lhe resta, prende milhões de balões no telhado de sua casa e levar sua casa para o Paraíso das cachoeiras. Lógico!E dá certo, com o detalhe de que para realizar essa aventura vão começar a aparecer personagens, digamos distintos, em seu caminho a começar pelo escoteiro japonês que ele leva acidentalmente no início da viagem, mas logo vai aparecer uma ave histérica e um cão falante, membro de uma gangue de cãos falantes, e um insano Kirk Douglas, perdão Charles Mudds, vivo ainda e adivinhem? Ele é o vilão.
Uma aventura e tanto no ponto de vista da diversão, combinada com elementos de humor, porém do diferencial do filme é proporcionar um tom tocante no filme nos momentos em que se coloca a moral com centro e o sentimento acima de suas outras qualidades, aí o filme aça-se a condição de clássico, até menino japonês tem uma história triste que também se trata de uma perda, a própria ave a tem e em um plano mais profunda o vilão também, contudo ele não se conforma e vive atrás de recuperar o que nunca foi dele. Podia ser melhor? Duvido muito, afinal abriu Cannes ao som de aplausos e isso não é para qualquer um Fernandinho que o diga.

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