segunda-feira, 21 de setembro de 2009

UMBIGO SEM FUNDO, Dash Shaw


Se Retalhos é o quadrinho perfeito para fazer alguém que subestima quadrinhos a se interessar, Umbigo sem fundo é quadrinho para afastar alguém devisado. Longe de ser ruim, é uma história bem simples retratada de maneira complexo pelo jovem Dash Shaw, cujo trabalho também pode ser conferido em www.dashshaw.com, em suas hq's digitais.
Você é lançado de maneira analítica a vida dos Loony, Malucos em inglês, um família que olhando atentamente é muito parecida com qualquer uma. Após um breve passeio naturalista sobre a vida da família, vamos uns 20 ou 30 anos para frente quando as crianças estão grandes e os pais já são avós, para em uma reunião de família ser anunciado a separação do casal que está junto a 40 anos. Cada filho pira de sua maneira, o mais velho realmente surta o cabeção revisitando o passado tentando achar uma explicação para o que ocorre entre o pai e mãe. Claire, a do meio, não dá muita bola a notícia, ela mesmo já se separou (e tudo indica que não superou)e tem que dar atenção a sua filha que sofre as inseguranças da adolescência, mas a melhor história é a de Peter, retratado como um sapo, ninguém nota nele, tanto é que ele acaba se envolvendo com uma moça que acaba de conhecer ao invés de ficar na casa de praia da família. Segundo ele é o “clichê o caçula, que não se encaixa em nada, parece um sapo estranho na família”, o que é genial do ponto de vista formal. Alias a forma é tudo nesse imenso graphic novel de 790 páginas, temos páginas em branco, a descrição de sensações, quadro a quadro com uma minuciosidade incrível, cartas que aparecem no meio da narrativa, incluindo um criptograma e uma conclusão aberta a discussões.
A forma complexa parece uma chave de leitura, pois em sua constituição tudo é explicado em Umbigo sem fundo (alias, você vai ter que decodificar o criptograma para entender o título), a pessoa senta e há um balãozinho escrito (senta), Peter dá os ombros e está escrito (encolhe), assim do começo ao fim, contudo isso é um contraste com as relações humanas que o livro desenvolve, todos estão procurando maneiras de se relacionar, Dennis procurando a relação dos pais no passado, Claire e a filha, Peter e a estranha da paia, Aki (mulher de Dennis), com dennis e o bebê, os pais que enceram um relacionamento sem muita explicação. Tudo isso fica no limbo, porque é inexplicável, e o traço naturalista e minimalista de Dash, acentua essa sensação de estranheza que a história causa. Esse, eu repito, não é uma leitra fácil, a princípio, e uma história que pode deixar um leitor desavisado com uma grande interrogação ao final de sua leitura, mas encarando o monstro, pode-se discutir os muito aspectos da vida que esse texto porporciona.

3 comentários:

bones disse...

selinho pra ti no bones
maldade, não vou ler seus posts até ter a chance de ler os livros1!!!
Obs.: vc trouxw a capa do Dan Brown, só a capa???? P Q ????

Matias Minduim disse...

Comecei a ler na loja ... estu començando a achar que autobiografia de HQ está me cansando ...

Rafael Menezes disse...

O prêmio Eisner tem um prêmio especial só para história em quadrinhos baseada em realidade. Agora eu não classificaria como autobiografia, o próprio cara é recluso e não fala da vida. (?)