segunda-feira, 19 de outubro de 2009

BASTARDOS INGLORIOS, Quentin Tarantino

“I think this is my masterpiece” e assim acaba a projeção, uma contemplação do ego do cineasta, que é um dos poucos que podem se autodenominar gênios. E você que poderia ficar totalmente pasmo com a arrogância de Quentin, está totalmente estasiado pois provavelmente viu um dos grandes filmes da década. Exagero. Não, apesar que o cinema de Quentin é algo peculiar dentro do quadro geral e muita gente se irrita. Mas chamo a atenção que queria ou não, você vai se divertir com o mundo paralelo construído nesta película, queira ou não você fica tenso com o crescente suspense, queira ou não você explode em gargalhada nos momentos que ele quer, queira ou não certas cenas tem uma beleza indescritível, queira ou não o sotaque sulista de Brad Pitt é hilário em qualquer ponto da película e a atuação de Chisrtoph Waltz como Hans Landa, o vilão da história é algo assombroso com a densidade e comicidade que ele imprime a todas as suas cenas, não sou de concordar com Cannes mas dificilmente algum coadjuvante vai se destacar tanto esse ano. Senhores, estamos em 1941 e o primeiro ato do épico é uma tensão crescente. Hans Landa, o exterminador de judeus, visita uma família de camponeses da frança para procurar uma família de judeus que se escondeu em algum lugar, a conversa banal que se segue caminha para um total massacre da família da qual só Soshanna (Melanie Laurent, outro achado) saí viva. O segundo ato, são os bastardos que dão o título a obra, uma equipe liderada pelo tenente Aldo Raine (Brad Pitt cada vez melhor) para ir atrás das linhas inimigas e matar nazistas com o máximo de violência que conseguirem, para criar o medo dentro das tropas nazistas. O que funciona, de repente já estamos diante da guerra com os bastardos fazendo o inferno. Temos outros personagens igualmente engraçados Hugo, um cara que quase não fala mas se infiltrou na Gestapo e matou uma porrada de oficiais antes de se unir aos bastardos e Donovan, interpretado por Eli Roth (não, você não leu errado é cara que foi o diretor do Albergue e inaugurou o porn horror), com sua cara de insano e um taco de beisebol que bate nos nazistas até trucidar o crânio. Aí sim você pensa. Isso sim é Quentin!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Mas não se enganem o filme tem muito mais história que esses dois primeiros atos, alias os bastardos vivem mais da fama do que de ações sangrentas, o que vai acontecer é que o filme a partir de Soshanna e dos bastardos e com outras linhas paralelas de história vai tecer uma rede até uma première em que todos os chefes do partido nazista poderão ser mortos e todo mundo vai querer concretizar isso, inclusive quem menos se espera. O roteiro acima de tudo é a base desse épico singelo de Tarantino. Mas não tudo, não vou me demorar falando das qualidades de cineasta que ele tem, gostando ou não do cinema dele é inegável o talento dele, mais ainda se você começar a ver as homenagens e influências que ele joga na tela para o amis aficionados. E sempre notável como cada vez que você entra em um filme dele. ele parece estar exclamando a sua paixão e nos fazendo compartilhá-la. Mas outro grande trunfo são os atores, todos perfeitos no papel com destaque para o quadrado Diane Krudge, Melanie Laurent, Brad pitt e Chirstoph Waltz. Krudge é uma bonitinha que pode ser melhor atriz que seus papéis andam demostrando até o momento, seriamente seu papel de maior destaque foi em Tróia (?), aqui ela faz uma atriz que é espiã, que esbanja o charme da década de quarenta e a tensão de estar fazendo um jogo duplo. Laurent, a sobreviente, não é uma menininha bobinha, alias tem uma ferocidade atrás de seu sorriso sério que vai ser a principal arma no final do longa. Brad Pitt, teria o papel mais bobo dentro de personagens tão estranhos, mas seu sotaque e frases de efeito fazem sua pequena participação (ele é o que menos aparece) essencial. Um action hero? Não. A moral do tenente é altamente questionável, parece que ele está se divertindo muito tirando os escalpos nazistas. Por último o personagem que rouba o longa, Hans Landa, o caçador de judeus, parece ser um contador de empresa muito feliz, é um detetive poliglota, e se diverte destruindo suas vítimas psicologicamente, sua atuação transmite o caráter cômico de uma caricatura e a tensão proveniente de um serial killer. Vocês acham é possível interpretar um personagem assim? Ou que é fácil? Bem ele conseguiu. Vai ganhar todos os prêmios que aparece pela frente? That's a bingo!!!!!!!

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