domingo, 25 de outubro de 2009

DISTRITO 9, Neil Blomkap


Totalmente desprezada nos últimos anos tanto na literatura quanto no cinema e em outras mídias mídias, a ficção científica está carecendo de grandes obras em sua história recente. Claro, este ano, alguém poderá protestar que tivemos Star Trek, que fez sucesso e é uma ótima película e Watchmen explorou uma realidade alternativa bem sombria, mas analisando friamente estamos confundindo o maravilhoso, o fantástico, o surreal ao termo aqui designado e como Todorov bem lembra são coisas distintas. Star Trek se revestiu de aventura espacial, muito mais à la Buck Roggers, do que o gênero cabeça que ajudou a formar a quase 50 anos atrás. Mas o que é esse gênero? É o motivador de alegorias sociais omo 1984 e Admirável Mundo Novo, da crítica religiosa com Estranho numa terra estranha, o gênero que concretizou Stanley Kubrick como uma grande mestre da imagem e retórica cinematográfica, e que é motivador da filosofia existencial de um certo Andrew Tarkovsky, que levou o homem a lua ela primeira vez no clássico de Melier, que fez uma grande análise sociológica com Fritz Lang. Um gênero poderoso, essencial na fundação dos alicerces do cinema, que atualmente é visto como pura diversão, sinônimo de descerebramento e até ridicularizado pelas classe mais populares.
Mas é válido, desde que os efeitos espaciais evoluíram na década de 90, a conquista do espaço não é mais tão interessante quando você tem mundos inteiros sendo criados no Hd de muitos computadores, é uma falta de história crescente que assolou a FC, e considero que o último grande clássico da Fc foi Matrix, que recuperava a história inteligente e intrigante, uma direção ótima e uma crítica a sociedade como só Orwell e Lang mostraram ser possível, e logicamente suas continuações foram inevitáveis,se por um lado ótimos exemplares do Action movie, não chega nem perto da originalidade do filme de 1999, dez anos depois saímos extasiados como nunca ao ver um filme legítimo de FC, que nenhum produtor de Hollywwod conseguiu estragar (na verdade é o Peter Jackson, ele não faria isso), isso porque não é um filme normal, é quase uma produção independente com um padrinho de peso, que passou por baixo do radar de muita gente (saliento que do meu não, eu já conhecia a existência do filme no 1° semestre) e caiu como uma bomba no circuito. Distrito 9 é um filme poderoso que resgata as principais características que uma FC, um mundo possível e uma crítica social ferrenha.
1982, uma nave gigantesca chega a terra, finalmente os alienígenas vão nos invadir, explodir a Casa Branca e eleger Bill Pullman presidente. Não exatamente, pois a nave paira sobre Johanesburgo até ser abordada, os alienígenas estão subnutridos, quase mortos e em condições precárias são transferidos para um área logo abaixo da nave, em vinte anos esse local se torna uma grande favela em que eles vivem em condições precárias, a subsistência deles é comprada, a violência reina e confronto com os seres humanos é constante. Como eles não como nós, o governo resolve fazer aquilo que é mais sábio relocar 1 milhão e meio de aliens para um lugar afastado pois eles não com nós. O personagem de Sharlto Copley entra em cena para fazer isso, contudo ele tem um contato muito próximo com os aliens o que vai excluí-lo da “humanidade” e colocá-lo diretamente com o mundo do Distrito 9.
Em um plano bem superficial é uma história e tanto, bem desenvolvida com um ator impecável que vai mostrar a barbarie humana, pois quanto mais conhecemos os aliens, mais notamos que não á diferenças, em dado momento você para ver aquelas criaturas como alienígenas e se horroriza com as condições que são impostas a eles, especialmente pois o “herói” do longa e um idiota que faz piadas e atitudes desprezíveis por boa parte do longa. É um filme forteem que pessoas simplesmente explodem, e não é uma metáfora. Mas se essa abordagem universal já seria o suficiente para tornar o filme grande, ainda há um alvo específico no alvo de Neil Blomkap, seu próprio país. A áfrica do Sul passou de 1948 a 1990, sob regime do Apartheid, o regime de segregação racial, que não deve anda ao nazismo e cujas as semelhanças não são mera coincidência.
Mas não se engane o espectador que deve estra achando tudo isso muito cabeça, em seu terço final, com tudo devidamente no luga o filme se torna uma grande película de guerra com cenas de barbárie extraordinárias. E o pior é que nada foge a realidade nem mesmo pessoas explodindo, é o que de pior há na humanidade sem exageros e sem eufemismos.

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