Creio que já comparei Senhor dos anéis com Guerra nas estrelas no passado, e possivelmente é uma das mais puras verdades para as novas gerações, nunca um filme foi tão visto, comentado e esperado – Na verdade George Lucas leu o livro de Tolkien, então se alguém foi influenciado, não foi Peter Jackson – mas concomitantemente no mesmo ano Harry Potter ganhava as telas, com a mesma magia e apelo que a produção australiana.
O resultado divertiu platéias inteiras e arremessou o livro de J.K.Rowling as alturas também, em um momento em que ele não via como chegar mais longe, um ano depois Câmara Secreta mostrava uma franquia na qual poderíamos ver o tom e ritmo de todos os filmes até o final, a Warner não concordou com isso e desde o terceiro filme de Alfonso Cuaron (outro diretor, o primeiro e segundo era Chris Columbus), vemos filmes mais interessantes, sombrios e que mudam a perspectiva a cada filme. Esta semana chegou o mais novo exemplar “Enigma do príncipe” lotando mais cinemas,e batendo de frente com o melhor filme, na minha opinião, que é o terceiro exemplar.
Isso ocorre porque a história de Rowling foi adensando e porque os diretores criam um trabalho bem autoral para o bem e para o mal. David Yates no caso, diretor do quinto filme, fez um grande trabalho ao condensar o livro mais grande e chato em um filme interessante, que é o mais fraco, porque a história em si de Ordem da Fênix é a mais fraca da série de livros (Sério ela poderia não existir e ninguém sentiria falta). Agora seu estilo de direção cai como uma luva no capítulo mais depressivo de Harry Potter, e quando falo em marca autoral, estou dizendo que o que mais impressionou foi o fato de, em um filme blockbuster de verão, ele ter criado um trabalho que quase não tem ação e enfatiza os silêncios dos personagens.
Harry neste capítulo tem que descobrir o segredo por trás do poder de Voldemort, nas lembranças de Alvo Dumbledore, o professor da escola e nos segredos de Horácio Gruge, o novo professor de poções. Lógico que o atrativo dos últimos filmes foi e é, as confusões, paixonites e conflitos adolescentes dos personagens principais que, em todo caso, são crianças no meio de uma guerra. Hermione com ciúmes de Rony, Harry flertando com meninas (é mesmo, não estou brincando) constituem um dos núcleos do filme, que é o das piadas leves que o tornam divertido, outro núcleo do iminente mal que se aproxima é a parte sombria, belamente fotografada com Michael Gambom e Jim Broadbent tornando o caminho mais misterioso. Nisso ele fez duas coisas distintas, trabalhou os atores para que produzissem a melhor atuação até o momento, uma vez que em muitas cenas eles nem falam, só a imagem que transmitem já é o suficiente para entender o pesar de suas ações. E um outro ponto, é como o filme é down, no livro há uma grande cena de batalha no final que mobiliza toda Hogwarts e isso não nem acontece no filme, um recurso que seria utilizado para tornar o final do filme muito mais acessível para o grande público e esperançoso foi completamente descartado. Na verdade a sensação de assistir Harry potter e O Enigma do príncipe é uma sensação arrasante o que me traz a memória o segundo (ou quinto?) capítulo de Guerra nas Estrelas, uma desesperança completa em como aquilo irá acabar. Infelizmente eu já sei o final, para aqueles que só acompanham na tela grande deve ser muito mais destrutivo, mas tenham esperança as relíquias vem aí.
Um comentário:
ai foi isso, adorei o Draco nesse filme, o silencio gritante de uma alma em desespero....
Sabe que meu heroi sempre foi o Snape, bem que podiam ter dado mais credito a ele no final não é.
Beijos.
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