sábado, 1 de agosto de 2009

CONVIDADO SURPRESA, Gregoire Boullier



Possivelmente a maior decepção deste segundo semestre, O convidado surpresa está mais para livro de alto ajuda “Como superar um relacionamento em festas” do que para algo que tenha um grande romance da literatura francesa, alias a própria classificação de romance é algo que pode ser colocado em xeque, uma vez que o episódio narrado realmente ocorreu.
O grande interesse pelo livro começou na Flip deste ano, quando a mesa 12 iria reunir a mundialmente famosa artista plástica Sophie Calle e nosso autor para um bate papo sobre relacionamentos. Motivos ele namoraram durante três anos. O tempero estaria por conta do fim abrupto que o relacionamento teve, que segundo Sophie teria sido por meio de um e-mail. A novela ganha mais sabor quando sabemos que este fora o primeiro encontro público dos dois. A confusão estava armada com dois meses antes do evento e o pior é que foi a mesa mais discutida e que todos gostaram mais, o porque disso eu não sei, eu não vi a mesa pois estava trabalhando no evento, mas a curiosidade fora muito instigada por toda esta historinha por alguns outros motivos.
Sophie Calle é louca de pedra como toda boa artista plástica, ela pegou o e-mail e enviou para diversas pessoas para ver como estas responderiam, o que não é só dar a volta por cima, como também desmerecer o crápula e fazer barulho com o ocorrido. Não entendo nada sobre artes plásticas, mas sei o quanto Sophie é original e esperta. Engatilhado nessa história foi lançado este que é um romance de 2004 sobre como ele conheceu Sophie.
E você, caro leitor, deve estar gostando dessa salada que só aumenta, e lendo o livro de Gregoire você até começa a achar muito cínico o fato de ele começar o romance xingando a antiga namorada que foi embora sem falar nada, e quando ele conhece Sophie quais são as primeira impressões da moça que não para de sorrir e ler o famoso caso do vinho que os fez se conhecerem na realidade, até mesmo a opinião estúpida que ele tem sobre artistas e escritores, e logo você começa a pensar que tudo o que você acha graça é de seu conhecimento prévio e que a parte mais engraçada estão no lado de fora do romance, com toda essa confusão do antes e do depois que nós temos, mas quando analisamos o romance por sua real extensão de ser autosuficiente, ele o é, ao retratar um personagem que se embate dentro de uma festa sobre os sentimentos que ele ainda tem por sua antiga namorada e isso é tão enfadonho. As melhores sacadas de seu monólogo são aquelas que o afastam dos pensamentos amorosos, não porque eles são fantasiosos, pelo contrário, mas sim porque eles são um lugar comum e se reiteram a cada minuto. Decepcionante na minha opinião especialmente na metáfora do Ulisses, mas se você gosta de “Sobrevivendo a separação” e outros do gênero, você vai se divertir.

Nenhum comentário: