domingo, 6 de fevereiro de 2011

Oscar 2011: Cisne Negro

 

CISNE NEGRO O que é a arte? A perfeição sublime de uma técnica. Contudo para atingi-la é necessário por vezes se transformar de uma maneira nunca antes imaginada. Cisne Negro, já tinha fãs antes mesmo de ser lançado em Veneza, seu trailer misterioso e proposta instigante trouxeram esse novo trabalho de Daren Aronovsky ao patamar dos mais esperados do ano e a chance de se tornar uma decepção era grande. Por sorte o cinéfilo brasileiro pode vislumbrar, a partir deste final de semana, que o filme é o auge da perfeição.

A estrutura do filme remete aos maiores sucessos do diretor até então: O realismo cru de O Lutador e o ritmo estrtural do magnífico Requiem para um Sonho, que para mim continua sendo sua obra-prima. Em sua primeira metade somos atraídos para o mundo do balé nos bastidores, as intrigas, o sofrimento e a dedicação de uma jovem bailarina Nina em se tornar a melhor bailarina de sua companhia. O interessante do filme é notar como esse mundo ainda não tinha sido retratado de maneira tão fidedigna quanto aqui. A beleza nesse ponto não existe e sim somente a disciplina que a arte impõem.

Nina consegue o papel de primeira bailarina em nada menos que o Lago Dos Cisnes, talvez o maior balé de todos os tempos, e se ela consegue por ser tecnicamente perfeita como Cisne Branco, o próprio diretor da peça lhe diz que não confia nela como Cisne Negro. O interessante de o Lago Dos Cisnes é o papel da daçarina principal que tem que fazer simultaneamente dois personagens completamente diferentes em atitudes e nos passos de balé, o que torna esse um dos personagens mais difíceis de se interpretar. O Cisne Branco é perfeito em tudo e necessita de um aspecto virginal e puro, o Cisne Negro é o lado anárquico, sexual e sombrio. O gêmeo do mal.

Nesse ponto o filme entra numa espiral enlouquecedoramente rápida, pois Natalie Portman abandona sua carinha de menina inocente e vai até onde seu ãmago somrbio mora. Contudo isso não é feito sem perdas, e a questão perda da inocência e da sanidade vai até o espectador que em dado momento já não sabe mais discernir o que é real e o que é imaginário.

Daren constroi o filme nessa desintegração do real em função de um surrealismo intuitivo, contudo se a direção é precisa quem adiciona mais um degrau de complexidade ao filme é interpretação soberba de Natalie, é com certeza sua melhor interpretãção dramática. Sexy simbol entre as elites cults, com esse filme ela cimenta seu nome entre as grandes atrizes. Vicent Cassel e Mila Kunis completam o elenco com atuações ótimas também. A jornada do roteiro como um todo é um reinterpetração da própria história de O Lago dos Cisnes e em sentido mais profundo é a história de como um artista precisa se perder para criar uma obra arte pura.

Filme fantástico que já virou um cult.

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