segunda-feira, 11 de maio de 2009

ESPAÇO: A FRONTEIRA INICIAL

Este é o reinício da franquia Star Trek, para conquistar novos fãs indo audaciosamente onde nenhum cinéfilo ou trekker jamais esteve e sem medo! Quando Nêmesis estreou nos cinemas há alguns anos, anunciando o fim da Nova Geração nas telas, com aquele filminho básico dos anos 90: Um episódio estendido para duas horas, com orçamento baixo e atores já utilizando cinta para esconder a idade e a aposentadoria precoce, e o filme era até legal, divertido, mas feito exclusivamente para os fãs! Aí eu tinha certeza que “Jornada nas estrelas” estava morrendo, e agonizando. Enterprise o spin-off daquele momento, não era lá emocionante, também feito para fãs, e era isso, se alguém quisesse fazer alguma coisa não iria fugir do básico, e eis que quando Jornada fazia 40 anos e não tinha nenhum projeto cinematográfico em andamento e nenhuma série na TV, começa a surgir um burburinho sobre um novo filme, e lá íamos nós para Jornada XI, que não era uma incursão da Deep Space Nine, nem da recente Enterprise,e sim o projeto de mostrar a Academia da Frota, com Kirk e Spock adolescentes. MEDO!
Para quem não lembra, foi assim que este projeto começou, e tinha certeza que o caminho era se tornar Bervely Hills 90210 in Vulcano, se não fosse o nome que acabou se envolvendo no projeto: J.J. Abrahms, o nome por traz do Lost, e que dirigiu uma nova face de Ethan Hunt, no recente Missão: Impossível.
Para quem não conhece, Star Trek é uma série do final da década de 60, que conta as viagens da nave Enterprise em sua exploração do espaço, tendo o intrépido e arrogante capitão Kirk, seu oficial de ciências Spock, um ser absolutamente lógico, apesar de ser meio humano e médico ranzinza McCoy que eu acho tão importante quanto os dois principais, em aventuras semanais na telinha. O diferencial de Jornada era ter história demais, e conseqüentemente era seu problema segundo a emissora que a cancelou depois de três temporadas, ao menos pensou pois desde essa época os 78 episódios são repetidos incessantemente, isso porque os fãs da década de 60, mais conhecidos como trekkers, adotaram uma espécie de religião pela série, alguns beirando o fanatismo.
Agora mexer no passado de uma série que tem esse background seria algo complicado de se fazer e eu pensei a princípio que o filme respeitaria tudo, faria uma incursão pela juventude e aventuras dos jovens personagens, ou seja, seria algo extremamente relevante, pois qualquer alteração no Universo perfeito do seriado iria ser uma chiadeira incrível, e estamos até tendo ela enfim... quando disse sem medo mais acima e porque Abrahms conseguiu o mais difícil, se livrar da em parte da mitologia da série. Estava brincando com a Bones esse dias, que a solução perfeita seria satisfazer todo mundo é criar um outro universo, onde Chekov pudesse existir antes da segunda temporada, Os romulanos já fossem conhecidos, o Kirk conhecesse o Spock antes do Capitão Pike assumir a Enterprise e etc. E não é que foi isso que ele pensou, e não poderia dizer que foi acertado, o espaço voltou a ser algo legal a ser explorado! E imprevisível!

O filme.
Começamos em uma sequência emocionante em que uma nave enorme sai de um vórtice e ataca a USS. Kelvin, nave da federação exploradora. A nave cargueiro romulana, destrói a USS. Kelvin, onde o pai de Kirk salva a vida dos tripulantes, servindo de escudo para a fuga das capsulas de fuga. Seu filho nasce nesse dia, seu nome James T. Kirk, a partir daí começa um efeito borboleta que muda todo o Universo de Jornada nas Estrelas em detalhes pequenos, até um fato explosivo (literalmente) que é um abalo para todo o trekker da galáxia.
O vilão volta depois de 25 anos, quando um tempestade magnética no espaço traz o outro viajante do tempo (um velho conhecido), que ele esperava para concretizar seu plano de ir destruindo tudo que se coloca no caminho. Completamente insano dimensional, mas esse tipo de vilão não é o mais básico se você quer fazer um estrago ?!
O vilão clichê é compensado pelo time que vai compor as poucos a tripulação da Enterpise NCC-1701, todos ótimos atores que encarnam a sua maneira os personagens icônicos, e tem um química perfeita em cena. Zoe Saldanha, faz a oficial de linguística Uhura, forte e determinada, tem uma paixão que deixara todos boquiabertos, Chekov, é um menino de 17 anos e é um gênio, Sulu é uma revelação, totalmente ativo vai tirar uma espada da manga quando for necessário (sim, uma espada), Scott aparece no final do filme e é louco, mas o ator que melhor encarnou foi Karl Urban(Cupido de Xena, Eomer dos Senhor dos anéis), com seu Leonard McCoy, uma encarnação da interpretação de DeForrest Kelley, um médico ranzinza, canastrão e satírico.
A dupla segura bem, o Kirk de Chris Pine, tem a mesma canastrice e arrogância de William Shatner, e o Spock de Zachary Quinto, muito mais emotivo e explosivo que seu xará da série clássica. Os dois juntos têm o time perfeito para a interação.
A direção combina sequências de ação ótimas, humor acidental que era uma característica da série, e um desenvolvimento pleno da história, em um ponto vai parecer um pouco forçado a trama do futuro mas tem explicação, os trekkers sempre conseguem.
Um filmaço para todas as idades, e vem mais por aí. O Futuro está apenas começando.

Um comentário:

bones disse...

esse é meu garoto que diz que não é trekker.
melhor impossivel rafa. como vc consegue contar tanto sem contar nada??? amo vc.