segunda-feira, 4 de maio de 2009

ESQUECIDOS: OS VIVOS E OS MORTOS (1987)


James Joyce foi o maior modernista na literatura mundial, talvez seja exagero mas acredito com convicção nisso, caso queira diminuir o parâmetro poderia dizer da literatura inglesa, ou para acertar em cheio pode evocar a literatura irlandesa cujos os nomes importantes podem ser contados nos dedos. John Huston foi um dos maiores diretores americanos, passando por basiacamente todas as fases cinematográficas até sua morte em 87. Inauguro um novo tópico resgatando essa combinação improvável, o escritor hermético com o diretor idoso produziu uma obra inigualável.

Baseado no conto que fecha Dubliners, livro de contos de Joyce e provavelmente o conto mais importante do livro inteiro: The dead, é uma crítica suave a burguesia irlandesa de Dublin e um relato mórbido da remoer do passado no presente. John Huston já perto da morte em 87, e ainda sim trabalhando lapida cada frame em um belo relato, extremamente pessoal desse tema.

Basicamente é uma festa na qual o casal interpretado por Angelica Huston e Donal Mccain, respectivamente Gabriel e Gretta Conroy, vão a uma festa de aniversário para saudar os amigos e entre conversas superfluas, e outras politicamente engajada, um conflito entre o casal se desenvolve em emio ao silêncio, somente quebrado pela confissão de uma amor de verão da senhra Conroy ao marido já tarde da noite em uma Dblin cada vez mais soterrada pelo frio. Não é necessário dizer que nessa cena Angelica dá um show de atuação, assim como m sua descida pela escada escutando a música responsável pelas lembrança e, por consequência, por ressucitar o passado em que ela ganha o filme de todos os atores. Mas é um filme de grandes cenas, Huston preenche cada espaço dos curtos 90 minutos, destaque para a canção que uma das senhorinhas interpreta, transmite toda a pateticidade do momento, toda a limitação da idade e talvez toda a angústia do filme.

A confissão de Gretta é o que há de mais puro em termos de sentimento dentro do filme, é uma contraparte a um filme que se constitui pelo distanciamento estilístico, por uma contemplação de uma sociedade que está mais morta que viva, e neve caindo sobre Dublin é metaforição da palisia da vida, o que Joyce buscava com seu primeiro livro.

Nenhuma obra do Joyce foi melhor tradzida e espero que com esse nvo tópico eu traga os filmes quase mortos, mais um vez ao lugar da destaque que eles merecem.

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