sexta-feira, 29 de maio de 2009

LITERATURA: NOVA YORK, Will Eisner



É oficial, estamos vivendo a era de ouro dos quadrinhos, embora tenha começado nos anos 80 quando a Santa Trindade revolucionou o gênero inovando o gênero dos super-heróis ao mesmo que o destruíra por completo (Alan Moore), ou criando um novo estilo ao combinar mitologia, cultura pop e horror (Neil Gaiman), mas a grande inovação veio através do cronismo social e da carga dramática que Will Eisner trouxe ao conceito.
A Cia. Das Letras lançou este mês um novo selo chamado Quadrinhos na Cia. Onde estive presente para o lançamento e pude ver como a evolução da nona arte está em pleno progresso. Se cresci onde o ideal de quadrinhos nacionais era a Turma da Mônica, e a Morte do Super-Homem era o grande acontecimento que todas as bancas brandavam pela esquina em formatinho e Sandman só era visto em sonho, no novo milênio a Turma da Mônica virou um mangá adolescente onde Cebolinha e dita cuja, finalmente ficaram, se vão ficar até “os finalmente” é mais improvável, mas já uma evolução, e me lembro claramente quando o formato americano finalmente substituiu aquele formato feissimo, e os nomes citados acima, na realidade presente não são ilustres desconhecidos. Neil Gaiman atraiu milhares de fãs na última Flip, incluindo a minha pessoa e ficou autografando por 5 horas e meia e, novamente, eu estava lá, FORAM 5 horas meia. Agora uma das melhores editoras ancionais, resolve entrar com força nesse mundo e carro chefe é o Nova York.
Se adoro o trabalho de Moore antes mesmo de saber quem ele é, e o Neil Gaiman sempre me fascinou, devo confessar que esse é o primeiro Eisner, não me sinto a vontade falar como se conhecesse há muito tempo, mas vou falar que não poderia haver caro chefe mais poderoso que o livro em destaque, que é uma compilação poderosa de 4 Graphic Novels (Termo criado por Eisner) durante a década de 80: Nova York – a vida na grande cidade; O Edifício; Tipos Urbanos; Pessoas Invisíveis.
A crônica urbana é o centro do poder de Eisner, a maneira como ele condensa em poucas páginas situações cotidianas, por vezes irônicas, por vezes trágicas e sempre esmagadoras, é incrível do ponto de vista técnico. Seus traços são fortes, ele desenha expressões com um nível de detalhe fascinante mesmo assim elas ficam no meio termo entre uma caricatura e um desenho otográfico, e ainda consegue dar vida ao concreto de suas paisagens urbanas. Suas histórias são microcontos, em um ponto temos um bêbado patético versando sobre o amor, um homem que sente tantos cheiros que não sente o incêndio em seu apartamento, que estão na ordem do absurdo do sátira engajada, ao mesmo tempo nos deparamos com situações cotidianas de ver estranhos no metro e imaginar todas uma história com a pessoa, mas a grande força do livro vem das histórias fortes que nos botam para pensar como a de uma mulher que alimentava seu filho com a água do hidrante, até que fecham para sempre a fonte de vida dessa mulher, todos que leem essas duas páginas ficam aterrorizados com a força e esperteza do traço de Eisner.
Nova York – A grande cidade é uma ótima introdução, tem 1/3 do livro inteiro e tem muitas situações diversificadas ainda que organizadas por temas, tem a maioria dos microcontos que citei e em muito quadrinhos não há fala o que é impressionante.
O edifício – é o mais fraco na minha opinião, conta história de um edifício que foi demolido dando lugar para outros da perspectiva d 4 fantasmas que tem suas vidas narradas. Eles nunca fizeram nada na vida de orgulho e padecem ao pé do novo edifício, contudo é a graphic que tem o final mais otimista, talvez por isso eu tenha achado um pouco irreal. Na verdade totalmente.
Tipos Urbanos – é o mais legal, quatro grande blocos de pensamento organizam os contos que tem a narração socióloga de Eisner.
Pessoas Invisíveis – é a história maior, são três personagens que tem diferentes tipos de invisibilidade, e demonstra que o personagem de Eisner a essa invisibilidade, e é totalmente trágico.
Livro ótimo até para quem não gosta de quadrinhos, o que é um preconceito muito besta que cresceu ao ponto de enfiarem um quadrinho adulto na segunda série, com a única justificativa de ser “quadrinho” (????????????). Quadrinho é arte. E duarnte o ano veremos mais grandes obras sendo publicadas. Acompanhem.

Um comentário:

Matias Minduim disse...

Um Autor que eu Adoro - Eisner
+
Um Tema que eu Adoro - Cidade
=
EU QUEROOOOOOOO!!!!!